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21/11/2019 às 13:14
Equipe multidisciplinar realiza exercícios voltados à mobilidade, o engatinhar e o levantar-se com apoio. Trabalho começa quando a criança chega aos 2,5 Kg
A insegurança sobre o desenvolvimento de um bebê é comum a todos os pais. Mas o medo sobre as formas de estimulação de um prematuro se mostra muito maior. Neste momento, toda ajuda é bem-vinda. Mães e pais que recebem alta da internação do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) já saem com a consulta de acompanhamento na Pediatria do ambulatório local marcada.
Quando a criança chega aos 2,5kg em média e cerca de 40 semanas de idade corrigida, uma equipe multidisciplinar inicia o trabalho de estimulação do desenvolvimento neuropsicomotor, mais conhecido como follow up.
A idade corrigida é contada a partir do que seria o tempo de gestação normal, como no caso de Júlia Beatriz, que completou um ano de idade cronológica, mas devido à prematuridade a idade corrigida é de dez meses e meio.
Esta é a idade de desenvolvimento avaliada e estimulada pelos profissionais da Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional que atende Júlia no Ambulatório.
O pai, Bruno Pereira dos Santos, já sabia de todo o processo de acompanhamento que a pequena Júlia receberia depois de deixar a internação do hospital. “Eu soube por outros pacientes que já haviam passado pelo acompanhamento. E a Júlia está tendo um desenvolvimento muito bom. Tudo normal”, comemora o pai.
Estímulo com brinquedos
Os exercícios realizados e observados pela fisioterapeuta Vanina Carvalho durante o atendimento estavam voltados à mobilidade, o engatinhar e o levantar-se com apoio. O estímulo é dado através de brinquedos bastante coloridos para que a criança sinta vontade de ir ao encontro do objeto.
A profissional conta que esse já é o resultado daquele bebê que chegou ainda muito pequeno e que foi recebendo os ajustes necessários. “Quando o bebê só chora, só quer o colo, a gente diz que ele ainda está desorganizado. Então, a gente orienta posturas globais, que é para organizar mais o bebê. Muitos pais chegam com a rotina dos hospitais. Em casa é que o bebê se torna real e a gente faz com que entrem na rotina dessa nova realidade”, descreve Vanina.
Enquanto a fisioterapeuta atendia o pai Bruno e a Júlia, a terapeuta ocupacional, Cíntia Resende, trabalhava com Lorenzo, de sete meses. A tarefa do dia para o bebê era rolar lateralmente e, com o impulso das pernas, se arrastar para frente, o que, com um brinquedo, não foi difícil conseguir. Os pais, Jonas e Nayra dos Santos, acompanhavam tudo atentamente.
“O Lorenzo faz acompanhamento há quatro meses e isso está ajudando bastante. A gente não tinha noção do que era um bebê prematuro e o acompanhamento é fundamental, principalmente para a coordenação motora dele”, revela Nayra.
E o pai do menino comemora: “O desenvolvimento dele está acima da idade corrigida”. Lorenzo nasceu após 31 semanas de gestação.
[Olho texto=”Há bebês que estão de acordo com a idade corrigida, no sentido da motricidade, mas não no cognitivo, por exemplo. E nós trabalhamos e orientamos os pais para estimular isso” assinatura=”Vanina Carvalho, fisioterapeuta do HRT” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
O acompanhando acontece, principalmente, até os 18 primeiros meses de vida, ou até os três anos. Na idade de Júlia e Lorenzo, esse acompanhamento é feito uma vez por mês, mas é a avaliação do pediatra que define essa periodicidade.
O follow up é uma continuidade no atendimento realizado pela Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal, seguindo os protocolos do método Canguru, adotado na unidade de saúde, bem com se encontra dentro das normas previstas pela Iniciativa Hospital Amigo da Criança.
Esse trabalho é realizado no HRT desde 1999 – numa iniciativa pioneira no Distrito Federal no acompanhamento multidisciplinar dos prematuros. A equipe também atende casos de crianças que precisam de ajustes por solicitação do Banco de Leite Humano, corrigindo posturas de mamada e outros auxílios.
* Com informações da Secretaria de Saúde-DF