24/11/2019 às 17:29, atualizado em 24/11/2019 às 19:37

Mostra Território Brasil provoca reflexão

Exibições da mostra paralela de cinema valorizam a cultura regional e favorecem o pensamento crítico

Por *Agência Brasília

Estreante no Festival de Brasília de Cinema Brasileiro (FBCB) , a Mostra Paralela “Território Brasil” começou neste sábado (23), no Museu Nacional da República. A Mostra tem como principal objetivo integrar  as culturas regionais e, no primeiro dia, exibiu filmes que provocaram o público a pensar.

 Na primeira sessão, “O Buscador”, uma produção do Rio de Janeiro, dirigida pelo ator e diretor Bernardo Barreto. O filme conta uma história de enfrentamento ao passado em uma narrativa que envolve sustentabilidade, amor livre e conflito com uma vida luxuosa, cercada por escândalos e corrupção. O longa-metragem de ficção marca a estreia de Bernardo como realizador e diretor cinematográfico.

O segundo filme exibido foi “Servidão”, do Distrito Federal. Por  ser uma produção brasiliense, o documentário de Renato Barbieri e Neto Borges emocionou o público narrando a situação de milhares de brasileiros que vivem e trabalham como escravos até os dias de hoje. Na tela,  a mentalidade escravagista da sociedade brasileira que não acabou com a assinatura da Lei Áurea. Testemunhos de abolicionistas modernos e de trabalhadores rurais vítimas da escravidão contemporânea provocaram o público a refletir sobre questões muito próximas de suas realidades.  Barbieri, realizador e diretor da obra, revelou imensa satisfação com o retorno dos espectadores. “Estamos felizes em participar como estreantes do festival, principalmente por um feedback positivo e emocionado do público nesta tarde”, contou.

 Para uma das atrizes de produções do FBCB, Shirley Cruz, os filmes impactaram o público. “Esta mostra trouxe um conteúdo que estimulou sentimentos de reflexão e mudança, gerando empatia com os problemas do brasileiro. Estou saindo daqui com informação, após uma reflexão muito profunda e com vontade de agir”, explicou.

 Por fim, o público aguardava ansiosamente pela reprise do longa que abriu o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, a co-produção ítalo-brasileira “O Traidor”, de Marco Bellocchio. O filme que disputou a Palma de Ouro, em Cannes, tem Maria Fernanda Cândido no elenco e parte das filmagens  no Rio de Janeiro.

 Nilza Oliveira, teóloga, que prestigia todas as edições do Festival de Brasília, deu sua opinião sobre o evento. “Eu amo cinema e o cinema brasileiro vem se destacando e ganhando espaço no mundo a cada ano. Acredito que o público tem uma participação importante e efetiva neste processo de valorização da sétima arte no Brasil”, pontuou.