26/11/2019 às 14:29, atualizado em 26/11/2019 às 15:26

Crianças comemoram aniversário do lago Paranoá

Projeto do Instituto Histórico e Geográfico leva alunos de São Sebastião para conhecer a história da represa construída um ano antes da inauguração de Brasília

Por Renata Moura, da Agência Brasília

Turma animada do Centro de Ensino nº 3 de São Sebastião em visita ao IHGDF : lições de história aprendidas com prazer | Fotos: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

O que uma criança de 5, 6 anos consegue aprender sobre a história da capital do Brasil pode surpreender muita gente. Um exemplo recente foi dado pelos alunos do Centro de Ensino nº 3 de São Sebastião, que, após visita ao Instituto Histórico e Geográfico do DF (IHGDF), prepararam uma série de trabalhos artísticos sobre o lago Paranoá.

A mostra foi aberta nesta terça-feira (26), na sede do instituto, com direito a bolo de aniversário, música e muita festa para comemorar os 60 anos do lago Paranoá, a grande represa construída um ano antes da inauguração de Brasília.  A iniciativa faz parte de um projeto da biblioteca do IHGDF, em parceria com a Secretaria de Educação (SEE).

“Estamos muito satisfeitos com o resultado dessas visitas”, avalia a diretora da biblioteca e idealizadora do projeto, a historiadora Cleuza Lopes. “Não imaginávamos que crianças tão pequeninas fossem capazes de aprender e ensinar tanto para a gente.”

Leitura e passeio

Familiarizada com o projeto, que está em sua quarta edição, Cleuza conta: “A cada ano, trabalhamos um tema sobre o surgimento de Brasília. Essa escola, em especial, nos surpreendeu bastante ao elaborar uma releitura da história do lago Paranoá. As professoras ajudaram levando o conteúdo da visita para a sala de aula, e, na escola, o movimento se ampliou e chegou a todas as outras turminhas”.

Cleuza, diretora da biblioteca do instituto: “Não imaginávamos que crianças tão pequeninas fossem capazes de aprender e ensinar tanto”

Para ajudar a descrever a origem do lago, Cleuza e as professoras, além da visita ao acervo do museu do IHGDF, apresentaram às turmas dois livros infantis sobre a importância de preservar os recursos naturais – A lenda do lago: Paranoá, o índio apaixonado, de Guido Mondin, e O menino que descobriu o lago Paranoá, de Antônio Fávero Sobrinho e Regina Célia Melo. “Eram os caminhos lúdicos que encontramos para que os alunos aproveitassem bem o aprendizado e o passeio”, explica a diretora Centro de Ensino nº 3, Vanda Aguiar.

Aprendizado

Nas paredes do auditório do IHGDF, mais de 15 turmas expuseram os trabalhos feitos em sala de aula. Telas pintadas com tinta-guache, recortes de papel, dobraduras, tudo foi feito para retratar a história de criação e a necessidade de preservação do lago Paranoá.

Murilo Araújo: “O lago Paranoá não foi criado por Deus. Foi o presidente Juscelino que fez”

 

“Pintei um retrato debaixo do lago, como se eu estivesse no fundo e visse tudo que tem lá”, conta Murilo Araújo, de 6 anos. O estudante descreve com detalhes o que aprendeu no museu e na escola: “O lago Paranoá não foi criado por Deus. Foi o presidente Juscelino [Kubitschek] que fez”.

Ao lado dos colegas, Murilo relatou com muita animação o passeio: “No ônibus, a gente viu a água azul, bem bonita, lá embaixo da ponte. Teve a Vila Amaury, que ficou debaixo d’água, e a Missão Cruls, que pensava em criar outra capital do Brasil”.

Para a professora Andrea Cristiane, a rotina dos alunos será transformada após a atividade. “São ações que marcam”, pontua. “Eles vão levar isso para a vida toda. Com essa vivência, eles acabam se apropriando da história do local onde vivem, e isso é muito importante”.