28/11/2019 às 16:46

Para aprimorar o acompanhamento às gestantes 

Fórum de Boas Práticas de Atenção à Gestação, ao Parto e ao Nascimento reúne profissionais da rede pública de saúde

Por Agência Brasília

Foto: Arquivo / Agência Brasília

Ginecologistas, obstetras, enfermeiros e demais profissionais da rede pública de saúde participaram, nesta quinta-feira (28), da abertura do II Fórum de Boas Práticas de Atenção à Gestação, ao Parto e ao Nascimento do Distrito Federal. Promovido pela Secretaria de Saúde (SES), o evento segue até sexta-feira (29), no auditório da Imprensa Nacional.

“Nesta edição, ampliamos para gestantes porque não adianta falar de boas práticas no parto e nascimento e não orientar quem também está no pré-natal”, explica a coordenadora do Grupo Condutor Central do Rede Cegonha da SES, Gabrielle Medeiros. “O objetivo é sensibilizar mais e mais os profissionais de saúde.”

Foco na segurança

Segundo Gabrielle, as discussões do primeiro fórum já trouxeram resultados positivos para a rede do DF neste ano – como as melhoras nas taxas de episiotomia (incisão efetuada na região do períneo para ampliar o canal de parto). Os avanços incluem a liberação da entrada de acompanhantes da gestante em hospitais da rede pública, o que não era permitido até então.

“O foco é, sobretudo, na segurança da paciente. Para que ela chegue no estabelecimento e tenha seu parto de forma humana, com direito a acompanhante, direito a voz e que saia satisfeita e feliz”, disse a coordenadora. “Além disso, queremos mostrar ao público que o parto é algo natural, fisiológico e não tem de ser visto como patológico.”

Ações

 A subsecretária substituta de Atenção Integral à Saúde, Eliene Vieira, lembra que a atuação dos profissionais de saúde envolvidos no parto e nos primeiros cuidados com os recém-nascidos faz parte da melhora desses serviços.

“O DF tem um grande desafio, que é diminuir os partos cesáreos e aumentar os partos normais”, destaca a gestora. “Por isso, já temos prevista, no Plano Plurianual 2020-2023, a construção de centros de parto normal em Ceilândia, Gama e Brazlândia.”

Segundo Eliene, encontram-se em fase de conclusão os projetos arquitetônicos para os centros elaborados pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). “Os recursos já estão conosco, e o que precisa, agora, é finalizar os projetos”, informa. “A maioria será construída dentro dos próprios hospitais, mas é um incentivo que elaboramos para cumprir as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS), de fomentar o parto normal”.

Histórico

 Mais de duas décadas após a OMS publicar as recomendações de boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento, o panorama brasileiro nesse cenário ainda é de alta taxa de mortalidade materna e elevados índices de cesariana. Além disso, também são registradas intervenções desnecessárias em partos de risco habitual.

Por isso, OMS lançou, no ano passado, o manual Recomendações da OMS para os cuidados durante o parto, para uma experiência de parto positiva: transformar a atenção a mulheres e neonatos para melhorar sua saúde e bem-estar. O documento traz sugestões baseadas em evidências científicas.

O fórum surgiu da compreensão de que é possível fazer diferente e construir uma rede de cuidados para assegurar o direito à atenção humanizada em razão da necessidade de promover mudanças na prática profissional.

Entre os temas abordados na programação, destacam-se O papel da Atenção Primária no cenário do parto e nascimento; Evidências e eficácia da contracepção hormonal, não hormonal e particularidades do DIU; Qualidade do cuidado pré-natal; Luto perinatal e Segurança do paciente no cenário do parto e nascimento.

* Com informações da SES