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28/11/2019 às 09:36, atualizado em 29/11/2019 às 13:49
Visitas guiadas ao Zoológico de Brasília passam a oferecer mais atrativos ao público, que pode vivenciar a proximidade com os habitantes da casa
A girafa Yaza tem um apetite para ninguém botar defeito. Mesmo alimentada duas vezes ao dia, ela não dispensa um lanchinho e devora com facilidade galhos de amora e de hibisco oferecidos entre as refeições, que, balanceadas em 23 quilos por dia, incluem cenoura, abóbora e feno de alfafa. Quer conferir?
Agora, quem faz a visita guiada do Jardim Zoológico de Brasília tem acesso privilegiado à área de manejo dos animais e chega bem perto dos bichos, assiste ao treinamento dos hipopótamos e pode alimentar a girafa ou a elefanta Belinha.
A nova metodologia começou a ser testada no começo do ano e tem feito sucesso. Não se percorre mais recinto por recinto, como antes: a zooexperiência, como atualmente é chamada a visita guiada, tem um conteúdo programático associado ao trabalho da instituição e é encerrada com as interações controladas com os animais, como acontece nos zoológicos dos Estados Unidos.
Conexão aperfeiçoada
“O modelo anterior era menos interativo, possuía uma conexão menor com o trabalho diário da instituição e a vida dos animais”, explica o biólogo Igor Morais, gerente de projetos educacionais da Fundação Jardim Zoológico. “O que se deseja com esse novo modelo de visita é semear a conexão mais íntima e sentimental não só com as espécies que manejamos no zoo, mas com a própria natureza em si.”
Na quarta-feira (27), um grupo de 28 alunos do Centro Educacional (CEd) 104, do Recanto das Emas, ingressou nessa aventura. Com idades entre 15 e 18 anos, os estudantes do segundo e terceiro anos do ensino médiofizeram o roteiro “Noções Básicas do Reino Animal”, uma visita de duas horas durante a qual aprenderam sobre a classificação dos animais, as características dos insetos, escorpiões e aranhas e as diferenças entre as classes de vertebrados.
Curiosidades
O tour começou pelo Museu de Ciências Naturais do Zoológico, onde os alunos relembraram as principais características dos cinco tipos de animais vertebrados (anfíbios, répteis, peixes, aves e mamíferos) e tiveram contato direto com diferentes espécies empalhadas, que passaram de mão em mão.
Experiência positiva
Lethícia Queiroz, 15 anos, só se lembrava do zoológico por fotos. A última vez em que esteve no local, tinha cinco anos. Disse que a experiência de alimentar a girafa foi “inovadora” e também adorou a oportunidade de ver na prática os ensinamentos dados em sala de aula. “Na escola, às vezes fica muito teórico; aqui pudemos ter novas sensações”, resumiu.
A professora de Biologia Alessandra Martino leva estudantes ao Zoológico de Brasília há sete anos, mas nunca havia chegado tão perto dos animais. Na tarde de quarta-feira, ela alimentou a elefanta Belinha e comemorou: “Nunca tinha conseguido fazer a visita com um guia. Foi incrível. O conteúdo do segundo ano é voltado para os seres vivos. Eles estudam sobre animais e plantas, por isso trago os alunos aqui. Muitos nunca vieram ao zoológico ou vieram poucas vezes, pois os pais não tinham o hábito de trazê-los”.
Cinco roteiros
O Jardim Zoológico de Brasília oferece cinco roteiros para as visitas guiadas –“Evolução dos vertebrados”, “Animais ameaçados de extinção”, “Desmistificando os répteis”, “Bem-estar dos animais” e “Noções básicas do reino animal”, que duram, em média, duas horas e meia e são indicados para crianças a partir de oito anos.
Todas as visitas guiadas são feitas nos turnos matutinos e vespertinos mediante agendamento. São gratuitas para escolas públicas e custam R$ 15 para alunos de instituições particulares. Um professor ou acompanhante é isento de pagamento para cada dez estudantes. Os grupos podem ter, no máximo, 30 pessoas. As visitas também são abertas à comunidade, desde que o grupo tenha no mínimo dez pessoas. Os interessados devem enviar e-mail para deam@zoo.df.gov.br.