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03/12/2019 às 09:26, atualizado em 03/12/2019 às 13:48
Procedimento, até então inédito e agora regular, foi realizado pela força-tarefa do Novembro Azul em dois pacientes
Dois pacientes da Unidade de Urologia do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) passaram pela cirurgia de implante de esfíncter uretral na última semana da força-tarefa do Novembro Azul. O procedimento, inédito no hospital, passou a ser realizado na rede pública de saúde do Distrito Federal, regularmente, neste ano, quando foi normalizada a compra do aparelho. Antes disso, apenas os pacientes judicializados conseguiam a prótese.
O primeiro a receber o aparelho foi o paciente João Baldoino de Camargos, 65 anos, que possuía incontinência urinária grave, resquício de uma prostatectomia radical realizada há três anos. “Conseguir esse esfíncter foi mais demorado. Eu procurei a defensoria pública do DF e, depois, a federal. Foi assim que eu consegui. Agora, terei mais qualidade de vida. Viver com incontinência é difícil”, relatou o ex-motorista de cargas.
Pouco antes da cirurgia, João aparentava muita calma e satisfação. “Aqui, eu não tenho do que reclamar. O atendimento é muito bom”, insistia. Ele estava acompanhado da esposa, Maria Nicolina Camargos.
O médico Fernando Melo Froes da Fonseca, referência técnica distrital de urologia, explicou que os dois pacientes operados no HRT são remanescentes das judicializações.
“Agora, conseguimos fazer um abastecimento regular deste material na Secretaria de Saúde. Antes tinha de fazer um processo de compra para cada paciente judicializado, o que gerava custo processual para a secretaria e dificultava o acesso do paciente, que demorava para receber a prótese”, justifica o especialista.
Segundo Fonseca, o abastecimento regular deu celeridade para esses pacientes serem tratados mais rapidamente”. O urologista afirma que o sucesso no procedimento é de mais de 90%.
Prótese cara
O médico revela que a prótese é destina aos pacientes com incontinência urinária grave e que o aparelho é bastante caro, ficando em torno de R$ 80 mil. “É um material oneroso, de acesso muito difícil, principalmente para o paciente do SUS. Então, é bom a gente ter esse tratamento aqui, um dos poucos lugares no Brasil onde ele é acessível ao paciente que não tem condições de adquirir a prótese”, comemora Fonseca.
As unidades públicas do Distrito Federal que já realizam a cirurgia são os hospitais de Base, Regional da Asa Norte e, agora, o HRT. Para o superintendente da Região de Saúde Sudoeste, Luciano Agrizzi, é muito importante disponibilizar mais esse procedimento.
“É uma ação de grande valia para o hospital e os pacientes da Região Sudoeste. E pensando na saúde do homem, na qualidade de vida dele. Quando se trata de incontinência urinária, é desconfortável, traz comprometimento de relação social e isso (o implante do esfíncter) traz qualidade de vida para ele”, destaca o gestor.
Prevenção
O paciente João Baldoino conta que só descobriu que tinha câncer de próstata porque foi ao médico da unidade de saúde para fazer um check-up de rotina. E deixa um recado a todos os homens.
“Eu acho que o brasileiro deveria fazer prevenção todo ano, principalmente depois dos 50. Eu descobri o câncer na próstata porque fui fazer um check-up e, por coincidência, apareceu o início. Fiz a biópsia e a cirurgia”, revelou.
João Baldoino faz uma comparação: “As mulheres vão ao médico todo mês, mas os homens não. É preciso prevenir para evitar problemas mais graves”.
Ele fez sua cirurgia na terça-feira (26/11) e em até 60 dias o paciente deve retornar ao hospital para a consulta de acompanhamento. Só então aprenderá a usar o aparelho implantado.
* Com informações da Secretaria de Saúde/DF