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16/12/2019 às 13:15, atualizado em 16/12/2019 às 18:55
Reformas em museus, oficinas de capacitação e a reabertura do Espaço Oscar Niemeyer foram algumas das iniciativas em 2019
A Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) realizou, em 2019, muitas ações por todo o DF. O desenvolvimento e fortalecimento das políticas culturais garantiram a revitalização de espaços tombados, como o Museu do Catetinho e a reabertura do Espaço Oscar Niemeyer, fechado desde 2015.
O anúncio do restauro do Teatro Nacional Cláudio Santoro, previsto para começar em 2020, também figura entre as conquistas do Governo na área cultural. O empenho do GDF para reabrir a sala Martins Pena, fechada desde 2014, foi essencial para garantir o acesso ao recurso de R$ 33,4 milhões do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, do Ministério da Justiça e Cidadania.
Com apoio da Novacap, foram retomadas as obras do Museu de Arte de Brasília, que será entregue em abril de 2020 modernizado, incluindo um sistema fotovoltaico, que deve deixar o equipamento autossuficiente em energia elétrica.
Políticas públicas
A Secec investiu no fortalecimento e modernização das políticas culturais. Segundo Adão Cândido, secretário de Cultura e Economia Criativa, essas iniciativas começaram pela Praça dos Três Poderes, que contaram com consultoria a partir de cooperação com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco). “A parceria visa desenvolver estudos, análises, diagnóstico e proposições para garantir a preservação desses espaços e torná-los mais modernos e atraentes aos visitantes”, diz.
[Olho texto=”Brasília é um monumento a céu aberto, com vocação para a cultura, uma vez que foi moldada por brasileiros de todos os cantos do país. Essas características têm potencial para ajudar no desenvolvimento da capital e transformar a nossa realidade” assinatura=”Adão Cândido, secretário de Cultura” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
O trabalho teve reconhecimento, com a conquista do título de capital cultural ibero-americana em 2022 e a inclusão de Brasília no World Culture Cities Forum, rede de governos que compartilha experiências para embasar políticas públicas que explorem a cultura como vetor de desenvolvimento dos centros urbanos. “Brasília é um monumento a céu aberto, com vocação para a cultura, uma vez que foi moldada por brasileiros de todos os cantos do país. Essas características têm potencial para ajudar no desenvolvimento da capital e transformar a nossa realidade”, afirma Adão Cândido.
Economia Criativa
Responsável por mais de 3% do Produto Interno Bruto do DF, a Economia Criativa é um dos pilares da gestão da Secec. A fim de tornar mais efetivo o planejamento das ações do segmento, a Secec realiza, com a Codeplan, estudos de impacto de grandes eventos na economia do DF.
Segundo a subsecretária de Economia Criativa, Érica Lewis, isso é fundamental para implementar iniciativas de incentivo. “Precisamos entender quem são e onde estão os atores dessa cadeia, e quais os pontos fortes e fracos”, explica.
O Edital do Grafite 2019, por exemplo, reuniu mais de 100 grafiteiros para a ressignificação do Beco do Rato, no Setor Comercial Sul. Com investimento de mais de R$ 90 mil, a ação reuniu artistas, empresários, poder público, sociedade civil e moradores em encontros onde, além de pintar as paredes do local, falaram sobre a cultura. “A presença da cultura afasta a violência, porque cria uma sensação de pertencimento ao local, e as pessoas se sentem responsáveis por cuidar do espaço”, conclui Érica Lewis.
Brasília tem firmado sua vocação para a economia criativa com iniciativas como a do programa Conexão Cultura, que seleciona projetos para participar de eventos mundiais. O edital permanente contemplou, este ano, 374 agentes culturais de 84 projetos. O investimento da Secec em oito eventos somou quase R$ 900 mil. “Esta é uma forma de abrir o mercado cultural do DF para fora, ampliando o acesso”, afirma o secretário Adão Cândido.
[Numeralha titulo_grande=”R$ 5,5 milhões” texto=”serão destinados pelo edital FAC Mais Cultura, que incentiva 12 modalidades de manifestações culturais” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Incentivo
O Fundo de Apoio à Cultura (FAC) buscou valorizar atividades com o lançamento do edital Ocupação, que contemplará com R$ 7,7 milhões o total de 106 atividades em bibliotecas da Rede de Bibliotecas Públicas do DF, além de nove espaços em seis regiões administrativas. A Secec lançou o FAC Mais Cultura, que incentiva 12 modalidades de manifestações culturais. Mais de 680 agentes culturais se inscreveram no edital que destinará R$ 5,5 milhões, priorizando iniciativas nas regiões com menores índices de desenvolvimento humano. Em 2019, o FAC investiu mais de R$ 25 milhões em ações.
Difusão cultural
A Secec realizou oficinas de capacitação de agentes culturais para acesso a mecanismos como a Lei de Incentivo à Cultura (LIC), FAC e termos de fomento, que em 2019 foram responsáveis pela injeção de R$ 16 milhões em projetos culturais no DF. A Secec também determinou em junho o fim da cobrança de preços públicos nos espaços para ações sem cobrança de ingresso. A ideia é incentivar atividades culturais e de formação gratuitas à comunidade. Para o secretário-executivo, Cristiano Vasconcelos, foi “um passo na democratização dos espaços e um incentivo aos novos artistas”.
O incentivo à ocupação dos espaços foi acompanhado de melhorias nos equipamentos. Foram feitas reformas na Biblioteca Nacional de Brasília, por exemplo. Em junho, o governador Ibaneis Rocha e o secretário Adão Cândido reinauguraram o Museu do Catetinho, de 1956, revitalizado. Outro exemplo é a Casa do Cantador, em Ceilândia, que passa por reforma para receber um reforço de acervo no cordel, que deve torná-la referência no gênero. A Cordelteca já recebeu 1.200 doações.
O Memorial dos Povos Indígenas ganhou em termos de programação, acervo e revitalização. O Museu Vivo da Memória Candanga, que guarda a memória da construção da capital federal com a exposição permanente Poeira, Lona e Concreto, mostrou ser um equipamento que merece ampliar atividades de ocupação, como mostrou o LoboFest – Festival Internacional de Filmes, que em sua 11ª edição exibiu mais de 300 produções.
O Museu Nacional da República se manteve como campeão de visitações. De janeiro a outubro, mais de 490 mil pessoas foram ao local, média de 49 mil visitantes por mês, superando a média de 2018, de 47 mil pessoas.
O Cine Brasília registrou incremento de público com programação atualizada, mostras com embaixadas e o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Na programação comercial, os destaques este ano ficaram com A vida invisível (a apresentação única teve 524 espectadores) e Bacurau, que durante três semanas registrou audiência por projeção de 373 pessoas. O público no Cine este ano até o início de novembro soma mais de 81 mil espectadores.
Frequência de visitantes
Catetinho
2018 (jan/dez): 32.843 visitantes
2019 (jan/12 dez): 42.080
Aumento: 28,1%
Centro Cultural Três Poderes
2018 (jan/dez): 187.609
2019 (jan/parcial dezembro): 254.866
Aumento: 35,8%
Museu Vivo da Memória Candanga
2018 (jan/dez): 14.489
2019 (jan/nov): 23.250
Aumento: 56.5%
Educação patrimonial
No programa Territórios Culturais, parceria com a Secretaria de Educação, até outubro, mais de 11 mil alunos participaram de 49 ações. Este projeto abrange o Escola Vai ao Cinema, em que alunos do ensino fundamental participam de sessões compostas por curtas-metragem, utilizando a linguagem da animação dirigidos e produzidos por artistas brasileiros. Até outubro, 6.789 estudantes participaram do evento.
Outra ação são os Concertos Didáticos. O maestro Claudio Cohen ministra breve aula de música, explicando a função dos instrumentos, assim como noções de música clássica. O projeto atendeu 2.925 estudantes de turmas de ensino fundamental da primeira infância da rede pública de ensino.
A Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro levou ao Cine Brasília um público de 25 mil pessoas de janeiro a outubro. A busca pela programação semanal com solistas nacionais e internacionais reforça a importância da orquestra. “A orquestra é motivo de orgulho não só pela alta qualidade técnica, mas pelos vínculos de afeto que criou com o público”, diz o maestro.
[Numeralha titulo_grande=”R$ 5 milhões” texto=”serão destinados pelo edital FAC Carnaval para grupos carnavalescos e agentes culturais, com desfiles no Ceilambódromo” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Diversão em massa
A secretaria está à frente de grandes eventos. Em março, 53 blocos de carnaval saíram às ruas. Segundo levantamento da pasta, mais de 100 mil pessoas brincaram nas ruas da capital. O planejamento e investimento de mais de R$ 5 milhões garantiram a festa. O edital FAC Carnaval, lançado em setembro, destinará R$ 5 milhões para grupos carnavalescos e agentes culturais, com desfiles no Ceilambódromo.
Foi firmado convênio com a Vila Isabel (RJ), que visitou barracões das escolas do DF para auxiliar o planejamento das atividades. Além do carnaval, a Secretaria já trabalha nas comemorações do Réveillon 2020, com festas na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Orixás e no aniversário de 60 anos. O Comitê dos 60 anos, liderado pela Secec e pela Secretaria de Turismo elabora a agenda de eventos oficiais do calendário.
*Com informações da Secretaria de Cultura