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17/12/2019 às 20:40, atualizado em 17/12/2019 às 21:23
Obra de adequação terá o objetivo de tornar o local mais seguro e viabilizar a união com o paquiderme Chocolate
“Eu falei bem assim com a minha mãe: ‘Agora que ela perdeu o namorado, vai ser bom ganhar outro e fazer muitos elefantinhos bebês pra gente visitar’.” Quem fala é Maria Rita (foto abaixo), de apenas seis anos, referindo-se à novidade a caminho no Zoológico de Brasília, mais precisamente no próximo mês.
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Trata-se da obra de adequação do recinto que hospeda a elefanta Bela há mais de 24 anos, iniciada pelo Governo do Distrito Federal nesta segunda-feira (16). Mas não é uma simples obra de reparo: o objetivo do trabalho é reunir dois elefantes, Bela e Chocolate, que estão em áreas separadas do zoológico devido a dificuldades estruturais.
Com a reformulação, a equipe espera que, ao juntar os animais no mesmo local, eles se adaptem e se reproduzam dentro do programa de conservação do zoo.
O recinto antes tinha a barreira em formato de fosso, o que gerava risco de queda do animal. A equipe agora o transforma em semi-fosso rampado, com redução de espaço, eliminando-se o risco de queda. Também será colocada uma barreira mais alta e segura para que Chocolate seja acolhido sem ameaças à sua integridade física.
De acordo com o analista de Planejamento de Gestão Urbana do Zoológico de Brasília, Saulo Figueiredo, a modificação do formato do recinto quase que elimina o risco de acidente. “O fosso antigo, que era muito acentuado, será retirado e substituído por um fosso suave. Também será criado um platô na parte central do recinto, onde o elefante ficará mais visível para o público e terá um espaço maior para transitar”, explica o arquiteto.
A obra foi antecedida de diversos estudos da equipe de engenharia e biólogos do zoo, que apontaram as necessidades do local. Por exemplo, de acordo com os especialistas, o elefante necessita de um tanque de lama. Por isso serão implementados dois – um que ficará exposto aos visitantes e outro chamado de “refúgio”, feito para que o animal possa se recolher quando estiver estressado.
A obra começou nesta segunda-feira (16) e tem previsão de finalização para os próximos 30 dias. O valor é estimado em 250 e 300 mil reais. Também serão arrumados os abrigos, chamados de cambiamento, para melhorar a estrutura de acomodação, bem como será construído um brete, que é a área para treinamento do animal. Com essa estrutura, os cuidadores e biólogos terão acesso ao animal com segurança, de modo a evitar qualquer tipo de estresse ao elefante.
A elefanta Bela tinha a companhia do elefante Babu, que morreu no ano passado. O diretor de mamíferos do Zoológico de Brasília, Filipe Reis, conta que após a perda do amigo a equipe viu a necessidade de colocar o Chocolate para conviverem juntos.
“Tínhamos o desejo de fazer isso a muito tempo, mas devido a segurança dos animais não conseguíamos. Pois o Chocolate é mais alto que o Babu e, por ele ter vindo de circo, ele tem algumas habilidades desenvolvidas que o outro não tinha. Então, com essa obra, a gente garante a segurança para fazer a aproximação da Belinha com o Chocolate”, afirma.
Ainda de acordo com o biólogo, os mamíferos já se reconhecem, pois sentem a presença um do outro, mesmo que distantes. “São indivíduos que já se conhecem. Não é legal para essa espécie viver sozinha. Eles sentem os cheiros um do outro, isso vai facilitar quando colocarmos juntos. Estamos fazendo de tudo para seu bem-estar”, finaliza Filipe.
Durante as obras Bela fica dentro de um abrigo (cambiamento). Ela está acomodada na área interna do recinto, sob monitoramento, e Chocolate está em seu recinto antigo.
Neste período Bela também recebe alimentação especial, pois vai se movimentar menos. Além disso os biólogos colocam “enriquecimentos”, que são atrativos para que ela tenha o que fazer lá dentro, de maneira a não ficar entediada.