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23/01/2020 às 10:45, atualizado em 23/01/2020 às 16:00
Cuidados com a saúde bucal devem começar desde o nascimento, conforme orientação seguida pela rede pública do DF
A assistência odontológica na primeira infância tem um papel fundamental na saúde. Quanto antes a criança fazer a primeira consulta com o dentista, mais facilmente vai incorporar hábitos saudáveis em seu dia a dia. Uma das ações da Secretaria de Saúde (SES) é garantir que a primeira consulta odontológica seja realizada pouco depois do nascimento.
A visita ao dentista, desde esse momento, é importante para estimular o cuidado com a higiene e a criança criar um vínculo com os profissionais de saúde. Em 2019, 37.921 consultas odontológicas foram realizadas em bebês na rede pública de saúde do DF.
[Numeralha titulo_grande=”37.921″ texto=”Total de consultas odontológicas a bebês realizadas em 2019″ esquerda_direita_centro=”centro”]
“O objetivo é orientar os pais a fazerem a prevenção de qualquer problema bucal”, explica a cirurgiã-dentista Loyane Melo. “O bebê é encaminhado para o atendimento odontológico após a consulta com o pediatra na Unidade Básica de Saúde [UBS]. A consulta deve ser marcada antes da introdução alimentar, por volta dos quatro aos seis meses de idade.”
Atendimento especializado
Loyane atende na UBS 2 de Santa Maria. Lá, fez a primeira consulta odontológica da pequena Elisa, de quatro meses. Na ocasião, avaliou a estrutura interna da boca da criança e orientou a mãe, Alyne Lopes, sobre como fazer a limpeza bucal em sua filha. Como Elisa ainda não tem dentes, foi recomendado o uso de uma gaze úmida na gengiva após a última mamada do dia.
“Eu nem sabia que bebês precisavam ir ao dentista, mas ao vir para o posto de saúde, me orientaram sobre isso e marquei a consulta”, conta Alyne. “É muito importante ter esse serviço, para melhorar a higiene e evitar problemas futuros”, comenta Alyne.
Enquanto Elisa era consultada, Alyne aproveitou para conversar com a dentista sobre a situação de seu outro filho, Mateus, de três anos. O menino apresenta freio lingual – mais conhecido como “língua presa” –, que causa problemas para mastigar os alimentos. Ao longo do bate-papo, Loyane descobriu duas pequenas cáries no pequeno.
Quanto antes, melhor
“Se meu filho tivesse passado por esse atendimento na idade da minha filha, esses problemas teriam sido evitados logo no início”, conclui a mãe de Mateus. “Agora ele vai precisar ir ao Hospital da Criança para fazer a cirurgia na língua, sendo que teria sido mais fácil fazer aqui, quando ainda era bebê. É mais um motivo para buscar o quanto antes a assistência odontológica.”
No caso das crianças com freio lingual que não conseguem mamar adequadamente, a recomendação é submetê-las ao procedimento cirúrgico chamado frenectomia. Consiste em uma incisão na membrana, com o auxílio de uma tesoura específica, para que a língua possa se movimentar.
Cuidados básicos
As orientações dos dentistas envolvem não só os cuidados com a higiene, como a importância do aleitamento materno no fortalecimento muscular da face do bebê. Também devem ser observados o processo de respiração correto (nasal), a introdução dos primeiros alimentos, o uso correto da escova de dentes com a quantidade de creme dental ideal, a importância de evitar chupeta e o hábito de sucção de dedo.
Para os bebês que ainda não possuem dentição, é importante limpar as gengivas com gaze úmida para evitar o aparecimento de cáries no futuro. Quando os dentes começam a nascer, o ideal é trocar a gaze por uma escova para bebês e utilizar pasta sem flúor, sempre com acompanhamento de um adulto, para a criança não engolir o creme.
Atualmente, a SES oferece uma série de ações em saúde bucal, voltadas para crianças e adultos de todas as idades. Os pais devem procurar a unidade básica de saúde mais próxima de sua residência para ter acesso aos serviços.
* Com informações da SES