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10/02/2020 às 11:30, atualizado em 10/02/2020 às 11:46
Mais de 400 mil estudantes têm direito a refeições, feitas com produtos da agricultura familiar: são 30 alimentos diferentes, incluindo hortaliças e frutas
Imagine alimentar uma cidade com a população semelhante a de Anápolis (GO). Essa ‘atividade’ é, sim, realizada diariamente pelos profissionais da Secretaria de Educação: merendeiros, cozinheiros e auxiliares, sob supervisão professores e gestores oferecem refeições a cerca de 400 mil estudantes, em média, nas escolas da rede pública do DF.
Para que todos esses alunos tenham os alimentos desde o primeiro dia de aula, é preciso planejamento e organização. Por isso, a equipe da Diretoria de Alimentação Escolar já trabalha antes mesmo do início do ano letivo.
Um exemplo das ações está o treinamento de merendeiros, realizado na Escola de Aperfeiçoamento de Profissionais da Educação (Eape) durante a semana que precedeu o processo de volta às aulas.
Foram várias palestras – como uma sobre o programa nacional de alimentação escolar e outra sobre segurança no trabalho. O uso racional de produtos de limpeza também foi abordado.
Na aula sobre segurança alimentar, foram incluídos temas como fontes de contaminação, doenças transmitidas por alimentos, boas práticas em alimentação, controle de pragas, cuidados com os resíduos e higienização.
Merendeira há 10 anos, Josilene de Jesus Barbosa considera o papel do merendeiro fundamental para a educação. “Muitas das crianças em áreas vulneráveis têm a principal refeição na escola. Assim, nosso trabalho é importante para o aprendizado delas. É até uma forma de combater a evasão escolar”, ressaltou a profissional, que atua na Escola Classe 831 de Samambaia.
Adelayne Braga de Souza destacou a evolução na alimentação escolar. “Nos últimos anos, substituímos muitos enlatados e processados por alimentos frescos. Hoje em dia só fazemos suco da fruta, por exemplo. Dá até mais prazer de cozinhar”, afirma a merendeira, que trabalha há nove anos em escolas da rede.
Alimentos frescos
Uma das ações que permitiram o aumento de alimentos frescos nos cardápios é a parceria com produtores locais. Em 2019, a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) conseguiu investir 30,6% do valor repassado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) ao Programa de Alimentação Escolar do Distrito Federal (PAE-DF) na agricultura familiar do DF e do entorno. Número acima do mínimo requisitado pela legislação, que é 30%.
Atualmente, as 669 escolas que oferecem alimentação recebem itens da agricultura familiar do DF. No total, são 30 alimentos diferentes, incluindo hortaliças e frutas, cultivados por 946 agricultores locais.
Para 2020, a meta é expandir ainda mais a parceria. “Estamos estudando formas para aumentar a porcentagem de investimento na agricultura familiar e trazer novos itens, como iogurtes e outros laticínios produzidos na região”, afirma a diretora de alimentação escolar da SEEDF, Rosana Mara de Carvalho.
Educação alimentar
Mas não basta só ofertar alimentos saudáveis nas escolas. É preciso também conscientizar estudantes e comunidade escolar sobre a importância de uma boa alimentação. Para alcançar esse objetivo, são desenvolvidos projetos variados de educação alimentar.
Entre eles está o Chef e Nutri na Escola, renovado para 2020. O projeto consiste na visita de um chef de cozinha a uma escola da rede. Lá, o profissional dá uma aula aos merendeiros e elabora um cardápio especial com os alimentos disponíveis. Os estudantes também colocam a mão na massa, ajudando no preparo e na entrega das refeições. Estão previstas pelo menos oito visitas durante o ano.
Outro projeto que terá nova edição é o Alimenta aí, galerinha, parceria entre a Secretaria de Educação e a Secretaria de Saúde, que conta com encontros de profissionais das pastas, capacitação e intervenção em escolas da rede. O objetivo é promover a educação alimentar e uma alimentação mais saudável entre os estudantes. A aula inaugural da ação está prevista para o dia 24 de março.
* Com informações da Secretaria de Educação