20/02/2020 às 18:28, atualizado em 20/02/2020 às 18:32

Recuperação de áreas de nascentes começa pelo parque

Programa-piloto coordenado pela Sema vai atender, até 2021, uma área de 80 hectares no Distrito Federal

Por Agência Brasília*

No parque Ecológico de Águas Claras serão plantadas mais de 4 mil mudas.  O trabalho, que conta com apoio de 80 pessoas do grupo Voluntários do Parque, será concluído até o final da próxima semana. Foto: Divulgação

O plantio de 300 espécies nativas do cerrado, no Parque Ecológico Águas Claras, nesta quinta-feira (20), marcou o início do Programa de Recuperação de Nascentes, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente, com recursos do projeto Citinova, do Ministério da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações. Águas Claras receberá mais de quatro mil mudas nos próximos dias, em 5 hectares. Até março, a iniciativa será levada ao Parque do Riacho Fundo, com o plantio de 2.400 mudas em áreas degradadas.

O diagnóstico que está sendo realizado vai apontar os locais que serão atendidos pelo programa, envolvendo áreas de preservação permanente (APPs), de nascentes e de recarga hídrica (degradadas ou alteradas) nas bacias dos rios Descoberto e Paranoá, que abastecem os dois principais reservatórios de Brasília.

Segurança hídrica

“Esse tipo de projeto, que estamos fazendo ainda em escala piloto, em um cenário de aquecimento global, assegura para as futuras gerações o fornecimento da água. Brasília enfrentou há pouco tempo uma séria crise hídrica, por isso é fundamental garantir a saúde dos cursos d’água que abastecem os dois reservatórios”, observou o secretário da Sema, Sarney Filho.

Hoje, de acordo com a Sema, a ameaça de uma crise hídrica decorre de fatores como as alterações nos períodos de chuva, o aumento do consumo impulsionado pelo crescimento populacional e práticas que levam à impermeabilização do solo, impedindo a infiltração da água e a reposição dos aquíferos, afetando diretamente as nascentes.

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No parque Ecológico de Águas Claras serão plantadas mais de 4 mil mudas.  O trabalho, que conta com apoio de 80 pessoas do grupo Voluntários do Parque, será concluído até o final da próxima semana. Cerca de 20 espécies estão sendo usadas no plantio, como jacarandá, pau-ferro, lobeira, ipês, jacarandá, paineiras e peroba do cerrado.

Rosa Coalho, coordenadora do grupo de voluntários, destacou que a iniciativa incentiva o trabalho que os moradores já realizam no local. “É um exemplo que deve ser seguido em outras cidades”, defendeu.

Metas

Nessa primeira fase, serão recuperados 10 dos 80 hectares do total estabelecido no projeto. Depois de Águas Claras, mais cinco hectares de espécies nativas serão plantados no Parque Ecológico do Riacho Fundo.

Até o retorno das chuvas, mais 70 hectares serão identificados para prosseguimento do plantio que será completado em 2021. A empresa Equilíbrio Ambiental, responsável o trabalho, fará o monitoramento e manutenção das áreas plantadas.  

A iniciativa de restauração de nascentes e APPs no Distrito Federal está entre as principais metas do Planejamento Integrado e Tecnologias para Cidades Sustentáveis (CITinova). O projeto de recuperação de nascentes é coordenado nacionalmente pelo MCTIC e recebe doações do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês).

*Com informações da Sema