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25/02/2020 às 23:16, atualizado em 26/02/2020 às 16:18
Festejos carnavalescos chegam ao fim marcados pela irreverência dos blocos, pela diversidade racial, sexual e musical e, principalmente, pela tranquilidade
O Carnaval do Distrito Federal foi marcado pela tranquilidade, com poucos registros policiais, e muita diversidade. Nesta terça-feira (25) à noite, depois de quatro dias, os foliões se espalharam por vários polos, oficiais ou não, mas todos plurais nos ritmos: na Funarte, no Palco 60, se apresentaram as bandas Miguel Santos, Imagem, Bebeto Cerqueira.
Noite adentro, o samba prevaleceu com as escolas Águia Imperial e Acadêmicos da Asa Norte. Também houve festejo em Taguatinga, comemorações no Setor Carnavalesco Sul e na Praça dos Prazeres, na Asa Norte. Os blocos da Baratinha (Parque da Cidade) e do Pacotão (Asa Norte) deram o adeus a Momo.
No quesito segurança, destaque para poucas confusões: até o fim da tarde desta terça (25), o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar havia autuado pouco mais de 400 motoristas por alcoolemia. O trabalho de integração das forças de segurança também ajudou: na segunda-feira (24), por exemplo, foram registradas menos de cinco dezenas de ocorrências em delegacias da Polícia Civil.
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O secretário de Cultura e Economia Criativa (Secec), Bartolomeu Rodrigues, reconhece: além de calma, a festa foi econômica, mas de boa estrutura e valorização das manifestações culturais locais. Veja, abaixo, trechos da entrevista dele à Agência Brasília.
Entrevista/Bartolomeu Rodrigues
Qual o resumo que o senhor faz do Carnaval 2020 do Distrito Federal?
A vocação de Brasília parece ser mesmo o Carnaval de rua. Temos um dos mais bonitos carnavais de rua do Brasil, com um destaque que nos diferencia de muitas capitais: nossa festa é segura, tranquila. Demos uma demonstração inequívoca disso. Todas as forças de segurança trabalharam no sentido de cooperação e integração. Houve sintonia dos órgãos de segurança neste Carnaval.
E o que mais chamou a atenção?
Fizemos um dos mais baratos carnavais no Brasil do ponto de visto de cofres públicos. Mostramos que dá para fazer uma festa bonita, com pouco recurso público e grande envolvimento do Estado para promover a diversão. Isso foi muito satisfatório. O aspecto que nós valorizamos, e aí estamos colaborando para despertar no brasiliense uma coisa que tem em algumas cidades, é o espírito bairrista. No Carnaval isso vale, não é nada de xenofobia, e sim de amor ao bairro e suas tradições. Brasília revelou isso nesse Carnaval, sobretudo os artistas, que são muitos. Fiquei impressionado com a quantidade de manifestações artísticas. O potencial da cidade é enorme. Nosso desafio no momento é sentar, dar aquele freio de arrumação e fazer a avaliação das lições que o Carnaval nos deixa.
Além dos blocos e festas houve espaço para as escolas de samba na Funarte…
Conseguimos incluir as escolas de samba. Teremos a reapresentação delas quando a festa acabar. Mas, sobretudo, tivemos um aprendizado com as escolas. Elas são patrimônio da cidade. Precisamos pensar melhor de que forma elas podem fazer o que elas mais querem, que é o desfile. Conseguimos também ter um diálogo maior com a Liga das Escolas de Samba e podemos evoluir mais nesse tema.
O que pode ser repetido para os próximos anos?
O polo Funarte se mostrou um lugar seguro, mas não quer dizer que será exatamente igual. Mostramos que o Carnaval está crescendo em números. O tempo não ajudou muito, mas ao mesmo tempo não prejudicou. As pessoas saíram com chuva e curtiram.
E para 2021?
A gente pretende discutir sobre isso já no mês de março, com um grupo de trabalho. O Carnaval de Brasília se tornou um evento de alta responsabilidade…
As campanhas contra assédio e violência também funcionaram…
Tudo foi bem pensado: as campanhas contra assédio porque os grupos se organizaram e atenderam o apelo. A Secretaria de Segurança também está de parabéns porque fez um belo trabalho de policiamento – que pode até ser replicado para a outras cidades. Brasília hoje é referência nacional.