12/03/2020 às 17:34, atualizado em 12/03/2020 às 17:44

Operação conjunta recolhe carcaças em Taguatinga

Ação faz parte da campanha para eliminar focos do mosquito transmissor da dengue no Distrito Federal

Por Gizella Rodrigues, da Agência Brasília

O Detran é um dos parceiros da operação, que envolve outros órgãos do governo e terá continuação, em diferentes etapas já programadas | Foto: Paulo H Carvalho / Agência Brasília

Uma operação de vários órgãos do governo recolheu 15 carcaças de carros velhos abandonadas em área pública no Setor H Norte, em Taguatinga, na manhã desta quinta-feira (12). A operação faz parte dos esforços do GDF para eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya.

A ação de combate à dengue em Taguatinga foi realizada a pedido da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival), que, no sábado (7), em parceria com o Corpo de Bombeiros, visitou casas na M Norte e nas quadras QNH para eliminar possíveis focos do mosquito. A quantidade de sucatas abandonadas no Setor H Norte chamou atenção dos agentes.

Na ocasião, foram identificadas 38 carcaças para serem retiradas. Os proprietários dos carros velhos não foram notificados porque a ideia era fazer uma operação surpresa e evitar que eles escondessem as sucatas e impedissem o recolhimento. Mesmo assim, muitos viram a movimentação dos fiscais e ocultaram as carcaças.

A retirada desse material das ruas é resultado de uma parceria entre a Administração Regional de Taguatinga, a Secretaria Executiva das Cidades e o Polo Oeste do GDF Presente, com apoio do DF Legal, do Detran e da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Segundo o coordenador do Polo Oeste, Elton Walcacer, é a terceira vez que o GDF faz a limpeza do local na gestão do governador Ibaneis Rocha. “Desde o SOS DF fazemos operação aqui, mas o pessoal esconde as carcaças e coloca nas ruas assim que deixamos o local”, relatou.

Área pública

A maior parte das sucatas retiradas do setor H Norte estava abandonada em uma área pública às margens da BR-070, que acabou se transformando em um lixão, pois os carroceiros se aproveitam para encher o local de entulho.  Segundo funcionários da Administração de Taguatinga, alguns donos de oficina do setor compram carros velhos e retiram as peças para revender. Com isso, deixam na rua o resto dos veículos, muitas vezes sem motor, janelas e bancos.

O problema é que as sucatas acumulam água, o que permite o crescimento das larvas do Aedes aegypti. “As carcaças dos carros acabam se tornando criadouros do mosquito da dengue e pontos de proliferação de larvas”, reforça o administrador de Taguatinga, Geraldo César de Araújo. O órgão recebeu 49 reclamações e denúncias de moradores na Ouvidoria.

Segundo o administrador, há três grandes focos de dengue na cidade: as quadras QNH – onde fica o setor H Norte–, QNJ – que concentram grande quantidade de lotes vazios – e as quadras da M Norte e da QNL, locais onde as casas costumam virar criadouros do mosquito. “Nossa intenção é eliminar os focos em Taguatinga”, disse Araújo. O Setor de Oficinas de Taguatinga Sul, informou ele, também está na rota dessa operação.

Leilão

O GDF deve lançar um decreto em que autoriza a Secretaria de Segurança Pública (SSP) a recolher todos os carros e carcaças de ferros-velhos localizados em área pública que estejam colocando a população em situação de risco. A meta é acelerar o recolhimento de cerca de mil veículos que, já catalogados e identificados, se encontram há anos em estado de abandono.

O governo deve abrir um prazo de 30 dias para que os proprietários possam reaver os bens apreendidos – caso contrário, os mesmos serão prensados e encaminhados a leilão público. As sucatas apreendidas nesta quinta-feira foram levadas para o depósito da administração, onde ficarão por 15 dias, prazo durante o qual os donos poderão recuperá-las caso apresentem documentos que comprovem a propriedade dos bens. Depois desse período, elas são encaminhadas ao depósito do Detran, onde serão leiloadas para empresas de reciclagem.