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20/03/2020 às 18:31, atualizado em 20/03/2020 às 19:29
Produtores do Distrito Federal doam flores a hospitais em apoio aos profissionais da saúde
“Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.” Uma das clássicas frases do livro O Pequeno Príncipe (1943), de Saint-Exupéry, resume bem o gesto tocante de produtores de flores do Distrito Federal, realizado na tarde desta sexta-feira (20) em quatro hospitais do Plano Piloto. Mostrando que, assim como foi dito pela raposa ao jovem monarca loiro em dado momento da trama criada, generosidade sempre é bem-vinda, sobretudo em tempos de caos.
E, assim, após uma reunião de emergência ocorrida durante a manhã, 25 produtores do ramo decidiram doar parte do estoque para os profissionais da área da saúde em homenagem aos esforços da classe no combate ao coronavírus. Os buquês de flores tropicais como alpina, lírio, helicônia, boca de leão e rosas vermelhas, rosas e amarelas foram doadas a profissionais do Hemocentro, Hran, Hospital de Base e HMIB (Hospital Infantil de Brasília).
Para evitar o contágio, as flores foram in natura, ou seja, sem qualquer tipo de embalagem, e entregues por Francisco Jakubowski, diretor da Associação Brasiliense dos Produtores de Flores e Plantas do DF – Central Flores, que estava acompanhado de sua filha Daniela e de sua irmã Márcia. “Quando apresentamos a ideia ao secretário de Saúde ele nem acreditou, ficou felicíssimo, diante de tanto problema, adorou a ideia”, contou.
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No Hemocentro, cada doador de sangue que se dispunha a sair de casa para realizar um gesto de solidariedade, também levou uma rosa como recordação. Foi o caso da administradora Jéssica Laranjo. “Acho muito lindo essa ação porque em meio a tanto medo num cenário tão caótico, é uma forma de criar empatia e segurança”, disse a doadora, que resolveu doar sangue, após saber que a proliferação do Covid-19 pode gerar escassez de banco de sangue. “Gentileza gera gentileza. É a primeira vez que venho doar sangue”, admitiu.
A iniciativa foi inspirada numa ação de produtores holandeses realizada recentemente na Europa. Para Francisco Jakubowski, a ação voluntária teve o intuito de amenizar o clima de tensão nos hospitais. “Claro que se colocarmos as flores na câmara fria, elas ainda podem durar um tempo, mas decidimos pela doação em solidariedade a esses profissionais que estão passando por momentos delicados e difíceis”, ressaltou o produtor. “Que cada flor simbolize um sopro de esperança”, desejou.
Técnica de enfermagem do Hran, Darlene de Souza viu como nobre a iniciativa dos Produtores de Flores do DF. “É uma ação bonita porque eles iriam sair no prejuízo, mas tiveram a bondade de lembrar de nós, ainda mais nesse momento cruel, no Brasil e no mundo todo”, confessou a profissional de saúde. “Num momento em que todos estão em suas casas, nós estamos aqui trabalhando”, emendou.