09/04/2020 às 19:40, atualizado em 09/04/2020 às 19:44

Ensino mediado pela internet começa com Google Sala de Aula

Secretaria de Educação pretende proporcionar pacotes de internet gratuitos para chegar a todos os estudantes e professores

Por Agência Brasília *

| Foto: Álvaro Henrique / Secretaria de Educação

A partir desta quinta-feira (9) a rede pública de ensino diz “presente” aos estudantes. Vai estar onde eles estiverem. Basta que tenham acesso à internet para estar, virtualmente, nas escolas que frequentam, nas suas salas de aula, ao lado dos colegas que conhecem, com os professores que lhes ministravam aulas presenciais há até três semanas.

A possibilidade de estar de volta às aulas em pleno isolamento prescrito para conter a pandemia da Covid-19 será proporcionada pela Secretaria de Educação, por meio do sistema Google for Education, que foi implementado e customizado para a pasta pela Ensinar Tecnologia, empresa parceira de Pernambuco.

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Na próxima segunda-feira (13), começa a formação dos professores que desejarem utilizar a plataforma e a inserção dos conteúdos, sob a coordenação da Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (Eape). A partir da semana seguinte as aulas virtuais já podem ser iniciadas para os alunos da rede.

A Secretaria de Educação optou pela Google para o Ensino Médio e Anos Finais depois de concluir que esta é a plataforma com melhor aderência ao programa Escola em Casa DF. Para firmar a parceria, sem custos financeiros para a pasta, a área técnica considerou que a plataforma já está disponível na maioria dos smartphones utilizados pelos estudantes, o Android; é a que consome menos dados; e a que já é utilizada por 44 mil estudantes e 4 mil professores da rede.

Dados patrocinados

Aliado ao uso da plataforma, a Secretaria anunciará nos próximos dias os pacotes de internet gratuitos, que já estão em fase final de negociação com as operadoras.

Os pacotes vão permitir que os usuários da plataforma, por meio da chamada cobrança reversa, tenham suas contas pagas pelo governo cada vez que a plataforma for acessada. Assim, estudantes e professores não precisarão gastar seus próprios pacotes.

Mesmo aqueles que não têm acesso à internet poderão usar livremente as ferramentas com as contas pagas pela secretaria, desde que haja sinal em suas regiões. Pesquisa Distrital por Amostragem de Domicílio (Pdad) realizada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), entre março e outubro de 2018, mostra que 94% dos estudantes da rede pública têm meios para acessar a internet. Falta-lhes o pacote gratuito.

O Google, por intermédio da Ensinar Tecnologia, proporcionará suporte para dúvidas dos estudantes enquanto durar a suspensão das aulas presenciais; a formação dos professores, com a coordenação da Eape; e a customização da plataforma, para que o aplicativo se adapte bem à imagem e às particularidades da rede pública de ensino.

Passo a passo para acessar (logar)

Os professores que já têm login e senha da plataforma podem inserir conteúdos a partir desta quinta-feira (9). Para os demais, a secretaria pretende divulgar guia com um passo a passo na próxima segunda-feira (13).

No mesmo dia será divulgado o passo a passo para os estudantes obterem logins e senhas que lhes permitirá usar a plataforma. A divulgação de ambos será feita pelo site da pasta e por redes sociais oficiais, em que os estudantes terão acesso a todas as informações do programa.

| Foto: Álvaro Henrique / Secretaria de Educação

A Secretaria de Educação também vai ofertar conteúdo referente a duas semanas de aulas para que os professores possam usar este tempo para adaptação. Ao mesmo tempo começará o treinamento, previsto para durar uma semana. Terminada esta etapa, começam as aulas virtuais.

As aulas vão começar pelo Ensino Médio. Esta etapa conta com 80 mil alunos e 4,4 mil professores em 90 escolas. Destes alunos, cerca de 17 mil estudam em 16 escolas da área rural. Em seguida as aulas serão estendidas aos anos finais do Ensino Fundamental.

A secretaria pretende desenvolver uma logística para atender aqueles que não tiverem meios de acesso. É possível inclusive que sejam enviados conteúdos impressos às residências desses alunos. Mas, antes, a secretaria avaliará a adesão ao programa. O objetivo é chegar a todos.

A plataforma está disponível para qualquer navegador, tais como o Google Chrome, o Firefox, o Internet Explorer ou o Safari, além dos dispositivos móveis Android e iOS. A navegação é muito intuitiva, de fácil compreensão. A capacidade de armazenamento de informações é ilimitada.

Cada professor fará seus planejamentos. A interação é muito simples. A escola vai estruturar as salas virtuais, por ano e turma.

Quando o aluno entrar, vai encontrar todos os componentes curriculares. Em cada um haverá as atividades e os espaços para anexar documentos, ou seja, as tarefas realizadas. A plataforma permite a comunicação direta entre aluno e professor.

Ano Letivo

| Foto: Álvaro Henrique / Secretaria de Educação

No mesmo ambiente haverá o controle da frequência e as avaliações, que serão feitas pelos professores. Também será possível o acompanhamento dos pais ou responsáveis que assim o desejarem. Por enquanto, as aulas na plataforma virtual não contarão como horas letivas. A questão está em análise.

“A preocupação é não deixar ninguém para trás, independentemente, agora, se as aulas virtuais vão ser consideradas dias letivos ou não”, afirma o secretário de Educação, João Pedro Ferraz, esclarecendo que a questão legal pode ser resolvida durante o processo, mas deixar os jovens sem aulas, barrando-lhes o desenvolvimento, não: “Isso precisa ser resolvido já e é papel do poder público proporcionar resposta rápida”.

 

* Com informações da Secretaria de Educação