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20/04/2020 às 15:00, atualizado em 20/04/2020 às 19:19
O publicitário escreve uma ode à capital federal e diz: ora, as outras cidades não têm horizonte, usam nomes para endereços, têm o céu picotado. “Brasília é meu ponto de partida”, fala
[Numeralha titulo_grande=”1″ texto=”dia para os 60 anos de Brasília” esquerda_direita_centro=”centro”]
Em homenagem à capital federal, formada por gente de todos os cantos, a Agência Brasília está publicando, diariamente, até 21 de abril, depoimentos de pessoas que declaram seu amor à cidade.
[Olho texto=”Hoje assumo Brasília, assumo o que a gente tem em comum e me orgulho. Hoje brigo por ela. Ela não é a sua cidade. É a minha.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”centro”]
As outras cidades são tão esquisitas, tem um monte de gente na rua, tudo junto, sem distância, não dá pra cantar ou falar sozinho sem alguém te olhar estranho.
As outras cidades são tão esquisitas, usam nomes para endereços, onde já se viu? Não tem lógica, não tem ordem.
As outras cidades são tão esquisitas, o céu é todo picotado, não é inteiro, não é completo.
As outras cidades são tão esquisitas, cheias de muros. Os prédios não se levantam para você passar ou se deitar embaixo deles.
As outras cidades são tão esquisitas, sem horizontes, sem espaços vazios, sem verde por todos os lados.
As outras cidades são tão esquisitas, não têm forma de nada.
Nasci em Brasília e passei minha vida toda ouvindo pessoas fazerem críticas porque ela não atendia os pré-requisitos que eles achavam essenciais em uma cidade. Tinha sempre que explicar: não, não tem centro. Sim, tem uma avenida bem no meio sem sinais.
Brasília é o meu lugar, minha matriz, meu ponto de partida. Ela é o meu normal. É a partir dela que eu comparo e não o contrário. Demorei muito tempo pra chegar nesse estágio. Acreditava nos outros e nas suas referências. Sempre foram maioria: os primos, os tios, os amigos dos meus pais, as pessoas que vinham de fora trabalhar aqui. Concordava com eles dando um riso meio sem graça como alguém que não tem coragem de defender um amigo. Hoje assumo Brasília, assumo o que a gente tem em comum e me orgulho. Hoje brigo por ela. Ela não é a sua cidade. É a minha.”
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Thiago Diniz, 40 anos, publicitário, morador da Asa Norte