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04/05/2020 às 18:03, atualizado em 05/05/2020 às 16:17
Limpeza é realizada pelos sentenciados, que recebem Equipamento de Proteção Individual (EPI) e instruções para a realização do serviço
Para reforçar as medidas de segurança que visam conter a disseminação do novo coronavírus no ambiente carcerário, a Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) passa a fazer a assepsia de celas, viaturas e prédios da administração e da parte externa dos presídios por meio de sua Gerência Obras e Reparos (Geor). A mesma ação havia sido realizada com apoio do Exército Brasileiro e da Vigilância Ambiental.
Desde que o novo coronavírus foi identificado no Distrito Federal, uma série de ações foi iniciada para evitar que o vírus chegasse às unidades prisionais. Com a detecção dos casos, ações pontuais foram adotadas.
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“Fazer a desinfecção das áreas internas e externas dos presídios é uma dessas medidas. Já contávamos com o apoio de outros órgãos, mas poderemos intensificar esta medida com a equipe coordenada pela própria Sesipe, além de poder repeti-la rotineiramente”, comemorou o secretário e Segurança Pública, delegado Anderson Torres.
“Poder contar com uma equipe da própria subsecretaria nos permite realizar um número maior de ações. Já realizávamos o mesmo procedimento para conter o mosquito da dengue, e fizemos adaptações necessárias para implementarmos o novo serviço”, explicou o coordenador-geral da Sesipe, Érito Pereira.
A desinfecção é realizada pelos próprios sentenciados, que recebem Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado e instruções para a realização do serviço. “Contamos com mão de obra já especializada, ou seja, que já realizava a mesma ação nas unidades prisionais, mas direcionada para o combate da dengue”, contou o gerente da Geor, Willian Pereira.
A equipe é composta por quatro reeducandos do regime aberto. Eles participam de ações fora das unidades prisionais – como prédio da Sesipe, da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) e do Centro Integrado de Operações de Brasília (CIOB) – marcadas para a próxima semana.
Nas unidades prisionais é necessário utilizar a mão de obra de internos classificados para o trabalho sem saída externa. “Não é possível levar reeducandos de uma unidade para outra. Desta forma, em alguns presídios utilizamos a mão de obra de internos que já desenvolviam alguma atividade laboral. Eles recebem o EPI e as instruções necessárias e realizam o serviço sob minha coordenação, que acompanha todo o procedimento”, explicou Willian.
O material utilizado para a desinfecção é o Hipoclorito de Sódio, componente da água sanitária para a limpeza, indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Nas viaturas, utilizamos álcool vaporizado, mas nas demais estruturas, como paredes e pisos, o ideal é o hipoclorito de sódio”, acrescentou o gerente da Geor.
Unidades
Nesta segunda-feira (4), a Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE), grupo de elite da Sesipe, e Centro de Detenção Penitenciária (CDP) receberam a equipe para a assepsia preventiva. As penitenciárias do Distrito Federal I e II (PDF I e II) e Centro de Internamento e Reeducação (CIR) serão os próximos. O Centro de Progressão Penitenciária recebeu a equipe na última sexta-feira (1º/5).
Para o diretor da DPOE, o policial penal Antônio Arino, a medida é de extrema importância e foi complementar ao que já havia sendo feito pela unidade. “A DPOE é responsável pela transferência de sentenciados. Realizamos também as escoltas hospitalares e as judiciais que ainda ocorrem. A desinfecção de viaturas e ambiente é essencial para a segurança de nossos policiais”, defendeu.
A desinfecção em dias alternados já vinha sendo realizada pelos próprios policiais. “Implementamos a rotina de desinfecção de toda a sede e dormitório de plantonistas. Colocamos também os colchões diariamente do lado de fora, para arejar e por conta da luz solar”, acrescentou Antônio.
Visitas
As visitas continuam suspensas até o próximo dia 15 de maio, quando o esquema será reavaliado.
Desde o dia 12 de março não ocorrem visitas aos internos que cumprem pena nos seis presídios do DF. A medida tem caráter preventivo e está alinhada às ações do Governo do Distrito Federal (GDF) voltadas para a prevenção do contágio pelo novo coronavírus.
Antes da suspensão, as visitas ocorriam, semanalmente, às quartas e quintas-feiras. Às sextas, uma pequena parcela de sentenciados recebia visitantes.
* Com informações da SSP-DF