10/05/2020 às 13:18, atualizado em 11/05/2020 às 13:36

Agricultoras contam como conciliaram lavoura e maternidade

Uma, voltou a estudar para ser exemplo em casa; outra, compartilha a profissão com a prole já criada

Por Agência Brasília

Neste domingo especial de Dia das Mães, a Emater-DF conta a história de três mães agricultoras, que são exemplos de coragem, trabalho, fé, esperança e amor. Juntas, Noilde Maria de Jesus, Luzia Rodrigues e Maria Terezinha da Silva criaram 26 filhos ao mesmo tempo em que trabalhavam na lavoura.

Noilde

Natural de Juvenília (MG), Noilde Maria de Jesus está em Brasília há 30 anos. Na capital federal, nasceram seus nove filhos naturais e a caçula, adotada. A agricultora vive com oito deles em sua propriedade de cinco hectares no assentamento Betinho (região administrativa de Brazlândia), onde planta, principalmente, morangos, além de abóbora, vagem e outras hortaliças.

“Tive que me educar para ser mãe. Hoje, consigo conciliar os dois trabalhos — a maternidade e a produção na lavoura. Todos ajudam, menos os dois mais velhos, que já casaram”, conta Noilde.

Noilde de Jesus com quatro de seus dez filhos em sua chácara no assentamento Bentinho

A agricultora diz que a dedicação aos meninos é tanta que um deles, com dificuldades no colégio, teve o incentivo da própria mãe. “Voltei a estudar para mostrar a ele como não era difícil. O resultado foi bom para nós dois: eu aprendi mais e ele se desenvolveu bem na escola”, diz.

Com a crise sanitária, Noilde está plantando menos, pois a demanda diminuiu. “Todo mundo está enfrentando dificuldades, mas logo isso vai passar”, confia. Pelo menos, o Dia das Mães será junto com os filhos, já que todos moram na chácara.

Luzia
Com oito filhos — quatro homens e quatro mulheres —, Luzia Rodrigues vive no núcleo rural Contagem (região administrativa de Sobradinho II) e planta, principalmente, banana e mandioca. Todos os filhos são agricultores.

“Batalhei muito pra educar os meninos. Hoje, estão todos grandes, criados”, se orgulha. Há 20 anos, Luzia deixou o Piauí e veio para Brasília, tentar a vida. “Aos poucos, fomos nos arrumando”, conta.

Com apoio da Emater-DF, Luzia produz bananas. “O momento está um pouco difícil, com essa pandemia. Mas vamos resistindo. O amor, principalmente o dos filhos, ajuda a gente a suportar melhor a crise”, completa Luzia.

Therezinha
Maria Terezinha da Silva mora com o marido, Custódio da Silva, na Colônia Agrícola Rajadinha II (região administrativa de Planaltina). Na propriedade de dois hectares, o casal cultiva flores e plantas ornamentais. Terezinha tem oito filhos (cinco mulheres e três homens), todos já grandes. “Cada um cuida do seu trabalho, mas todos se ajudam”, diz Terezinha, que divide a propriedade com cinco filhos.

O casal faz parte do Circuito Rajadinha — rota de turismo rural criada pelos produtores da região, que conta com o apoio da Emater-DF. O trabalho surgiu há seis anos e visa estimular a economia local por meio da venda de produtos agrícolas diretamente ao consumidor. “O circuito melhorou bastante a nossa venda, mas achamos que podemos crescer ainda mais”, vislumbra Terezinha, que vai passar o Dia das Mães com os filhos na chácara.

“Essas histórias de amor e de superação só nos motiva ainda mais a continuar nosso trabalho junto aos agricultores e agricultoras do DF”, disse a presidente da Emater-DF, Denise Fonseca. “São exemplos individuais de amor e dedicação, mas que representam todas as mães que trabalham no campo em busca de um futuro melhor para os filhos. Parabéns a todas as mamães agricultoras”, afirmou.

A Emater-DF

Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 18 mil produtores do DF e Entorno. Por ano, realiza cerca de 150 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.

*Com informações da Emater-DF