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11/05/2020 às 11:13
Durante a suspensão das aulas em razão da Covid-19, professores de uma escola de Taguatinga fazem da internet uma ferramenta de ajuda à aprendizagem
O ensino mediado por tecnologia é o maior aliado da escola durante a pandemia da Covid-19, que levou à necessidade de suspensão das aulas. O Centro Educacional (CED) 5, de Taguatinga, é uma das unidades que já incorporaram a metodologia ao cotidiano. Mais de 100 professores da escola e 70% dos alunos já utilizam a plataforma Google Sala de Aula, adotado ela escola há dois anos. Para aqueles que não têm acesso, a direção estuda a oferta de materiais impressos com base no que já oferece on-line.
José Alderi Magalhães, avô de Júlia Rodrigues Magalhães, do terceiro ano do ensino médio do CED 5, avalia que o ensino a distância não substitui o método presencial, mas entende que, nesse momento, a tecnologia é uma boa iniciativa. “Espero que tudo volte ao normal logo e que a minha neta, assim como seus colegas, não seja prejudicada”, diz. “Mas, enquanto isso, o melhor é continuar estudando em casa. E, é preciso dizer, o apoio dos professores tem feito a diferença”.
Aulas virtuais
O professor de física Marco Aurélio Silva abriu vários canais para que ninguém fique sem estudar. Com humor e criatividade, o docente mantém atualizadas suas páginas no Instagram, Facebook e YouTube. Ele posta fotos e pequenos vídeos de experimentos, com duração de até um minuto, com demonstrações sobre termômetros, circuitos elétricos, trabalhos de alunos e resumos de quadro e cadernos. Enquetes também fazem parte da rotina, como forma de engajar os estudantes.
“No Instagram, criei quatro grupos, dois para professores e responsáveis e dois para estudantes, onde encaminho materiais e peço para divulgarem com os amigos”, conta o professor. Segundo ele, depois da pandemia, a adesão aos seus perfis tem sido muito boa, o que demonstra o interesse dos estudantes, professores e familiares que desejam acompanhar os acontecimentos.
Marcos planeja ofertar material para aqueles que não têm acesso à internet. “Já temos aulas que estão sendo postadas e acessadas por todas as turmas”, informa o diretor da escola, Elcilênio Alves de Freitas. “Com certeza, [isso terá] um resultado excelente”. Até a pandemia, estes estudantes eram atendidos por um sistema off-line, com o empréstimo de um HD a partir do qual podiam copiar e compartilhar arquivos em PDF, slides e músicas.
“Desejo que todos os estudantes um dia possam ter esse acesso à internet, porque a educação evoluiu”, reforça a professora de História do CED 5, Leidiane Braga, que tem utilizado vídeos dinâmicos de docentes familiarizados com a rotina virtual. O trabalho, depois, fica por conta dos resumos, PowerPoint e questionários que a professora cria com base nesses materiais.
[Olho texto=”“Desejo que todos os estudantes um dia possam ter esse acesso à internet, porque a educação evoluiu”” assinatura=”Leidiane Braga, professora de História do CED 5″ esquerda_direita_centro=”centro”]
Leidiane criou um canal no YouTube no qual disponibiliza vídeos completos e editados com as dúvidas enviadas pelos stories do Instagram. O próximo passo, conta, é fazer uma pesquisa entre os alunos para saber qual rede é mais utilizada, para, então, criar uma página no Instagram. Todo o conteúdo está sendo transferido, para que os estudantes que dispõem de internet acessem suas turmas e participem das atividades com seus grupos.
Todos conectados
O esforço dos professores conta ainda com a ajuda dos estudantes. Para facilitar o contato e o compartilhamento de informações, lembretes e atividades, dois representantes de cada turma foram inseridos em um grupo no WhatsApp com os docentes, a supervisora pedagógica e os coordenadores pedagógicos.
A ideia, que partiu da estudante Maria Eduarda Siqueira, do terceiro ano, era manter os professores por perto em caso de dúvidas ou problemas no aprendizado. “No início disso tudo, ficamos um pouco perdidos”, conta a aluna. “Estávamos acostumados com a presença deles [professores], o que nos deixou muito dependentes. O grupo facilitou nossos estudos. Os professores mandam as atividades e conteúdos e a gente compartilha com os outros grupos das nossas turmas”.
Também aluna do terceiro ano, Júlia Magalhães reconhece que a iniciativa dos professores não substitui a sala de aula, mas é importante para manter o foco nos estudos. “É muito melhor do que ficar em casa sem direcionamento e acompanhamento”, aponta. “As aulas virtuais ajudam a atravessar essa quarentena e a insegurança desse momento”.
* Com informações da Secretaria de Educação (SEE)