12/05/2020 às 16:57, atualizado em 12/05/2020 às 17:35

Cara nova para a Galeria dos Estados 

Área externa tem 98% dos trabalhos concluídos, com criação de uma nova praça. Nas instalações internas, obras também avançam 

Por Jéssica Antunes, da Agência Brasília 

Novos jardins, na área externa, já estão quase todos concluídos | Fotos: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

No coração de Brasília, a Galeria dos Estados toma nova forma. Três anos depois de um bloco de concreto do Eixo Rodoviário Sul desabar sobre a passagem subterrânea, as obras de reconstrução estão perto do fim. Do lado de fora, a urbanização foi restaurada e uma praça dá nova cara e experiência a quem passa por ali: 98% das ações já foram executadas. Dentro, as melhorias chegam a 70%.

As obras são executadas pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Diretor de Urbanização da estatal, Sérgio Antunes Lemos conta que a fase é de acabamento e limpeza na parte externa da galeria. “Foram instalados oito mil metros de calçadas e meios-fios, plantados 7,1 mil metros quadrados de grama e construídos mais 16 bocas de lobo para dar melhor condição de drenagem”, elenca.

Toda a pavimentação das alças de acesso foi recapeada. Na Praça dos Estados, o verde tomou conta, com plantio de 64 palmeiras e 18 ipês coloridos, além das lâmpadas de LED que, instaladas pela Companhia Energética de Brasília (CEB), garantem a iluminação em toda a área.

Área interna

Já a reforma da passagem subterrânea, iniciada em fevereiro de 2019, tem 70% dos serviços realizados. Na segunda-feira (11), foi interditada a última parte da obra, que precisa de intervenção. São executados trabalhos de recuperação, manutenção coletiva e revitalização dos viadutos sobre a galeria, incluindo estrutura, impermeabilização, instalações e acessibilidade.

Na área interna da galeria, obras chegam a 70% de conclusão. Piso de granito já foi instalado na maior parte

Além da reconstrução de lojas, a galeria ganha pisos de granito, revestimentos nas paredes e tetos, cabeamento para internet, banheiros públicos, circuito interno de segurança, iluminação de LED, impermeabilização do teto, acabamento e esquadrias.

“Estamos vivendo um momento único com o coronavírus, que fez com que o número de empregados fosse reduzido por serem do grupo de risco”, explica Sérgio Antunes. “A vida humana deve ser valorizada, por isso o andamento da obra é mais lento”.

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Renascimento

Para chegar ao trabalho, a recepcionista Márcia Teixeira, 42 anos, precisa utilizar a passagem subterrânea que une o Setor Comercial Sul (SCS) ao Setor Bancário Sul (SBS). Pela própria rotina, que já dura cinco anos, ela viu de perto o desabamento de um bloco de concreto que destruiu parte da galeria, e acompanha a renovação daquele lugar dia após dia.

“Acho que é como se fosse um renascimento”, define. “Depois de ver tudo destruído, é muito bom ver sendo arrumado, com praça, com piso novo. Está ficando bonito”, diz a moradora de Ceilândia. Márcia valoriza o investimento na área e espera zelo de quem passa por ali. “Apesar de tudo, já temos um lugar melhor do que era antes. Está mais iluminado, arborizado, cuidado”, aponta.

“Brasília é patrimônio histórico”, lembra o diretor de Urbanização da Novacap. “Por mais que seja uma cidade nova, temos que cuidar. Vamos deixar para as próximas gerações um legado positivo, um espaço que pode ser usado para lazer no coração da capital de todos os brasileiros”. Assim como Márcia Teixeira, ele espera que o público usuário ajuda na conservação. “Quem ama, cuida”, destaca.

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Relembre o caso

O trecho do Eixo Rodoviário Sul que ficou interditado por 16 meses após a queda do viaduto sobre a Galeria dos Estados foi liberado em junho de 2019. A atual gestão recebeu a obra com 24% de execução e trabalhou para dar agilidade aos trabalhos. Profissionais trabalharam em dois turnos, com 138 operários e investimento de R$ 12 milhões.

O incidente aconteceu em 6 de fevereiro de 2017, quando um bloco de concreto com 300 metros quadrados e 45 toneladas desabou do Eixão, comprometendo duas das três faixas da rodovia. Parte da passagem subterrânea que une o SCS ao SBS foi destruída. Três carros foram seriamente danificados, mas ninguém se feriu.