14/05/2020 às 20:09, atualizado em 14/05/2020 às 20:11

Sedes faz a última visita técnica para a abertura do Alojamento Provisório de Ceilândia

Sob a responsabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Social, unidade tem capacidade para 200 pessoas e vai funcionar no Abadião

Por Agência Brasília*

Foto: Divulgação Sedes

Tudo pronto para começar o acolhimento no Abadião em Ceilândia. Foto: Divulgação Sedes

A equipe da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) fez, nesta quinta-feira (14), a última visita técnica para inspecionar os ajustes finais nas instalações do Alojamento Provisório de Ceilândia. A unidade começou nesta tarde o acolhimento das pessoas em situação de rua durante a pandemia do novo coronavírus, causador da Covid-19, com disponibilidade de 200 vagas .

Montado no Estádio Maria de Lourdes Abadia, o Abadião; a unidade de Ceilândia é terceira erguida desde o início das medidas adotadas para isolamento social no DF. Em abril, foram instalados alojamentos no Autódromo Internacional Nelson Piquet e no Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Granja das Oliveiras, no Recanto das Emas, que estão com atendimento para 200 e 105 pessoas, respectivamente.

“Nossa ideia foi fazer a unidade de Ceilândia nos moldes do alojamento do autódromo, para que passe a ser um padrão no serviço de acolhimento neste período de pandemia. O que os abrigados de lá têm, aqui também vai ter”, explica a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha. “Esses são espaços para receber essas pessoas com dignidade, respeito e proteção nesse período tão delicado que estamos enfrentando”, afirma.

O alojamento conta com 66 containers; sendo 46 dormitórios em áreas comuns, oito para banheiros sanitários, quatro para banho e quatro dormitórios para isolamento de pessoas com suspeita de infecção. Há ainda mais quatro destinados a banheiros para os casos suspeitos.

Vinte pessoas já estão alojadas no estádio. Os acolhidos terão direito à refeição, dormitório e higienização; estão previstas parcerias que vão oferecer oficinas culturais, profissionalizantes, cortes de cabelo e atendimento odontológico, entre outros. O Hospital Regional de Ceilândia (HRC) vai disponibilizar uma equipe de enfermagem para realizar atendimento o local.

Um dos alojados é o rondoniense Robert Mariano*, de 36 anos. Em situação de rua por conta da dependência química, ele acha que o local é uma nova oportunidade para recomeçar. “Cheguei na noite de quarta-feira (13) e recebi um tratamento digno, que mudou meu pensamento. Quero ficar aqui enquanto durar essa pandemia, mas quando sair, pretendo buscar um emprego e voltar para minha casa”.

A exemplo do que ocorre no autódromo, nos próximos dias a Polícia Civil irá enviar a unidade móvel para fornecimento de identidade para quem não tem o documento; e o Consultório na Rua, da Secretaria de Saúde, para fazer o atendimento com médico dos alojados.

Serviço de acolhimento

O encaminhamento dessas pessoas para o acolhimento é feito por uma central que gerencia o Sistema Integrado de Desenvolvimento Social (Sids), responsável pelo cadastro de pessoas em situação de vulnerabilidade social no DF. Essa equipe envia para Sedes a lista com as solicitações de vagas, assim, os técnicos da secretaria fazem um diagnóstico e em seguida realiza o encaminhamento dessas pessoas em situação de rua para as unidades de acolhimento, sejam aquelas de execução direta ou organizações da sociedade civil parceiras do GDF.

*Nome modificado para preservar a identidade do entrevistado.

 

*Com informações Sedes