02/06/2020 às 19:46, atualizado em 02/07/2020 às 14:30

Sanear Dengue inspecionou 1.922 imóveis no Lago Sul e Riacho Fundo

Vigilância Ambiental alerta para a importância do envolvimento da população na limpeza dos imóveis

Por Agência Brasília* | Edição: Mônica Pedroso


Em dois dias de ações no Lago Sul e no Riacho Fundo I, as equipes do Sanear Dengue inspecionaram 1.922 imóveis e localizaram 8.490 reservatórios com água limpa e parada. Foi necessário fazer o tratamento focal, uma vez que 855 recipientes estavam com larvas do mosquito transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela (urbana). A Vigilância Ambiental destaca que cada reservatório pode abrigar milhares de futuros mosquitos, pois apenas uma fêmea pode colocar cem ovos por postura, podendo chegar a 200.

No Lago Sul, as quadras visitadas foram a SHIS QI 5, 9, 11, 12, 13 e 21. De acordo com o último boletim epidemiológico das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, da Secretaria de Saúde, o Riacho Fundo I já registrou 423 casos de dengue e dois do Zika vírus. O Lago Sul registrou 277 casos de dengue e três da febre de chikungunya.

Sanear

Os trabalhos do Sanear Dengue são coordenados pela Diretoria Vigilância Ambiental (Dival) em parceria com outros órgãos, como as administrações regionais, Corpo de Bombeiros e Serviço de Limpeza Urbana (SLU). Embora diariamente todas as Regiões Administrativas do DF recebam os trabalhos dos agentes da Dival, nas ações do Sanear a atuação é mais intensa e focal. Os profissionais, além de visitar as casas como de praxe, realizam o manejo ambiental retirando inservíveis das ruas, colocam armadilhas e aplicam UBV pesado (fumacê) no ambiente.

O diretor da Vigilância Ambiental, Edgar Rodrigues, relata que o confinamento contribuiu para o aumento de casos. Segundo ele, já existe em pesquisa a comprovação de que mais de 90% dos casos de dengue acontece dentro da própria casa que possui os focos do mosquito. São vasos de plantas, recipientes como calhas entre outros que acumulam água e abrigam o mosquito. Por isso, ele alerta que é de extrema importância a população reservar dez minutos por semana para averiguar objetos em casa que possam servir de berçário para os ovos do mosquito.

“Sem a população, não conseguiremos vencer a dengue e as doenças causadas pelo o Aedes aegypti. É dever de todos nós, como cidadãos, manter os ambientes livre de objetos que possam abrigar o mosquito. É um ato tão simples, mas ainda banalizado pela população que muitas vezes fica esperando a equipe para fazer essa varredura. Nisso, já nasceram milhares de mosquitos porque ele precisa apenas de cinco dias para seu desenvolvimento completo”, alertou o diretor.

Segundo o Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti no Distrito Federal (LIRAa) – metodologia que permite o conhecimento de forma rápida, por amostragem, da quantidade de imóveis com a presença de recipientes com larvas de Aedes – o Distrito Federal já tem várias regiões em fase de “Alerta”, no amarelo. São cidades pertencentes às Regiões de Saúde Leste e Norte, como o Lago Sul (Leste).

O tipo de reservatório predominante é o A2, que são os depósitos para armazenamento de água para consumo humano em nível do solo – tinas, baldes, tonéis, entre outros. Ou seja, depósitos possíveis de serem controlados e cuidados.

No Distrito Federal, até a Semana Epidemiológica (SE) 20, foram notificados 32.322 casos prováveis de dengue com a taxa de incidência de 1.059,37 casos por 100 mil habitantes.

Balanço das Ações

Riacho Fundo I
Equipes – 65
Imóveis inspecionados – 1.291
Imóveis Fechados – 459
Imóveis Recusados. -15
Imóveis Tratados – 195
Depósitos Inspecionados – 4.636
Depósitos Tratados – 358

Lago Sul
Equipes – 49
Imóveis inspecionados – 631
Imóveis Fechados – 181
Imóveis Recusados – 31
Imóveis Tratados – 114
Depósitos Inspecionados – 3.854
Depósitos Tratados – 497

*Com informações da Secretaria de Saúde