01/07/2020 às 18:40, atualizado em 02/07/2020 às 15:01

Escolas entregam cesta verde e pais recebem ajuda de forma segura

Medidas como medição da temperatura, higienização das mãos com álcool gel, distanciamento e uso de máscaras foram seguidas à risca

Por Gizella Rodrigues, da Agência Brasília I Edição: Carolina Jardon

Foto: Lúcio Bernardo Jr. / Agência Brasília

As escolas públicas do Distrito Federal prepararam um esquema especial para entregar as cestas verdes para as famílias dos alunos da rede pública de ensino. Medidas como medição da temperatura, higienização das mãos com álcool gel, distanciamento e uso de máscaras foram seguidas à risca para prevenir a disseminação da contaminação pelo coronavírus.

A Coordenação Regional de Ensino de Ceilândia comprou termômetros e álcool gel para todas as escolas da cidade.

A regional de ensino do Núcleo Bandeirante, que também coordena as escolas da Candangolândia, do Riacho Fundo I e II e do Park Way, recebeu verbas de emenda parlamentar e utilizou os recursos para a compra de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) para as escolas. Cada unidade também recebeu cinco litros de álcool gel, um totem dispenser e um termômetro digital.

Na Escola Classe 15, um vigilante media a temperatura dos pais e pedia que eles passassem álcool gel nas mãos antes de entrar na instituição. O corredor estava sinalizado com marcações no chão a cada 2 metros para que eles mantivessem distância uns dos outros. 

Quando os pais chegavam no refeitório, onde as cestas eram entregues, se dirigiam para o funcionário que tinha uma relação dos alunos de acordo com a série na qual ele estava matriculado e assinava um documento atestando o recebimento dos mantimentos. Eram cinco pessoas, cada uma com a lista de um ano (a escola leciona estudantes de 6 a 11 anos do 1º ao 5º ano).

A entrega das cestas também era ágil. Duas pessoas ficavam dentro da cantina e duas do lado de fora. “Nos preparamos para evitar qualquer aglomeração. Mesmo se os pais viessem todos ao mesmo tempo, todo o atendimento não demoraria mais de 30 minutos”, conta Ricardo da Silva Koziel, vice-diretor do colégio.

Mas não houve tumultos, nem filas. A direção da escola dividiu os alunos por ordem alfabética. Os de nome começando entre A e J buscaram as cestas no período da manhã. Os com a primeira letra do nome entre K e Y compareceram à unidade de ensino à tarde.

O colégio tem 530 alunos, mas 300 famílias demonstraram interesse em receber os alimentos. Alguns pais moram longe e não tinham como buscar ou não tinham direito ao benefício – os estudantes já são beneficiados pelo Bolsa Alimentação ou pelo Bolsa Alimentação Creche.

A EC 15 conseguiu juntar alimentos armazenados na cantina com vencimento até outubro,como arroz, macarrão, óleo, farinha de mandioca e amido de milho, e entregá-los junto com as frutas e verduras da cesta verde.

“Nossos pais estão gastando em dobro com as crianças em casa. Nossa escola é de ensino integral, as crianças ficam aqui de 8h às 18h e fazem cinco refeições por dia”, afirma Mariangela de Oliveira, diretora da escola.

Nathália Souza Mesquita, 29 anos, diz que os filhos sem aula estão pesando no orçamento doméstico. Ela tem dois filhos de 9 e 6 anos matriculados na escola que, antes da pandemia, só jantavam em casa. Agora, tomam café da manhã, almoçam, lancham e jantam em casa. “Isso se eles dormirem cedo. Senão, tem mais um lanche. Eles comem o dia inteiro”, conta.

“As coisas estão difíceis, essa cesta vai ajudar demais”, diz Juvem. Foto: Lúcio Bernardo Jr. / Agência Brasília

Juvem Pereira Oliveira, 39 anos, não nega que está passando dificuldade. Ele é pai de Maria Eduarda, de 11 anos, e está desempregado.

Trabalhava fazendo bicos, mas está sem serviço desde março. Quem está segurando a casa é a renda da mulher, que é empregada doméstica e continua trabalhando. “As coisas estão difíceis, essa cesta vai ajudar demais”, diz.

Máscaras

Foto: divulgação

Na Escola Classe 34, também em Ceilândia, as cestas vieram com um kit de 10 máscaras de pano que foram doadas aos professores da unidade. A escola tem 746 alunos e entregou 375 cestas.

Além de medir a temperatura dos pais, oferecer álcool gel e sinalizar o chão com a distância de 2 metros, a direção dividiu os estudantes por série.

Os do Ensino Infantil e do 1º ano receberam os mantimentos na tarde de terça-feira (29), quem está matriculado no 2º e no 3º anos foi à escola na manhã desta quarta-feira e os do 4º e 5º anos receberam as cestas na parte da tarde.

“Os professores de cada sala perguntaram antes quem queria as cestas para não ter desperdício. Em cada turno recebemos uns 120 pais, a entrega foi tranquila. Tivemos movimento o dia todo, mas sem tumulto”, diz a diretora do colégio Margarete Joaquim da Silva.

“Os pais elogiaram muito a qualidade das frutas e verduras”, ressaltou. 

No total, serão distribuídas 174 mil cestas ao longo de quatro semanas, adquiridas de agricultores familiares do Distrito Federal com recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), totalizando um investimento de R$ 3.413.503,19.

Nesta primeira semana, as cestas verdes serão entregues em 25% das escolas de cada regional de ensino, que montou um calendário (https://agenciabrasilia.df.gov.br/2020/06/30/alimentacao-cestas-verdes-ja-estao-disponiveis-nas-escolas/) para a distribuição dos alimentos. A entrega para as 683 escolas da rede será feita semanalmente até atingir 100% delas.