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02/07/2020 às 10:23, atualizado em 02/07/2020 às 11:16
Novos horários e fim do limite de marmitas por pessoa estão entre as medidas adotadas
O cardápio dos restaurantes comunitários está adaptado à época mais fria do ano, e o número de marmitas por pessoa deixou de ser limitado a duas refeições. A medida foi adotada para diminuir a quantidade de pessoas na fila, garantindo alimentação de qualidade e, principalmente, a segurança nutricional da população. Depois de dois meses da crise causada pelo novo coronavírus, a procura nos restaurantes por quentinhas segue seu ritmo.
O Restaurante Comunitário do Recanto das Emas é o terceiro maior em número de usuários: costumava servir mais de 3 mil refeições diárias. No início da pandemia, esse número caiu, mas após a adaptação da população, a demanda voltou a crescer, explica a diretora de Equipamentos de Segurança Alimentar e Nutricional da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), Dolores Ferreira: “Notamos que a população estava receosa em buscar marmitas. Devido a esse medo, fizemos um trabalho informando sobre a segurança no preparo dos alimentos”.
Funcionários orientam
As refeições começaram a ser servidas pontualmente às 11h. Do lado de fora, já é possível perceber a agitação das pessoas, seguindo todas as recomendações de distanciamento social, aferição de temperatura e aplicação de álcool gel. Os funcionários do restaurante organizam o fluxo e orientam sobre a retirada das marmitas, já que muitas pessoas estão buscando refeições para vizinhos, familiares e aqueles que se encontram no grupo de risco.
Com duas caixas de papelão, a designer gráfica Roberta Cristina, 38 anos, se destaca na entrada do restaurante. Ela conta que três vezes por semana, no mínimo, busca as marmitas para 17 familiares. “Quando tinha a limitação de marmitas, eu não conseguia levar para todos. Uma parte, comia aqui, e depois levávamos para os que faltavam”, relata.
A designer elogia o sabor da comida, o atendimento e a atenção dos funcionários. “É bom demais. Somos bem-recepcionados e com um precinho melhor ainda”, afirma. A gerente do Restaurante Comunitário do Recanto das Emas, Bruna Novaes, ressalta que a relação construída nesse ambiente é praticamente familiar. “Percebo uma união dos usuários e funcionários”, diz. “Estamos sentindo muita falta do contato. Hoje, lamentamos muito ver as mesas vazias e não poder estar perto”.
Menu
Todo mês, a Sedes define o cardápio para os 14 restaurantes, quando possível adaptando as refeições às festividades e à estação do ano. Nos meses de junho e julho, o alimento escolhido para destaque é o milho, que pode ser degustado de diferentes maneiras, como acompanhamento e sobremesas. A nutricionista responsável do Restaurante Comunitário do Recanto das Emas, Luciene Rocha, conta que, nesse período, a escolha foi por comidas mais quentes e com mais caldo. “Esses alimentos dão uma sensação de aquecimento, o que é bom para o inverno”, explica.
Cidadania
Esses espaços oferecem mais que apenas refeições balanceadas: levam socialização, companhia, entretenimento e informação, principalmente aos idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade. “Costumo falar que aqui somos psicólogos também. Às vezes as pessoas só querem um pouco de atenção e carinho”, diz Dolores Ferreira. Os restaurantes comunitários também desenvolvem atividades culturais e palestras educativas.
Sob condições vulneráveis, as pessoas em situação de rua têm isenção no pagamento das refeições. A subsecretária de Assistência Social da Sedes, Karla Lisboa, esclarece que equipes abordam essa população, cadastram e esclarecem sobre seus direitos. “Orientam como ter acesso à alimentação”, conta. “Há uma lista disponível atualizada para liberação das refeições dos cadastrados”. Segundo ela, são quase 3 mil pessoas em situação de rua que recebem diariamente as marmitas.
Confira, abaixo, os endereços dos restaurantes comunitários do DF.