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10/07/2020 às 10:02
No Dia Mundial da Saúde Ocular, oftalmologista do GDF alerta sobre os ricos do uso excessivo de aparelhos eletrônicos
Um provérbio árabe diz: “Somos mais parecidos com o nosso tempo do que com nossos próprios pais”. Para entender o nosso tempo agora é preciso, primeiro, compreender as razões para o fato de que as crianças e adolescentes sejam tão reféns do mundo virtual e das telas de aparelhos eletrônicos. E esse vício tem causado pelos menos um efeito colateral: problemas precoce de visão.
A oftalmologista Núbia Vanessa Lima, referência técnica da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, conta que tem percebido na rede pública clínica-hospitalar uma onda de miopia por conta do uso contínuo desses aparelhos. “Na pandemia, por exemplo, as pessoas estão em casa usando muito computador e celular. E as crianças ainda têm aulas online, o que ocasiona queixa visual, com olhos secos e dor de cabeça”, observa.
Nesta sexta-feira (10), data que em que se celebra o Dia Mundial da Saúde Ocular, a Sociedade Brasileira de Oftalmologia divulgou um alerta sobre os riscos que o tempo excessivo em frente de computadores e outros dispositivos tecnológicos.
A entidade diz houve um aumento de 39% de diagnósticos de miopia em crianças. Pior. Essa faixa etária de pessoas estão desenvolvendo estrabismo pelo uso de navegações online. A preocupação de especialistas é de que, durante o período de exposição ao universo cibernético, o usuário se esquece de piscar os olhos, ação que lubrifica a córnea. O que causa irritação, vermelhidão e visão lacrimejante, provocando coceira.
“O ideal é a gente tentar ponderar atividades que fazem mover os olhos para perto ou longe”, orienta a oftalmologista Núbia Vanessa, que tem doutorado e pós-doutorado no assunto. “O certo é exercitar as retinas, olhar para o movimento da rua, uma árvore, o horizonte. Se ficarmos muito tempo com o olho contraído para perto, vai ocasionar dor de cabeça e miopia”, constata.
Outras dicas para incentivar o brasiliense a se prevenir contra problemas visuais, sobretudo em tempos de seca (período propício a alergias) e frio no cerrado, é lavar sempre as mãos, dormir pelo menos oito horas por dia e usar sempre colírios recomendados por médicos.
Higiene é fundamental: mãos sujas nos olhos aumenta o risco de contrair, por exemplo, conjuntivite. A combinação entre frio e seca fez os atendimentos no Serviço Oftalmológico da Secretaria de Saúde aumentarem em 2018, 25%. As principais causas são alergias e falta de lubrificação ocular.
“Na época da seca o olho fica mais sensível a desenvolver alergias por causa da poeira e partículas”, alerta Núbia Vanessa. “Nos dois casos, tanto da seca quanto do frio, o uso do colírio lubrificante seria recomendado para quem fica com muita coceira e vermelhidão. E é antialérgico”, ensina a médica.
Uma observação pertinente: os remédios para esses casos devem ser prescritos por oftalmologista, para que fique evidenciado que é mesmo uma alergia ou apenas a diminuição da lágrima pela umidade baixa por conta da secura. “Não se deve usar colírios de forma indiscriminada. Eles podem causar doenças pelo uso prolongado”, recomenda a oftalmologista do GDF. “Tudo tem que ser prescrito por um médico. Do contrário, podem causar doenças como catarata ou glaucoma”, reforça.
[Olho texto=”Não se deve usar colírios de forma indiscriminada. Eles podem causar doenças pelo uso prolongado” assinatura=”Núbia Vanessa Lima, oftalmologista ” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
As doenças mais comuns dos olhos, segundo a especialista em olhos da Secretaria de Saúde do GDF, são miopia, hipermetropia (dificuldade de ver perto, por conta do uso de equipamentos eletrônicos), catarata, conjuntivite, retinopatia diabética e glaucoma. Doença hereditária, há vários tipos de glaucoma – e esta patologia ocular específica caracterizada pela pressão dentro do olho é a primeira causa de cegueira no mundo.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Oftamologia, a estimativa é que, em 2020, 3,2 milhões de pessoas devam ficar cegas devido a este problema. A projeção para 2040 é de 111,8 milhões de casos.
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No DF, existe a distribuição de colírios para essa doença pela Farmácia de Alto Custo, desde que o paciente esteja devidamente examinado, apresente os laudos e os relatórios. “É uma doença tratada com colírios, tratamento clínico ou mesmo cirurgia”, explica Núbia Vanessa.
Quase todas hospitais regionais do DF têm atendimento para essa especialidade. Devido à pandemia do coronavírus, este ano não haverá nenhuma ação preventiva da Secretaria de Saúde, para evitar aglomeração. Sobretudo porque a maioria das pessoas alvo desse tipo de iniciativa fazem parte do grupo de risco, explica a oftalmologista. “São pessoas mais de idade, que sofrem de catarata e glaucoma”.