23/07/2020 às 10:43, atualizado em 23/07/2020 às 11:28

Escadas rolantes e elevadores da Rodoviária sob vigilância

Vigilantes e ascensoristas farão parte do grupo de funcionários do terminal do Plano Piloto criado para evitar o vandalismo diário

Por Ary Filgueira, da Agência Brasília I Edição: Carolina Jardon

Os dois grupos (ascensoristas e vigilantes) serão designados pela Novacap e pela Secretaria de Economia | Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

Funcionários da Novacap foram até a Rodoviária do Plano Piloto e encontraram uma solução para acabar de vez com a prática rotineira em danificar escadas rolantes e elevadores. Até a primeira quinzena de agosto, quando as 12 escadas e os seis elevadores estarão em pleno funcionamento e novos em folha, a religação desses equipamentos só será feita sob a vistoria de vigilantes e ascensoristas.

Os profissionais também ficarão incumbidos de cuidar da integridade desses dispositivos, impedindo ã continuidade da depredação do patrimônio público. “A gente sabe que, se tiver pessoa por perto, os vândalos não vão poder agir”, afirma o presidente da Novacap, Fernando Leite.

Os dois grupos (ascensoristas e vigilantes) serão designados pela Novacap e pela Secretaria de Economia. “Estamos fazendo uma seleção na companhia para ver quem se adapta à função entre os servidores”, explicou Leite.

O administrador da Rodoviária do Plano Piloto, Josué Martins, antecipou que pediu para a Secretaria de Economia designar um grupo de vigilantes para o terminal. Esse grupo viria de uma empresa terceirizada que já tem contrato com a pasta e que cuida de toda a vigilância dos órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF).

[Olho texto=”A empresa contratada pela Novacap para executar serviços de manutenção conseguiu entregar dez escadas rolantes e cinco elevadores, a maioria já em funcionamento.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]

Atualmente, a empresa contratada pela Novacap para executar serviços de manutenção conseguiu entregar dez escadas rolantes e cinco elevadores, a maioria já em funcionamento. A retomada total só ocorrerá com a chegada dos novos trabalhadores, para evitar problemas.

O GDF pagou mais uma parcela de R$ 1,8 milhão, verba referente ao contrato de manutenção com a empresa terceirizada. Nesse sentido, integrantes da Novacap se reuniram com representantes da empresa prestadora dos serviços, ocasião em que foi firmado o compromisso de entregar mais duas escadas rolantes e um elevador até 4 de agosto.

“Se não cumprir [o acordo], será multada, porque a empresa já foi notificada”, afirma Fernando Leite. O contrato com a empresa foi assinado em janeiro de 2020. A previsão seria de que, em 90 dias, todos os equipamentos estariam funcionando.

Vandalismo  

A prática de vandalismo na Rodoviária do Plano Piloto é antiga. Segundo o administrador do terminal, Josué Martins, existe há décadas. O problema não atinge somente os elevadores e as escadas rolantes. “Eu chego a trocar 20 torneiras por dia. Aqui, eles levam vasos sanitários, quebram espelhos”, lamenta Josué.

O presidente da Associação dos Usuários da Rodoviária de Brasília, Keeslew Caixeta Lobo, diz que as lojas perdem clientes quando um equipamento deixa de funcionar. “As pessoas não conseguem circular.

Tem lojas que ficam no mezanino e na estação do Metrô, local cujo acesso é feito pelas escadas e elevador”, explica. “O maior problema da rodoviária hoje são pedintes, usuários de droga e camelôs, porque causam aglomerações, impedindo os usuários de transitar.”

“Tem de ter vigilância permanente. Detonaram os elevadores. Tinha gente morando neles. A vigilância vai inibir”, afirma o comerciante Ronei Castro | Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

Dono de um sacolão na rodoviária, Ronei Castro, 48 anos, também defende que sejam colocados vigilantes no terminal. “Tem de ter vigilância permanente. Detonaram os elevadores todos. Tinha gente morando dentro neles. A vigilância vai inibir, lógico”, afirma.

A presença dos vigilantes pode significar mais segurança para os donos das 146 lojas na rodoviária. Que o diga Ronei, que já teve o seu sacolão arrombado. “Levaram duas balanças no valor de R$ 6 mil cada e mais computador”, lembra o comerciante.