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25/07/2020 às 20:08, atualizado em 27/07/2020 às 14:32
Bons resultados vêm de programas como o de Aquisição de Alimentos, o de Aquisição da Produção da Agricultura e o Nacional de Alimentação Escolar
No Dia Internacional da Agricultura Familiar, celebrado neste sábado (25), produtores do Distrito Federal comemoram investimentos do governo em programas de aquisição de alimentos. Neste ano de 2020, as cifras destinadas a compras de alimentos fornecidos por pequenos produtores já chega a R$ 25,8 milhões, valor quase 9% maior do que todo o investimento feito em 2019, que fechou com total de R$ 23,7 milhões.
O saldo positivo e comparativo entre os dois anos é resultado de programas como o de Aquisição de Alimentos (PAA), o de Aquisição da Produção da Agricultura (Papa/DF) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Dos 11 mil produtores da capital, 8,2 mil se enquadram na definição de agricultura familiar e são atendidos pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF).
[Olho texto=”“Ver esses produtores tendo dignidade é gratificante. Ter um governo que apoia a agricultura local é fundamental. Sem isso, sem esse apoio, não haveria esses progressos”” assinatura=”Denise Fonseca, presidente da Emater-DF” esquerda_direita_centro=”centro”]
Produtores familiares como Antônio Enoíde, que faz parte dos 8,2 mil agricultores familiares do DF, é um dos beneficiados em compras governamentais. Em Brasília desde os 17 anos, Enoíde preside a Associação dos Produtores Rurais do Novo Horizonte (Aspronte).
De acordo com ele, as compras governamentais pela associação favorecem diretamente 85 produtores na região em que mora e produz, no Núcleo Rural do Betinho, em Brazlândia. “Por meio da Emater a gente resolveu montar uma associação própria do Betinho. Os produtores daqui entregavam para outras associações. Eles explicaram como poderíamos participar das compras do governo, a melhor forma de comercializar e deram orientações diversas”, conta.
Com a esposa, quatro filhos e outros parentes, Enoíde produz morango, beterraba, couve-flor, vagem, abobrinha e diversas outras hortaliças em 5 hectares de terra. “As compras do governo já são com preços pré-estabelecidos e isso valoriza nossos produtos. Tem época que entra muito produtor de fora e nossos produtos ficam desvalorizados. Exatamente por conta dos programas do governo, a gente vê que muitos associados têm mudado demais a vida”, ressalta.
Mudanças em maquinários, cursos para os filhos, investimento na própria casa e aumento de compra de insumos para produção são observados pelos próprios produtores do assentamento. “A cada ano a gente tem melhorado”, afirma Enoíde.
Mesmo diante da pandemia de Covid-19, o Pnae continua beneficiando a agricultura local e alunos que estão sendo contemplados com as cestas de alimentação. Já o Papa-DF e o PAA mantêm o repasse de alimentos de agricultores locais a entidades socioassistenciais, pessoas em situação de vulnerabilidade e famílias de baixa renda da capital – ação assegurada também por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), da Secretaria de Desenvolvimento Social do DF (Sedes) e do Banco de Alimentos da Centrais de Abastecimento (Ceasa-DF).
No Distrito Federal – seja por forma direta, com os agricultores, ou por associações e cooperativas –, a Secretaria de Agricultura, juntamente com a Emater-DF, são responsáveis por incluir esses produtores no processo de compras do governo. Para a presidente da Emater-DF, Denise Fonseca, garantir condições para a produção na capital é a maior meta da empresa.
“Ver esses produtores tendo dignidade, produzindo, comercializando e aumentando a condição financeira da família é gratificante. Ter um governo que apoia a agricultura local é fundamental. Sem isso, sem esse apoio, não haveria esses progressos”, diz Denise.
Vindo da Bahia, mas em Brasília há mais de 25 anos, Genivaldo José dos Santos, 46 anos, também é um dos produtores que comemoram o status de agricultor familiar. Com dois filhos e a esposa, trabalha em 2 hectares e produz hortaliças em geral.
Mas o foco, nesta época do ano, é o morango. Há 12 anos ele passou a trabalhar na própria terra, depois de contribuir para a produção rural de outras propriedades.
“Para nós todos, produtores, se não tivesse essas entregas do governo a coisa estaria bem apertada neste momento de pandemia. Eu tenho dívidas com o Prospera e o Pronaf. Se não fosse essas entregas que a gente tem, não teria nem como pagar”, acrescenta. “Eu gosto demais de ser produtor rural. A única coisa que aprendi nessa vida, e ainda mais agora, trabalhando para mim mesmo.”
Além de entregas para o PAA e Pnae, Genivaldo comercializa todas as terças e quintas-feiras na Ceasa. “A gente tem que vender os produtos da gente para pagar nossas contas e colocar comida dentro de casa. Hoje, trabalhar para mim e para minha família, na nossa terra, é uma vitória”, ressalta.
Programas governamentais
Só em programas como o PAA e o Papa/DF foram aproximadamente R$ 7 milhões em compras governamentais neste ano. Já por meio do Pnae – destinado à compra de alimentos da agricultura local para escolas, por meio da Secretaria de Educação – em 2020 estão sendo investidos pouco mais de R$ 20 milhões.
O PAA prevê a compra de alimentos da agricultura familiar e sua doação às entidades socioassistenciais que atendem pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional. Já o Papa-DF viabiliza a compra direta, também pelo GDF, de alimentos e produtos artesanais de agricultores familiares e suas organizações sociais do setor agrícola.
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Os programas contribuem para a geração de empregos nas propriedades e é fonte de renda para as famílias. Segundo a legislação, o agricultor familiar é aquele que possui propriedade de até quatro módulos fiscais (medida que varia conforme o município; no Distrito Federal, equivale a 20 mil metros quadrados). A maior parte da mão de obra é da própria família, com percentual mínimo da renda originado nas atividades agropecuárias.
O dia
O Dia da Agricultura Familiar é celebrado desde 2014. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) para debater os desafios dos pequenos agricultores na missão de produzir alimentos seguros e de qualidade.
* Com informações da Emater-DF