07/08/2020 às 17:25, atualizado em 17/04/2024 às 15:51

UPA de Planaltina começa a ser erguida após décadas de espera

Unidade vai atender 4,5 mil pessoas por mês e gerar mais de 150 empregos diretos e indiretos

Por Ian Ferraz, da Agência Brasília | Edição: Fábio Góis

UPA será erguida em área de vegetação nativa e, por isso, precisou de autorização para supressão vegetal | Foto: Renato Alves / Agência Brasília

Quem passa pela Quadra 22 do Setor Habitacional Mestre d’Armas logo avista a placa em letras grandes: UPA de Planaltina. É ali, em um terreno de 7,7 mil metros quadrados, que será construída a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com capacidade para atender 4,5 mil pessoas por mês.

A área construída da unidade terá cerca de 1,2 mil metros quadrados. A estrutura terá uma área para classificação de risco e primeiro atendimento; consultórios; salas de urgência; seis leitos de observação e um leito de isolamento. Também há área destinada para nove poltronas de medicação, hidratação e inalação.

[Olho texto=”“É uma região de vazio assistencial e, com essa reestruturação, vai melhorar muito o acesso à saúde pela comunidade”” assinatura=”Sérgio Costa, diretor-presidente do Iges-DF” esquerda_direita_centro=”centro”]

A obra recebeu a licença ambiental nesta semana. Assim, os trabalhos para iniciar a base do prédio – limpeza do terreno e inicio das obras de terraplanagem – já podem ser retomados nesta sexta-feira (7). As ações de finalização do empreendimento têm previsão de oito meses de atividades e, neste período, vão criar mais de 150 empregos diretos e indiretos.

Esta unidade se junta às outras seis em construção que o Governo do Distrito Federal realiza para reforçar o sistema de saúde do DF. Além de Planaltina, Brazlândia, Paranoá, Gama, Ceilândia, Vicente Pires e Riacho Fundo II ganharão novas unidades. Seis unidades já estão funcionando e com atendimento 24h.

“A limpeza do terreno já é parte da obra. Em seguida faremos o fechamento do terreno para a instalação do canteiro de obras. A previsão de conclusão é de oito meses a partir da execução da obra, mas estamos procurando otimizar esse tempo”, afirma o diretor-presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF), Sérgio Costa.

Questão de prioridade

Em tempos de coronavírus, causador da Covid-19, cada leito, cada nova unidade conta e muito no combate ao novo vírus. ?Logo, ampliar o atendimento em Planaltina é prioridade para o GDF.

“É uma região de vazio assistencial e, com essa reestruturação, vai melhorar muito o acesso à saúde pela comunidade. A UPA vai poder fazer um acolhimento melhor dos pacientes da cidade e encaminhá-los para a unidade necessária, seja um hospital, um retorno para a UBS”, acrescenta o gestor.

Natália Emília: “Eu moro aqui na Estância Mestre D’Armas há mais de 20 anos. Essa UPA é muito aguardada pela população” | Foto: Renato Alves / Agência Brasília

A UPA, que está no imaginário dos moradores de Planaltina, será erguida em uma área que ainda possui vegetação nativa. Por isso houve necessidade de autorização para a supressão vegetal por parte do Instituto Brasília Ambiental.

“É uma área já prevista para uso, um lote registrado, e conseguimos avançar para que tanto a questão ambiental seja atendida quanto a de emergência sanitária. É importante que consigamos conceder a autorização para uma construção regular de um empreendimento que vai ajudar no combate à Covid-19”, explica o superintendente de Licenciamento Ambiental do Brasília Ambiental, Alisson Santos Neves.

População esperançosa

Quem mora em Planaltina sabe o quanto faz falta uma UPA na cidade. É o caso da cabeleireira Natália Emília. “Eu moro aqui na Estância Mestre D’Armas há mais de 20 anos. Essa UPA é muito aguardada pela população e vem para trazer essa questão do pronto-atendimento mesmo, né? De urgência e emergência. Estou bem esperançosa, tenho certeza que vai ser uma melhoria para a nossa cidade”, aponta.

Odete Guerreiro: “Tenho esperança de que vai melhorar a saúde aqui para nós” | Foto: Renato Alves / Agência Brasília

Assim como Natália, a auxiliar de laboratório Lúcia Alves também mora há 20 anos na região e aguarda com ansiedade a chegada da UPA. “Vai ser uma benção para nós e ficar mais fácil para a gente conseguir atendimento médico”, espera.

Opinião semelhante da aposentada Odete Guerreiro de Souza, que já visualiza a estrutura da UPA próximo à sua casa, que fica do outro lado da rua. “Tenho esperança de que vai melhorar a saúde aqui para nós”, afirma.

Quando devo procurar uma UPA?

As UPAs são o caminho para atendimento de urgência e emergência em clínica médica, casos de pressão e febre alta, fraturas e cortes e exames como raio-x, eletrocardiograma e demais procedimentos laboratoriais. Nesses espaços são ofertados serviços de média e alta complexidade, como se fosse o meio-termo entre UBSs e hospitais. O que determina a ordem de atendimento é a gravidade do risco, e não a ordem de chegada.

O funcionamento em todas as seis unidades do DF (Ceilândia, Núcleo Bandeirante, Recanto das Emas, Samambaia, Sobradinho e São Sebastião) é 24 horas por dia. Elas são administradas pelo Iges-DF e, por meio deste link, é possível saber quais são os serviços assistenciais oferecidos pelo instituto.

Mais obras e obras

O reforço na saúde em Planaltina vai além da construção da UPA. Tês unidades básicas de saúde (UBSs) têm recebido reparos estruturais: a UBS 8, a UBS 12 e a UBS 18.

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Na UBS nº 11, de Planaltina (Rajadinha), as obras foram priorizadas devido à necessidade de mudança do local de atendimento. As instalações no novo prédio já foram concluídas e incluíram troca de telhado, troca das redes hidráulica e de esgoto, adaptações para consultórios e salas de vacina. A população assistida pela UBS já está com os atendimentos normalizados.

Nas UBSs 12 e 18 os reparos estão em andamento e seguindo todas as previsões estipuladas. As obras na UBS 8, do Vale do Amanhecer, estão embargadas por determinação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

Diferentemente das UPAs, as UBSs são administradas pela Secretaria de Saúde.

 

* Com informações do Iges-DF, da Secretaria de Saúde e do Brasília Ambiental