26/08/2020 às 20:59, atualizado em 27/08/2020 às 18:08

Mais duas tesourinhas liberadas no Plano Piloto

Cruzamentos nas quadras 11/12 e 5/6 da Asa Norte estão em pleno fluxo de veículos. Em 2020, cinco foram entregues e geraram 300 empregos

Por Jéssica Antunes, da Agência Brasília | Edição: Renata Lu

Tesourinha da 111/112 Norte |Foto: Renato Alves /Agência Brasília

Mais duas tesourinhas completamente reformadas foram liberadas para a população do Distrito Federal nesta semana (veja mais no vídeo abaixo) . Com estrutura renovada e segura, as passagens das quadras 5/6 e 11/12 Norte estão livres para tráfego de veículos. Com isso, chega a cinco o número de conjuntos concluídos. Com reforma estrutural pronta, a próxima a ser entregue será a da 15/16 Sul. Nas obras, são gerados quase 300 empregos diretos e indiretos.

Servidor federal aposentado, João Ramos de 78 anos, mora na 213 Sul desde 1982. Ele diz que nunca tinha visto os viadutos passarem por manutenção, muito menos reformas. “Tivemos exemplos de tesourinhas e viadutos que soltaram pedaços e feriram pessoas. São obras realizadas no início de Brasília que foram abandonadas. A revitalização era mais que necessária”, opina.

Assista ao vídeo:

“As tesourinhas estavam precisando dessas melhorias porque ficaram abandonadas por anos, sem sequer manutenção”, concorda o vendedor Rodrigo da Silva, 30 anos. “Com certeza agora está mais seguro passar por ali, porque a estrutura é velha, tinha rachaduras e problemas visíveis que dava até um pouco de medo de passar”, afirma o morador do Riacho Fundo que costuma circular pelo Plano Piloto a trabalho.

Com as liberações desta semana, são cinco os conjuntos de viadutos entregues renovados neste ano. O primeiro foi o das quadras 15/16 Norte, em 17 de abril. O das quadras 7/8 Norte foi concluído em 7 de maio. Nas entrequadras 3/4 Sul, a liberação ocorreu em 26 de junho. Na 15/16 Sul, a reforma estrutural já foi executada e, agora, recebe nova pavimentação e urbanização direta pela Companhia Urbanizadora da Capital (Novacap).

“A reforma das tesourinhas, como a de todos os equipamentos públicos do DF, é reivindicação da sociedade. Esses pontos estavam se deteriorando com o tempo, então foi feito um trabalho de peso, de reforma estrutural, recuperação de taludes e muretas, pintura, recapeamento do asfalto”, destaca o presidente da Novacap, Fernando Leite.

As obras nas tesourinhas têm como objetivo reerguer Brasília e conservar a estrutura da cidade. “Também é papel da sociedade participar do esforço de cuidar da capital, preservando e informando quando algo não está acontecendo a contento”, pede o gestor.

[Olho texto=”A reforma das tesourinhas, como a de todos os equipamentos públicos do DF, é reivindicação da sociedade. ” assinatura=”Fernando Leite, presidente da Novacap” esquerda_direita_centro=”centro”]

Projeto

As intervenções compreendem a revitalização dos viadutos que passam sob o Eixo Rodoviário (Eixão) e os eixinhos W e L, ligando as quadras 100 e 200. Os pontos têm recebido pintura antipichação e padronização da fachada. As equipes também atuam na recuperação das estruturas de concreto, reconstrução dos guardas-rodas – muretas de proteção fixadas nos eixinhos – e na substituição e recuperação de ferragens enferrujadas.

Também passam palas obras os conjunto com duas tesourinhas e um túnel de ligação em cada uma das 16 entrequadras que cortam os quase 15 quilômetros do Eixão, ligando as asas Sul e Norte. Boa parte desses viadutos era revestida por tijolos vermelhos. Como esse material acabava escondendo eventuais problemas na estrutura, o padrão foi alterado para concreto aparente. Essa mudança foi aprovada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

[Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”]

“As tesourinhas são um símbolo da cidade. Fazem parte da memória afetiva da comunidade, retratadas em prosa, versos e imagens históricas que estampam de capas de jornais, revistas e livros a camisetas e outros objetos”, aponta a administradora regional do Plano Piloto, Ilka Teodoro.

“A revitalização dessas edificações, depois de anos de deterioração, devolvem a possibilidade de circulação da população sem risco sob os eixos”, emenda As estruturas viárias não corriam risco de desabamento, mas, em função do natural desgaste do tempo e da falta de manutenção ao longo desses anos, a obra de recuperação virou prioridade para o governo.