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26/08/2020 às 20:11, atualizado em 26/08/2020 às 20:29
No primeiro dia de ações no Setor Comercial Sul, seis moradores foram encaminhados para abrigos e 16 fizeram exames médicos
As ações para acolher as cerca de 150 pessoas em situação de rua no Setor Comercial Sul (SCS) estão em curso até 4 de setembro. Na abertura dos trabalhos, nessa terça (25), seis moradores foram encaminhados para abrigos vinculados à Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) e 16 atendimentos médicos foram oferecidos para quem se dispôs a recebê-los. Eles fizeram testes para Covid-19, hepatite B, HIV e sífilis.
[Olho texto=”“Essa ação dos órgãos do GDF mostra que a política pública social precisa atuar de forma integrada para, assim, ter um resultado efetivo, garantindo os direitos dessas pessoas”” assinatura=”Mayara Noronha Rocha, secretaria de Desenvolvimento Social” esquerda_direita_centro=”centro”]
Secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha destaca que as ações do governo visam o cuidado integral dessa população que vive em situação de risco social – e que, com a pandemia, ficou ainda mais vulnerável. “É importante lembrar que morar na rua já expõe esse grupo populacional a diversos perigos, que ampliam ainda mais a sua vulnerabilidade neste período que estamos vivendo”, destaca Mayara.
Durante a ação, 15 dependentes químicos foram orientados pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) – por meio da Subsecretaria de Enfrentamento às Drogas – a participar das Comunidades Terapêuticas. Atualmente há 12 unidades que acolhem usuários de drogas, 11 delas masculinas e uma feminina. Titular da Sejus, Marcela Passamani lembra que a dependência química é citada como um dos motivos que levam pessoas ao abandono na rua.
“Estamos nessa ação conjunta com vários órgãos do GDF para auxiliar as pessoas que buscam um caminho para recuperação, fazendo o acolhimento nas Comunidades Terapêuticas parceiras. Eles vivem um uma situação de extrema vulnerabilidade. Por isso, nós, enquanto governo, precisamos nos unir para cuidar deles, com respeito, dignidade e garantindo seus direitos básicos”, ressalta Marcela.
Outras 18 pessoas emitiram, gratuitamente, a carteira de identidade e o CPF e 25 moradores se inscreveram no Cadastro Único (CadÚnico). O programa identifica e caracteriza as famílias de baixa renda para que elas possam ter acesso a serviços públicos essenciais. 10 mulheres também foram orientadas por servidores da Secretaria da Mulher. Além das orientações, a pasta também doou roupas às mulheres.
Beatriz da Silva, 34 anos, foi uma das que adquiriram peças. Ela mora há cinco anos pelas ruas das áreas centrais da capital. “Hoje estou de roupa nova”, comemorou. “Eu aplaudo essas pessoas que olham por nós. Não nos falta alimento, cobertores ou material de higiene. Recentemente, fizeram banheiros aqui, então só tenho a agradecer”, comentou.
Para a Secretária da Mulher, Ericka Filippelli, as mulheres recebidas na Unidade Móvel também encontraram um espaço para conversa. “Elas se sentiram à vontade para contar suas histórias e isso foi uma experiência muito rica de troca. Nossas servidoras puderam interagir e saíram de lá emocionadas com a possibilidade de estarem mudando, de alguma forma, a perspectiva de vida dessas pessoas”, salienta.
Ex-morador do SCS, Raul Teixeira, 59 anos, viveu durante dez anos no local. Nesta quarta-feira (26) ele buscou os serviços dos órgãos em busca de orientações sobre o auxílio-doença que recebe. “É uma forma de o governo estar mais próximo de nós, ajudando a resolver problemas que não conseguimos solucionar sozinhos”, elogiou.
O secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, explica que, além de acolher as pessoas em situação de rua, o GDF também investe na segurança do local. “O objetivo é atuar preventivamente, mostrando para empresários e frequentadores que o Setor Comercial Sul é seguro. Neste ano, por exemplo, não foi registrado homicídio na região”, lembra.
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Além de distribuir cobertores, a Defesa Civil identifica quais pessoas têm moradia fixa e precisam de cesta básica e itens de limpeza e higiene pessoal. Servidores também mapearam a região para facilitar o trabalho dos órgãos responsáveis e fizeram vistorias de caráter preventivo para verificar possíveis riscos estruturais de edificações, instalações elétricas e centrais de gás.
A montagem dos alojamentos provisórios no Autódromo Internacional Nelson Piquet e no Estádio Abadião não são as únicas providências para dar assistência às pessoas em situação de rua, principalmente em meio à pandemia de Covid-19. Marmitas são distribuídas, gratuitamente, nos 14 restaurantes comunitários do DF. Recentemente, oito banheiro no SCS, próximos ao Banco de Brasília (BRB), foram reformados em parceria com a iniciativa privada.
As unidades do Centro de Referência Especializado para a População – mais conhecidos como centros pop – tanto na Quadra QNF 24 (A/E Nº 02, Módulo A), em Taguatinga Norte, quanto no Conjunto C da 903 Sul, do Plano Piloto, seguem com o mesmo trabalho de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, com possibilidade de ampliação para os finais de semana, a depender da necessidade.