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08/09/2020 às 18:51, atualizado em 10/09/2020 às 17:00
Residentes da Fiocruz Brasília que atuam na unidade provisória promoveram bate-papo sobre o novo coronavírus e ações educativas
Utilizar uma atividade lúdica para reforçar junto aos acolhidos as medidas de prevenção contra a Covid-19. A ideia é garantir que os moradores em situação de rua que vivem no alojamento provisório do Autódromo Nelson Piquet tenham acesso a informações corretas sobre a doença e possam eles mesmos tomar as medidas necessárias para evitar a disseminação do novo coronavírus.
Essa foi uma das atividades realizadas pelos residentes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que atuam semanalmente na unidade por meio de uma parceria da Fiocruz Brasília com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), responsável pelo alojamento temporário do Autódromo.
Por meio desse Plano de Ação Interinstitucional para a População em Situação de Rua, os estudantes de medicina colaboram com as unidades de acolhimento da Sedes, entre elas os dois alojamentos temporários – do Plano Piloto e de Ceilândia -, na prevenção da Covid-19 e nos atendimentos médicos.
Nessa atividade específica, cerca de 15 acolhidos do Alojamento do Autódromo participaram de um bate-papo sobre o novo coronavírus, onde os residentes da Fiocruz Brasília interagiam com os usuários e fizeram atividades educativas por meio placas, por exemplo, mostrando o que é verdade e o que é mito em relação à doença.
“Eles fizeram de uma forma bem dinâmica, então, os usuários participaram mais. Os residentes da Fiocruz Brasília apresentaram slides com imagens, trouxeram as plaquinhas onde os acolhidos puderam dar a opinião deles, falando se a informação sobre a Covid-19 era mito ou verdade. Foi muito positiva a atividade”, destaca Lucas Viana Nunes, chefe de plantão diurno do Instituto Tocar, organização da sociedade civil que administra o Alojamento Provisório do Autódromo.
Diretora de Serviços de Acolhimento da Sedes, Daura Meneses ressalta que atividades simples como essa são fundamentais para os acolhidos assimilarem as informações sobre a doença.
“Como são profissionais de saúde, com uma formação voltada para a atenção primária, eles têm sempre as informações mais atualizadas para passar. Esse é um vírus muito novo, a forma de contágio vem sendo cada mais estudada, é importante estar sempre atualizado. A população em situação de rua, pela própria condição de vida, tem acesso a menos informação, e, quando recebe, é, muitas vezes, equivocada. Por isso, é fundamental repassar informações fidedignas para o nosso usuário, além de reforçar as medidas fundamentais de prevenção, como usar a máscara, lavar as mãos e passar álcool em gel”, enfatiza.
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Parceria com a Fiocruz
O Plano de Ação Interinstitucional para a População em Situação de Rua é uma parceria da Fiocruz Brasília com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) e a Secretaria de Saúde do Governo do Distrito Federal. O plano conta com a participação de cerca de 30 residentes da Fiocruz Brasília nas áreas de Medicina de Família e Comunidade; Multiprofissional e Atenção Primária; e de Gestão em Saúde. E prevê atuação dos residentes nos abrigos e junto às equipes de Consultório na Rua.
Os residentes passaram por uma formação específica e estão colaborando com 10 abrigos prioritários indicados pela Sedes, entre eles, os dois alojamentos temporários. Eles atuam na prevenção da Covid-19 e de outras doenças, e nos atendimentos médicos dentro das unidades. A terceira etapa desse plano da Fiocruz inclui a atuação dos residentes junto a instituições da sociedade civil que já trabalham com a população em situação de rua para reforçar esses atendimentos durante a pandemia da Covid-19.
Alojamentos temporários
Dois Alojamentos Provisórios foram montados para acolher os moradores em situação de rua do Distrito Federal. As unidades ficam no Plano Piloto e Ceilândia, com 200 vagas em cada abrigo. No local, os acolhidos recebem, diariamente, três refeições. A estrutura conta com 50 contêineres, banheiros, área de lazer, lavanderia, biblioteca e área para cursos de capacitação profissional e artesanato. Os acolhidos ainda contam semanalmente com o atendimento médico do Consultório na Rua.
Desde que foi instalada, a unidade do Autódromo já atendeu, em média, 530 acolhidos.
*Com informações da Sedes