21/09/2020 às 21:25, atualizado em 22/09/2020 às 14:33

Semana do Trânsito prioriza atenção às pessoas com deficiência

Detran faz blitz para divulgar importância de sinais sonoros em semáforos, na L2 Sul.  Em todo o DF existem 252 sinaleiros

Por Rosi de Araújo, da Agência Brasília | Edição: Fábio Góis

Durante a blitz educativa, os agentes alertaram todos para o fato da L2 sul, na altura da 612, ser um ponto de trânsito frequente de deficientes | Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília

O semáforo acende a luz vermelha, os carros param e um sinal sonoro alerta o motorista para a possibilidade de travessia de uma pessoa com deficiência visual. A cena faz parte do dia a dia de quem passa pela avenida L2 Sul, na altura da Quadra 612. O local foi escolhido por educadores do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), nesta segunda-feira (21), para uma blitz educativa. A ação faz parte da programação especial da Semana Nacional do Trânsito, comemorada entre os dias 18 e 25 deste mês.

Os agentes de fiscalização e educação do Detran-DF abordaram 180 veículos em uma hora de ação e alertaram todos para o fato de o local ser um ponto de trânsito frequente de deficientes, afinal é caminho para o Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais (CEEDV). A escola, antes da pandemia, chegou a abrigar centenas de alunos de várias regiões administrativas do DF.

O diretor de Educação de Trânsito, Marcelo Granja, explica que o tema da Semana de Trânsito deste ano – “Perceba o risco e proteja a vida” – é muito sugestivo e se relaciona diretamente à data de 21 de setembro, Dia de Luta das Pessoas com Deficiência. “Estamos trabalhando a educação com todos os modais – motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres. E, dentro deles, sabemos a importância das pessoas com deficiência e desenvolvemos ações específicas para elas, inclusive em parceria com o CEEDV”, contou.

Nas vias urbanas do Distrito Federal, sob competência do Detran-DF, há 539 semáforos convencionais e 252 com sinalização sonora. Esses últimos instalados onde é comum a travessia de deficientes visuais. A ação na altura da 612 Sul, além da abordagem aos veículos alertando para o significado do sinal sonoro, incluiu distribuição de material educativo. Itens como máscaras de proteção facial e cartilhas sobre deveres e direitos no trânsito foram entregues pelos educadores de trânsito aos condutores.

A motorista e médica Lucíola Nagata, 56 anos, contou que já foi parada em outras blitze educativas e reconhece a importância da ação. “Todo o alerta é preventivo e válido, principalmente quando o assunto é esse”, sintetizou. A economista, Juliana Bernardi, 36 anos, mora em Brasília há pouco tempo e diz que não sabia da existência do semáforo com sinalização sonora na L2 sul. “ Vou ficar mais atenta nas próximas vezes que passar por aqui”, afirmou a economista.

Com 12 anos de profissão, o taxista Jair Brandão, 50 anos, passa frequentemente pela via. “Nesse ponto eu já sabia desse sinal. E é muito importante essa ação do Detran para informar e orientar, principalmente, aqueles motoristas que são desatentos”, destaca.

Salvando vidas

O foco durante esta semana é proporcionar mais compreensão sobre como cada modal deve se relacionar com o mais frágil, que está desvantagem física. Ainda segundo o diretor Marcelo Granja, nem sempre é possível perceber a deficiência de um pedestre de imediato.
“Muitas vezes não é uma deficiência exposta, física. Como são casos de deficientes visuais que não usam a bengala ou têm baixa visão”, esclareceu.

Além dos motoristas, o departamento trabalha com ações de conscientização dos próprios deficientes. “Fazemos ações junto com as escolas e os familiares para alertar para posturas necessárias que o pedestre precisa ter com sua própria vida”, destacou.

A secretária da Pessoa com Deficiência, Rosinha da Adefal, lembrou que boa parte das pessoas com deficiência hoje, estão nesta situação porque sofreram acidentes de trânsito. Por isso, ela destaca, a importância das campanhas preventivas no trânsito e da coincidência das duas datas. “É preciso ter mais consciência e respeito à legislação. Se existe uma lei é pra ser cumprida para a segurança de todos”, afirmou.