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21/10/2020 às 14:49, atualizado em 21/10/2020 às 15:48
Levantamento mostra que crimes contra vida sofreram queda de 2,1%, enquanto a média nacional aumentou 7,1%
O Distrito Federal apresentou uma das maiores reduções de Mortes Violentas Intencionais (MVI) do país em 2019 e no primeiro semestre de 2020. Os dados foram divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e incluem os crimes de homicídio, lesão corporal seguida de morte e mortes resultantes de ações policiais.
No primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2019, o DF ocupa a quinta posição, com 2,1% de redução, atrás de Roraima, Acre, Amapá e Tocantins. A média nacional teve aumento de 7,1%.
“Os dados do Fórum revelam que o esforço concentrado da segurança pública do DF está no caminho certo. Conseguimos manter os crimes violentos contra a vida em queda em comparação 2019, ano que tivemos a menor taxa de homicídios em 35 anos. As forças de segurança do DF têm se destacado nas apreensões de armas, de drogas e na resolução de homicídios.
Além disso, nossas polícias possuem as menores taxas de letalidade policial do país, de acordo com o estudo, o que mostra o alto grau técnico de nossos profissionais” avalia o titular da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF), o delegado Anderson Torres.
Em 2019, de acordo com o Anuário, o Distrito Federal obteve a menor taxa de letalidade policial do país, com 0,3 mortes em decorrência de ação policial para cada 100 mil habitantes, o que representa 10 casos em todo o ano.
Os resultados positivos fazem parte do trabalho integrado das forças de segurança locais e das políticas definidas pela SSP/DF, como afirma Torres. “Esse resultado só tem sido possível por conta de muito trabalho e esforço conjunto por meio de análises criminais, inteligência, investimento em tecnologia, como é o caso das câmeras de segurança, que norteiam todo o planejamento tático e operacional no Distrito Federal”.
Feminicídios
Diferente da média nacional, que marcou aumento de 1,9% nos casos de feminicídios, o DF vem registrando queda neste tipo de crime desde o início do ano. O último levantamento divulgado pela SSP/DF mostra que o número de feminicídios registrado no acumulado dos nove meses deste ano teve redução de quase 50%. Nos meses de fevereiro e maio não houve registro do crime.
“O cenário de pandemia e a possibilidade de subnotificação nos preocuparam. Porém, desde o início, buscamos alternativas como a possibilidade de registro de ocorrência por meio da Delegacia Eletrônica e o fortalecimento de campanhas de denúncia e apoio às vítimas, como é o caso da campanha #MetaaColher. Os atendimentos do policiamento de Prevenção Orientado à Violência Doméstica e Familiar (Provid), da Polícia Militar, com adequações à segurança, também continuaram a ser realizados”, destacou Torres.
Investigação
A investigação dos crimes contra a vida são prioridade nas delegacias do Distrito Federal, o que reflete diretamente no índice de elucidação desses crimes. “Todos os crimes são investigados, mas aqueles contra a vida são priorizados. As delegacias contam com equipes sobre aviso, diuturnamente e em todos os dias da semana – inclusive feriados e finais de semana, e ainda com o reforço dos PEL, que são acionados imediatamente quando um homicídio é consumado”, explica o titular da Coordenação de Repressão a Homicídios e de Proteção à Pessoa (CHPP), o delegado Laércio Rossetto. É para a CHPP que os casos mais complicados são encaminhados para investigação.
O imediatismo e a oportunidade são padrões rigorosos seguidos pela PCDF para efetividade das investigações. “A preservação da cena do crime é primordial para investigação. Além disso, com a equipe de PEL é possível chegar à autoria e materialidade com maior rapidez e até mesmo solucionar o crime por meio de flagrante”, conclui Rossetto.
Apreensão de armas de fogo
Em 72,5% das mortes violentas ocorridas no primeiro semestre no país foram cometidas com arma de fogo, destaca o estudo. No mesmo período, a PMDF retirou 854 armas de fogo das ruas, 17% a mais que no ano anterior, quando foram apreendidas 730. Já as armas brancas o aumento chegou a quase 30%. Passando de 816 para 1051. De janeiro a setembro, o número de armas retiradas das ruas do DF chegou a 1.269.
“Retiramos os meios pelos quais os crimes são cometidos, isso reflete diretamente na redução da criminalidade. Além do total de armas de fogo, retiramos também 147 simulacros, que foram utilizados para cometer crimes”, explica chefe do Comunicação Social da corporação, coronel Souza Oliveira.