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29/11/2020 às 16:09
Capacitação teve o objetivo de qualificar a prática docente a partir do desenvolvimento de competências pedagógicas, socioemocionais e tecnológicas
Ofertado com vistas ao aprofundamento teórico e metodológico de educadores, o Curso de Formação de Formadores para o Século XXI, idealizado pela Fundação Universidade Aberta do Distrito Federal – FUNAB foi concluído nesta semana, capacitando 42 tutores que atuam nas instituições de ensino superior – IES, mantidas pela Fundação. Com proposta formativa efetivada em ambiente 100% virtual, a capacitação teve o objetivo de qualificar a prática docente a partir do desenvolvimento de competências pedagógicas, socioemocionais e tecnológicas.
O curso, com carga horária de 60 horas, partiu do papel institucional da Funab em promover a integração do ensino superior com as políticas públicas, articulando servidores da Secretaria de Estado de Economia e da Polícia Civil do Distrito Federal para fomentar uma formação acadêmica baseada em práticas desenvolvidas em ambientes de trabalho. Simone Benck, diretora executiva da fundação, gravou um vídeo de boas-vindas aos participantes onde ressaltou a importância da formação e o papel dos tutores na disseminação da cultura de educação em novas metodologias que a Funab tem como missão legal.
Para a diretora, repensar o novo e entender coletivamente de qual ponto de partida as decisões futuras serão tomadas se faz necessário para a adoção de diferentes escolhas educacionais, sejam elas inovadoras, criativas, científicas e tecnológicas, para dar conta da dimensão social, econômica, política e humana que a sociedade enfrenta e continuará encontrando pela frente nos desafios educacionais e profissionais futuros. “A Funab produziu o curso para romper barreiras e criar novas possibilidades de ser educador, promover processos de ensino-aprendizagem diferenciados, baseados nas metodologias ativas, com uma visão inovadora”, explica a diretora.
“A formação foi pensada para aliarmos ferramentas tecnológicas, científicas, pedagógicas e metodológicas capazes de transpor o currículo tradicional, principalmente em ensino superior, para currículos novos que aliem as perspectivas de docência e formação, mas que também congreguem a possibilidade de tornar o currículo mais próximo do que vivenciamos e do que teremos de desafios para enfrentar. Isso não é algo simples, mas torna-se uma grande oportunidade para propormos como educadores novas possibilidades em sala de aula ou fora dela”, completa Simone Benck.
[Olho texto=”A Funab produziu o curso para romper barreiras e criar novas possibilidades de ser educador, promover processos de ensino-aprendizagem diferenciados, baseados nas metodologias ativas, com uma visão inovadora” assinatura=”Simone Benck, diretora executiva da Funab” esquerda_direita_centro=”centro”]
Composta por tutores da Escola Superior de Gestão – ESG e da Escola Superior da Polícia Civil – ESPC, a turma foi divida em seis equipes, de modo a possibilitar o intercâmbio de conhecimentos e boas práticas entre os profissionais das IES. As atividades foram distribuídas entre encontros virtuais, momentos de palestras e oficinas de aprendizagem; horários protegidos para estudo, utilizados para aprofundamento teórico individualizado; e atividades de dispersão, voltadas ao debate e encaminhamento de soluções práticas para os desafios propostos.
“No início da formação, as equipes de trabalho foram direcionadas para ambientes virtuais com nomes de plantas que remetem ao bioma predominante no Centro-Oeste, o Cerrado, que também dá nome ao “auditório” que abriga os encontros virtuais coletivos”, explica Lis Matilde, coordenadora na Funab. Para nomear as seis salas das equipes, foram escolhidos o Angico, nativo da américa tropical; o Baru, árvore típica do cerrado brasileiro; o Murici, que, em sua riqueza, apresenta na natureza mais de 130 espécies catalogadas; o gigante Jatobá, utilizado para tratamentos de saúde; a Copaíba, de onde é extraído um óleo rico em nutrientes muito utilizado na indústria cosmética e farmacêutica, e, por último, mas não menos importante, a Aroeira, planta medicinal que pode ser usada para diversos tratamentos.
Alessandra Edver, coordenadora de pesquisa e comunicação científica da Funab, explica a relevância da formação proposta para qualificação da prática didática, considerando o arcabouço teórico e conhecimento técnico intrínsecos a esses profissionais. “Muitos educadores ainda precisam passar por um processo de mudança de mentalidade no que se refere ao processo formativo desenvolvido. É necessário pensar uma educação inovadora, que trabalhe com metodologias ativas. Um educador do século XXI precisa ressignificar sua postura profissional, trazendo aspectos da andragogia (educação voltada aos adultos) à prática, para poder alcançar um perfil crítico, reflexivo e atuante em seus estudantes”, reflete a professora.
Programa
O conteúdo programático do curso abordou temáticas como a construção de competências; a transposição curricular; as premissas para elaboração de módulos temáticos em Aprendizagem Baseada em Problema – ABP, metodologia adotada pelas Escolas Superiores; as avaliações formativas; e as tecnologias digitais disponíveis para o processo de ensino e aprendizagem. “Utilizamos como bases teóricas a Aprendizagem Sócio Interacionista, do psicólogo Lev Vigotski, e a Aprendizagem Significativa, do psicólogo educacional Ausubel”, elucida Fabiana França, coordenadora dos cursos de pós-graduação, pesquisa e extensão da Funab.
Mestre em educação e com experiência em metodologias ativas de ensino e aprendizagem no ensino superior, Fabiana ressalta a importância de uma formação orgânica, baseada em aprender a aprender, como alicerce para a melhoria constante do trabalho desenvolvido pelos tutores. “A formação visa ao avanço pedagógico no nosso corpo de trabalho. Para isso utilizamos metodologias como a da aprendizagem significativa e colaborativa, que tem o papel de proporcionar relações com a educação, entre os pares e com o meio ambiente de aprendizado para aprofundamento e solidificação de conhecimento, individualizado e coletivo”, completa Fabiana.
“Um profissional pode ser repleto de conhecimento e poder técnico, mas, se ele não sabe se relacionar com o outro, se não sabe ouvir o par ou não socializa o seu conhecimento, de nada adianta esse movimento”, explicita Alessandra Edver. “Não fizemos um curso bancário, onde os estudantes sentam e apenas consomem conteúdo. Ao longo da formação, buscamos constantemente verificar os alcances das aprendizagens para intervir quando necessário, a partir de uma avaliação contínua e progressiva, essencial para a construção de seus próprios conhecimentos”, complementa Lis Matilde.