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13/12/2020 às 13:54, atualizado em 13/12/2020 às 13:59
Cerca de 250 mudas de árvores nativas do Cerrado foram plantadas na unidade de conservação Ezechias Heringer neste domingo (13)
É no quintal de casa que a moradora do Guará II Vânia Arraes Almeida cria mudas de árvores frutíferas e as distribui aos amigos. Há frutas que ela compra só para plantar as sementes e fazê-las brotar. A preocupação da dona de casa é, além de produzir alimentos, arborizar a cidade, umidificar o clima e deixar um legado ambiental para as próximas gerações.
E foi pensando nisso que ela se juntou a mais de 70 pessoas numa ação voluntária de arborização do Parque Ecológico Ezechias Heringer, no Guará II. A parceria entre o Governo do Distrito Federal e (GDF) e a sociedade civil, em um trabalho conjunto de melhoria de Brasília, se deu por meio do Instituto Brasília Ambiental, gestor do parque, e o projeto Tempo de Plantar. Só neste domingo (13) foram mais de 250 mudas de árvores nativas do Cerrado.
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As mudas foram doadas pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e por moradores da cidade. A própria Vânia levou 46 delas, de 20 espécies diferentes, entre Pau de Jacaré, Pau de Pombo, Graviola, Jequitibá e Pitomba. A escolha não foi involuntária: ela pesquisou os tipos mais frondosos, com grandes copas. “Eu olho para esses descampados e me dá uma dor no coração. Quero ver isso tudo verde”, diz ela.
Junto dela estava a filha Danielle Almeida, de 37 anos. Servidora pública, essa foi a segunda vez que as duas se voluntariaram para ajudar no reflorestamento de uma área de conservação de Brasília. Atenta às melhorias climáticas que sua atitude pode causar, Danielle acha que quanto mais árvores a cidade tiver, melhor para os moradores. “Brasília está ficando cada vez mais quente. Precisamos ter mais árvores por aqui.”
Raridades
O Parque Ecológico Ezechias Heringer fica na entrada do Guará II e é frequentado pelos moradores para práticas esportivas e recreação. É lá que está, em um orquidário, um terço de todas as orquídeas registradas em Brasília. Possui também uma espécie única e rara de Podocarpus Brasilienses, conhecido como pinheiro do Cerrado.
O projeto Tempo de Plantar coordenou toda a ação de plantio de árvores deste domingo. Pela manhã, era possível acompanhar dezenas de voluntários plantando mudas, carregando estacas de sustentação para as mais frágeis e colocando a mão na terra. Simone Vaz de Holanda, de 33 anos, é uma das coordenadoras do Tempo de Plantar.
Ela conta que só em 2019, em parceria com as administrações regionais, foram plantadas 22 mil árvores em 22 regiões administrativas. Durante parte do ano, o grupo ensina como germinar e plantar uma muda para no período de chuva, entre dezembro e março, promover o plantio. “Plantar árvores ajuda a preservar nossas nascentes, a manter vivas as espécies do Cerrado e a promover a interação da comunidade com o lugar onde mora”, acredita Simone.
Essa interação é o que o advogado Leonardo Rangel, de 39 anos, tenta criar entre suas filhas e o meio ambiente. Acompanhado da Manuela, de 8 anos, e da Ana Júlia, de 10, eles plantaram uma muda de Ipê Amarelo no parque do Guará. O trabalho em conjunto, acredita ele, tenta conscientizar as meninas a preservarem o ecossistema e estarem atentas às questões ambientais. “Desde já elas precisam saber a importância que tem uma árvore para a nossa sobrevivência”, conclui.
Nesta segunda-feira novas mudas serão plantadas, desta vez sob a coordenação do Comitê de Voluntariado Ambiental do Programa de Voluntariado da Vice-Presidência da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). A ação também conta com os apoios do Instituto Brasília Ambiental, da Novacap e da Administração Regional do Guará. No total dos dois dias, serão plantadas 750 mudas de plantas nativas.