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14/01/2021 às 12:37, atualizado em 14/01/2021 às 14:19
Projeto contempla a construção de um espaço de cultura, conhecimento e arte
Quando foi nomeado gestor da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), em dezembro de 2019, Bartolomeu Rodrigues já tinha, entre as prioridades, a missão de conduzir, em ação conjunta com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), parte do projeto que vai erguer o Museu Nacional da Bíblia, compromisso assumido pelo governador Ibaneis Rocha.
Atualmente, o titular da Secec comanda a comissão de licitação do equipamento cultural, com orçamento estimado em R$ 26 milhões – dos quais R$ 14 milhões foram captados por meio de emendas parlamentares de deputados federais.
“O Museu da Bíblia será um espaço cultural e curatorial, que vai permitir experiências de conhecimento sobre uma das mais importantes escrituras da humanidade, sobre a qual deitam as raízes da civilização ocidental”, explica o secretário. “A Bíblia influenciou fortemente as artes, a literatura, a filosofia e o pensamento científico. Até o mais ardoroso ateu sabe disso. E, não por menos, museus similares existem em várias partes do mundo, a exemplo do Museu da Bíblia de Washington [EUA].”
O espaço será aberto a todos, independentemente de orientação religiosa, destaca Bartolomeu. “Por ser um equipamento que evoca tema religioso, surgem questionamentos baseados em interpretações apressadas, muitas preconceituosas, que precisam ser desmistificadas”, pontua. “Antes de tudo, o projeto nasce dentro dos padrões museológicos mais rigorosos. Não se está pretendendo erguer um templo de fé e de orações”.
[Olho texto=”“Antes de tudo, o projeto nasce dentro dos padrões museológicos mais rigorosos. Não se está pretendendo erguer um templo de fé e de orações”” assinatura=”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa” esquerda_direita_centro=”centro”]
Concurso público
A obra será erguida numa área de 7,5 mil metros quadrados no Eixo Monumental, nas proximidades da Epia e da antiga Rodoferroviária de Brasília. Nesse momento, o projeto entra em sua primeira etapa: o lançamento do concurso nacional para a escolha da proposta mais adequada que atenda às especificidades legais e ao programa de necessidades elaborado pela Secec e pela Seduh. Esse documento contou com o apoio técnico qualificado de arquitetos e museólogos.
Podem participar da concorrência as empresas de arquitetura regularmente inscritas nos conselhos de Arquitetura e de Urbanismo. O processo de inscrição, apresentação das propostas e julgamento será feito por meio de um portal on-line a ser lançado em breve. O edital está em fase de revisão técnica.
“Nada mais democrático e transparente do que o concurso público, aberto para todo o território nacional”, destaca o secretário. “Sempre é bom lembrar que Brasília nasceu de um concurso assim”. Bartolomeu aproveita para corrigir outro equívoco difundido em redes sociais e na imprensa: a imagem do museu a partir de um desenho atribuído ao arquiteto Oscar Niemeyer: “Não usaremos a matriz de Niemeyer. O que será construído é algo que ainda não vislumbramos, pois virá justamente do resultado do concurso”.
Portal na web
Uma coordenação, uma comissão de licitação e uma comissão julgadora compõem o portal a ser lançado na web para administrar o concurso. A coordenação cuidará dos aspectos de relacionamento institucional entre as diversas estruturas do GDF envolvidas no processo.
A operação do portal e a análise preliminar das propostas serão feitas por servidores com formação em arquitetura. Essa avaliação se refere aos aspectos técnicos dos projetos apresentados – como compatibilidade entre as propostas e o termo de referência, bem como o programa de necessidades.
A comissão de licitação fará uma análise documental, conforme é de praxe. Já a comissão julgadora, composta por arquitetos que comprovem conhecimento sobre o tema, será instituída para a análise exclusiva de mérito. O julgamento dos projetos será feito presencialmente, sem que as empresas participantes sejam identificadas. Somente após a decisão, os julgadores terão acesso à identificação dos proponentes.
Museu para todos
A empresa responsável pelo projeto vencedor terá um prazo de 75 dias para entregar o anteprojeto, o projeto legal, o projeto executivo, os projetos complementares e os orçamentos. Posteriormente, esse material será encaminhado para execução à Secretaria de Obras.
Constatadas as limitações orçamentárias e observado o disposto no programa de necessidades, a obra de edificação será empreendida em duas etapas. A fase de edificação será iniciada ainda este ano. A missão, assegura o titular da Secec, será desenvolvida com toda a transparência.
“Será um equipamento que vai ampliar a diversidade cultural do Distrito Federal, que em nada fere o Estado laico, mas contribuirá sensivelmente, com uma proposta curatorial balizada pela arte e pela formação do conhecimento, para reunir, em seu espaço apreciativo, pessoas de diversas religiões e credos ou até agnósticas e ateias”, conclui o secretário. “Por que não? A Bíblia continua sendo fonte de inúmeros estudos, tenha ou não propósitos religiosos.”
* Com informações da Secec