06/02/2021 às 16:24

O poder transformador do artesanato

Conheça a história de Carlos Fabrício, exemplo de como o empreendedorismo social pode realizar sonhos e ajudar a comunidade

Por Agência Brasília* | Edição: Mônica Pedroso

Artesanato do DF pode ser encontrado em duas lojas permanentes de shoppings do DF | Foto: Divulgação/Setur

O artesanato brasiliense está ganhando um novo impulso e vem se consolidando como uma importante fonte de renda, geração de emprego e oportunidades para milhares de famílias no Distrito Federal. A valorização é resultado de ações integradas do atual Governo que, por meio da Secretaria de Turismo (Setur-DF), desde 2019, trabalha para oferecer mais oportunidades aos talentos da cidade, como a disponibilização de espaços para a comercialização dos produtos, chances de qualificação, visibilidade e a Carteira Nacional do Artesão, que habilita este trabalhador legalmente em todo o Brasil.

O documento oferece ainda a possibilidade de participação em eventos locais, nacionais e internacionais. De acordo com a Setur-DF, entre 2019 e 2020, a pasta já emitiu 1.466 Carteiras e renovou 725. Foram 45 eventos fomentados apenas em 2019 e mais de 30 em 2020, além da oportunidade de comercialização nas lojas permanentes: uma localizada no Alameda Shopping e outra no Pátio Brasil. Ações que geraram, nos últimos dois anos, R$ 1.375.660,47 em vendas e beneficiaram mais de cinco mil famílias.

[Olho texto=”1.466″ assinatura=”Carteiras emitidas para artesãos do DF entre 2019 e 2020″ esquerda_direita_centro=””]

Mas a valorização do artesanato pelo GDFl vai muito além dos números. Ela pode transformar vidas e contar histórias que nos emocionam. Um exemplo é o trabalho que a Setur-DF realiza no Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Granja das Oliveiras, no Recanto das Emas. Lá foi descoberto um talento que até então não havia sido revelado.

Esta é a história de Carlos Fabrício Domingues da Silva, 35 anos. Nascido em Montes Claros (MG) e recém chegado a Brasília, ele encontrou na arte a esperança de uma vida melhor. “Sempre tive disposição para trabalhar, mas nunca oportunidade. E quando eu cheguei a Brasília, eu não sabia nada sobre o artesanato, mas fui aprendendo com os moradores de rua. Primeiro eu aprendi a fazer flores de lótus e comecei a vender para fugir da fome. Mas há um mês, quando eu tive a oportunidade de conhecer a secretária de Turismo Vanessa, tudo mudou. Ela viu que meu trabalho tinha futuro, me apresentou a sua equipe, a minha professora, e agora estou esforçando para aprender muito mais coisas.”

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De olho no futuro ele  comemora. “Uma nova porta se abriu em minha vida e me mostrou um mundo novo que eu não conhecia. Me senti gente pela primeira vez”, revela Fabrício, que já está ensinando o novo ofício aos colegas do abrigo. “Eu vejo meus amigos admirando o que eu faço e eu também quero ensinar. De graça eu aprendi, de graça vou passar pra frente. É uma oportunidade de trabalho”, afirmou o aprendiz, que já faz chapéus, flores, porta guardanapos, sousplat, entre outros objetos decorativos.

[Olho texto=”Uma nova porta se abriu em minha vida e me mostrou um mundo novo que eu não conhecia.” assinatura=”Carlos Fabrício, artesão” esquerda_direita_centro=”centro”]

Empreendedorismo

A história de Carlos é um exemplo de como o empreendedorismo social pode se destacar dentro do artesanato e ajudar a comunidade. “O Carlos é um aprendiz de muito talento e o que estamos fazendo é lapidar esse conhecimento. Ele já trabalhava com palha, mas precisava encontrar um ponto mais firme do acabamento. Também definimos os materiais de uso. Escolhemos, por agora, trabalhar com a bananeira, por ser uma fibra resistente, de fácil manuseio e fácil de encontrar. E como a intenção com este trabalho social é o repasse do saber aqui dentro do abrigo, a folha de bananeira tem outra vantagem: é uma matéria-prima que pode ser trabalhada com divisão de tarefas, criando uma cadeia produtiva em série. Assim, todos têm a oportunidade de aprender”, afirma Roze Mendes, mestre artesã da Setur-DF.

A mestre Roze Mendes vê uma cadeia produtiva no artesanato feito com a folha de bananeira | Foto: Divulgação/Setur

O psicólogo do abrigo, Matheus Aguiar Carvalho, reforça a importância da iniciativa. “O trabalho da Secretaria de Turismo com o artesanato é um recomeço para muitas pessoas. No caso do Carlos e os demais que estão aqui, é uma oportunidade para eles saírem da situação de vulnerabilidade e terem, de fato, uma renda. O início de algo que é deles”, disse.

[Olho texto=”O trabalho da Secretaria de Turismo com o artesanato é um recomeço para muitas pessoas.” assinatura=”Mateus Carvalho, psicólogo do Centro de Convivência Granja das Oliveiras” esquerda_direita_centro=”centro”]

“O que o nosso Governo vem buscando, desde o início dessa gestão, é oferecer oportunidades de trabalho a nossa população. E o artesanato tem o poder de revelar talentos. Não é assistencialismo. O que fazemos, por meio da nossa secretaria, é oferecer recursos para incluir os nossos artesãos na cadeia produtiva, oferecendo a eles os mecanismos necessários para a geração de renda. E quando conseguimos ainda realizar sonhos e promover a esperança de uma vida melhor, fazendo a diferença para tantas famílias, é muito gratificante. Temos a certeza de que estamos no caminho certo”, concluiu a Secretária de Turismo do DF, Vanessa Mendonça.

*Com informações da Secretaria de Turismo