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01/03/2021 às 09:12
Dados do IBGE mostram até o dobro de produção por hectare em alguns casos. Assistência, clima e tecnologia colaboram para resultado
O Distrito Federal tem uma produtividade agrícola superior à média nacional em diversas culturas, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do 5° levantamento da safra de grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em alguns casos, a produção por hectare no DF chega a ser o dobro da registrada em outras regiões.
Isso acontece desde o cultivo de grãos em grandes áreas até o de hortaliças e frutas em pequenas propriedades de agricultores familiares. Soja, milho, feijão, girassol, maracujá, uva, goiaba, limão, batata-doce, pimentão e mandioca são alguns itens que possuem uma produtividade superior à média nacional.
Entre as frutas, o maracujá é um dos destaques do DF, com uma produtividade de 27.675 kg/hectare, 94% superior à média brasileira, que é de 14.271 kg/hectare. No núcleo rural Pipiripau (Planaltina), a produtividade vai de 30 a 40 toneladas por hectare. Segundo o gerente do escritório local da Emater-DF, Geraldo Magela Gontijo, “isso se deve ao uso de híbridos de alto potencial produtivo, principalmente os desenvolvidos pela Embrapa, uso de polinização manual, espaçamento mais adensado, com maior número de plantas por hectare e uso de irrigação localizada”.
A soja, grão com grande peso na balança comercial, tem uma produtividade maior no DF em comparação com a média do país e até com o Mato Grosso, maior produtor do Brasil. No Distrito Federal, os produtores devem colher 3.743,59 quilos por hectare, na safra 2020/2021, contra 3.497,02 da média nacional e 3.448,02 do Mato Grosso.
Já a produtividade de uva chega a 25 toneladas por hectare, enquanto a média no Brasil é de 19,9 toneladas por hectare. Nos últimos anos, a Emater-DF tem proporcionado mais capacitações sobre o cultivo de uva de forma a incentivar a produção na região (veja abaixo tabela com algumas das maiores produtividades do DF).
Até em culturas em que o Distrito Federal tem pouca expressão, como a cana-de-açúcar, a produtividade é maior, o que aponta o potencial natural da região para a agricultura. “O que contribui para nossa alta produtividade é o emprego de tecnologia de manejo e clima favorável”, explica o extensionista da Emater-DF Marconi Borges.
Assistência técnica
A proximidade com os centros de pesquisa e a presença da Emater-DF também favorecem o acesso a informações e capacitações sobre rotação de culturas, época de plantio, cultivares resistentes disponíveis no mercado, tratamento de sementes para prevenir doenças, manejo integrado de pragas, plantio direto na palha, entre outros temas, diz Borges.
Segundo a coordenadora do Programa de Olericultura da Emater-DF, Adriana Nascimento, são essenciais para uma boa produtividade seguir as recomendações técnicas dos extensionistas da Emater indicadas para cada cultura, a interpretação das análises de solos e correção do solo, o uso de mudas e sementes de qualidade, o acompanhamento dos tratos culturais, dos calendários de plantio e sazonalidade.
[Olho texto=”“Como a gente tem uma área de plantio menor que as demais unidades da Federação, temos de tirar mais da terra, de forma mais sustentável e eficiente. É produzir mais com menos”” assinatura=”Denise Fonseca, presidente da Emater-DF” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
“A adaptação climática e nutrição do solo, com adubações ajustadas por análise de solo e correção de acidez bem equilibradas, são importantes para uma boa produtividade”, afirma Adriana.
A presidente da Emater, Denise Fonseca, destaca o papel dos extensionistas da empresa no atendimento aos agricultores, do uso de tecnologia e da disseminação de melhores técnicas de plantio como fatores que contribuem para os resultados alcançados pelo DF. “Como a gente tem uma área de plantio menor que as demais unidades da Federação, temos de tirar mais da terra, de forma mais sustentável e eficiente. É produzir mais com menos.”
Previsão da safra de grãos 2020/2021
No 5º levantamento da safra 2020/2021, divulgado no dia 11 de fevereiro pela Conab, o Distrito Federal fica em segundo lugar no país em relação à produtividade de grãos, com 5.280 kg/ha, ficando atrás apenas de Sergipe.
Para este ano, está prevista uma produtividade de 8.049,18 kg/ha de milho no Distrito Federal, enquanto a média nacional fica em 5.524,41 kg/ha. Já o feijão, no DF, tem uma estimativa de 2.857,14 kg/ha e a estimativa nacional fica em 1.105,33 kg/ha.
Ronaldo Triacca, produtor na região do PAD-DF, cultiva soja, milho e uva pra vinho fino. “Atribuo as altas produtividades da nossa região ao alto nível tecnológico empregado pelos produtores, ao nosso clima bem definido, ótima altitude, boa composição físico-química do solo, relevo de plano a levemente ondulado, facilitando a mecanização, ao emprego maciço da técnica conservacionista Plantio Direto, à diversidade de culturas, fazendo com que haja rotação nas áreas”, afirma.
“E, por último, somos privilegiados por termos vários centros nacionais de pesquisa da Embrapa concentrados aqui, várias empresas nacionais e multinacionais de genética vegetal também estão enraizadas na região, juntamente com uma assistência técnica de excelência da Emater”, explica Triacca.
A Emater-DF
Empresa pública que atua na promoção do desenvolvimento rural sustentável e da segurança alimentar, prestando assistência técnica e extensão rural a mais de 18 mil produtores do DF e Entorno. Por ano, realiza cerca de 150 mil atendimentos, por meio de ações como oficinas, cursos, visitas técnicas, dias de campo e reuniões técnicas.
*Com informações da Emater-DF