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11/04/2021 às 16:45
Plano de populações do plantel prioriza espécies brasileiras e local. Mas o parque já teve o grande felino, confira a história
Um dos principais pontos de lazer a céu aberto, apropriado em tempos de pandemia, o Jardim Zoológico de Brasília ganha ainda mais destaque no roteiro de lazer das famílias do DF. Mas a maioria dos visitantes sai de lá se perguntando o porquê de não termos um leão entres os bichanos do recinto. A resposta é simples: o local participa de um programa de conservação e preservação que prioriza espécies brasileiras, do cerrado e ameaçadas de extinção.
O documento é um planejamento populacional para as espécies mantidas no zoo. Por meio de uma série de critérios, esse documento é utilizado para a definição de espécies que devem fazer parte do plantel. Na Ficha de Avaliação de Espécies, anexo do documento, são consideradas as demandas internas da unidade, relacionadas a infraestrutura, medicina veterinária, nutrição, conservação e educação, além de dados oficiais sobre o status da população da fauna brasileira.
Os temas são agrupados na ficha em forma de perguntas. Cabe à equipe técnica responder às questões, colando uma pontuação para cada espécie. Quando outro zoológico oferece uma determinada espécie para “morar” no Zoológico de Brasília, automaticamente essa espécie é avaliada de acordo com os critérios do Plano de Populações.
Assim, o “Rei da Selva”, não é preterido do Zoológico de Brasília por implicância ou descaso da equipe técnica local. Essa espécie, que é originária da África e Ásia (e ainda está ameaçada de extinção), não é prioridade para a capital, de acordo com o Plano de Populações. O animal é classificado como exótico, já que não faz parte da fauna brasileira.
[Olho texto=”“A ideia do Zoológico de Brasília hoje é não ter animais que não contribuam diretamente para a conservação de suas espécies”” assinatura=”Filipe Reis, superintendente de Conservação e Pesquisa do Zoológico” esquerda_direita_centro=”direita”]
Bem antes da formulação do Plano de Populações, o Zoológico da capital já teve leões. O último foi o filho de Lana e Vasco, o Dudu. Nascido em Brasília em dois de maio de 1994, Dudu tinha uma expectativa de vida de 15 anos, mas morreu “velhinho”, em oito de junho de 2016, aos 22 anos.
Comportamento natural
Atualmente as espécies não estão no zoo somente para serem exibidas para o público. Todos os recintos são ambientados de forma que os animais estejam bem – eles ficam em locais similares aos deles, em um ambiente adequado para manifestarem o seu comportamento natural e também com mais bem-estar.
“Os animais que nós tínhamos não faziam parte de um plano de conservação. A ideia do Zoológico de Brasília hoje é não ter animais que não contribuam diretamente para a conservação de suas espécies. É uma nova política de um zoológico moderno”, explica Filipe Reis, superintendente de Conservação e Pesquisa do Zoológico Substituto.
O Plano de Conservação do Jardim Zoológico de Brasília envolve a proteção de 25 espécies brasileiras ameaçadas de extinção – sagüi da serra escuro, muriqui do sul, sauim de coleira, mico leão de cara dourada, macaco prego de peito amarelo, macaco aranha de testa branca, tamanduá bandeira, cachorro vinagre, onça pintada, lobo-guará, cervo do pantamal, cardeal amarelo, jacutinga, jacucaca, jandaia-sol, ararajuba, pato mergulhão, cágado de Hogei e jararaca.
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“Podemos ter leão, elefante, animais exóticos, em geral, no Zoológico de Brasília – qualquer espécie, desde que eles façam parte de programas de conservação, que a gente tenha um motivo para ter esses animais, ou seja, o zoológico como um centro de conservação“, resume Filipe Reis.