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09/05/2021 às 10:48, atualizado em 09/05/2021 às 12:18
Programas alimentados por amor, ‘Mãe Social’, ‘Família Acolhedora’ e casas de passagem dão apoio a crianças e adolescentes em situação vulnerável
“Nossas mãos ainda encaixam certo. Peço um anjo que me acompanhe. Em tudo eu via a voz de minha mãe. Em tudo eu via nóis (sic)”. Esse é um trecho da música Mãe, na qual o cantor Emicida narra momentos com Dona Jacira, sua própria mãe. A canção poderia relatar facilmente o cotidiano na vida de muitas mulheres acompanhadas pela Política de Assistência Social no Distrito Federal.
Um dos programas que caracteriza isso é o Mãe Social. Elas atuam profissionalmente fazendo o papel de mãe para crianças e adolescentes, incluindo o aleitamento materno, quando é o caso de crianças recém-nascidas.
“É difícil considerar isso como um trabalho. Eu moro aqui e vivo cada minuto aqui. Não sinto qualquer diferença entre os filhos sociais e os biológicos. O amor é o mesmo”, conta emocionada Maria Aurise, uma das mães sociais que atua na Casa de Acolhimento Lar de Eurípedes, em Brazlândia.
No Lar de Eurípedes, há três residências, comandadas por mulheres à frente, onde são atendidas até dez crianças em cada uma. Em todo o DF, são mais de 100 trabalhadoras que atuam em alguma das 27 unidades ofertantes desse serviço.
[Olho texto=”“É a capacidade de amar para cuidar e, maior ainda, para saber que a partida vai ser boa para eles” ” assinatura=”Vânia Campos, participante do programa Família Acolhedora” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Partida com alegria
Outra iniciativa muito importante é a Família Acolhedora. Nesse caso, por alguma necessidade de resguardar e preservar os laços afetivos, o menor passa a ficar em um lar temporário.
“É a capacidade de amar para cuidar e, maior ainda, para saber que a partida vai ser boa para eles”, destaca Vânia Campos, participante do programa com cinco crianças já acolhidas desde o ano passado. “Tive um casal de filhos, e um deles faleceu há alguns anos. Faço isso por ele. Ele quem me dá forças para continuar”, complementa a moradora de Vicente Pires ao projetar um sexto acolhimento.
No Família Acolhedora, as famílias voluntárias são selecionadas, capacitadas, cadastradas e acompanhadas pela equipe técnica do Serviço de Acolhimento da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), em parceria com o Instituto Aconchego.
Elas vão oferecer e garantir, temporariamente, cuidados individualizados em ambiente familiar e afetuoso para crianças de 0 a 6 anos de idade que estão afastados do convívio familiar, por conta de medida protetiva. Ao todo, 57 crianças passaram por alguma das 37 famílias aptas no DF. Nove foram adotadas.
[Olho texto=”As mulheres são o ponto focal da Política de Assistência Social, pois são as chefes de famílias e as responsáveis por declararem as informações para o Cadastro Único” assinatura=”Mayara Noronha Rocha, secretária de Desenvolvimento Social” esquerda_direita_centro=”direita”]
Em busca de autonomia
As casas de passagem de Brasília, vinculadas ao programa Acolhimento Institucional, também promovem a autonomia de mães que, por algum motivo, atravessam um período complicado da vida.
“Quero arrumar um emprego para poder seguir minha vida com meus filhos. Um dia, eles vão olhar para mim e dizer: ‘Tenho muito orgulho da minha mãe’. É só o que eu quero”, sonha Madalena Almeida, acolhida na unidade para família do Guará II, juntamente com o filho mais novo. Os outros três estão em locais destinados a sua faixa etária ou em outras famílias acolhedoras.
São 13 residências com 520 vagas. Trata-se de um lar temporário e transitório para pessoas em situações de rua ou de vulnerabilidade, onde são atendidas por equipe multidisciplinar, com assistentes sociais, pedagogos, psicólogos e educadores, por exemplo.
Para a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha, são programas voltados para o fortalecimento de laços da família e para o empoderamento e autonomia feminina. De acordo com a dirigente da pasta, as mulheres são o ponto focal da Política de Assistência Social, pois são as chefes de famílias e as responsáveis por declararem as informações para o Cadastro Único.
Gestora pública e mãe, Mayara se sensibiliza com todas essas mulheres que precisam ir além para dar o melhor aos filhos. “Eu poderia estar acompanhando todo o desenvolvimento do meu Mateus: os primeiros passos e as primeiras palavras. Mas decidi lutar de forma que outras mães alcancem a autonomia necessária para dar as mesmas oportunidades a seus filhos”, destaca a secretária.
Exemplo de superação
Marisângela Melo, moradora de Águas Claras, é mãe do estudante Gustavo. Ela nunca precisou da assistência social, mas há oito anos se viu em uma situação em que precisou se reinventar como mãe e mulher.
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Era um fim de semana quando o marido, Rafael, foi vítima de um trágico acidente na via que segue para Brazlândia. “Semanas antes do Rafilds [apelido de Rafael] partir, eu só cuidava da casa. Quando me vi sozinha com um filho pequeno e várias contas chegando, percebi que não podia parar”, conta a hoje microempresária, dona de uma lanchonete especializada em cachorros-quentes na cidade, que leva o apelido do marido, e da qual ela tira o sustento da família.
Pela Política de Assistência Social, mesmo com todas essas diferentes formas da maternidade, o ser mãe é único. É quem entrega o coração para dar carinho, amor, orientação, passar valores e princípios para seus filhos. É quem acompanha e apoia o desenvolvimento deles para que se tornem adultos independentes e responsáveis no futuro.
*Com informações da Secretaria de Desenvolvimento Social