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11/05/2021 às 20:46, atualizado em 11/05/2021 às 20:49
Advogada Cláudia Patrício, infectada pela doença em março de 2020, recebeu a vacina nesta terça-feira (11), em posto de saúde no Lago Sul
Passava das 14h desta terça-feira (11) quando uma senhora de 53 anos chegou acompanhada do marido para se vacinar contra a covid-19, na Policlínica do Lago Sul, localizada na QI 21. Aparentemente, nada diferente naquela cena corriqueira. Ali, porém, estava um caso simbólico para o Distrito Federal: Cláudia Patrício Costa, a primeira paciente diagnosticada com a doença na capital do país recebia a vacina.
A advogada, moradora do Lago Sul, viveu seu “momento histórico”, como ela própria define. Portadora de comorbidade, Cláudia fez seu agendamento na segunda-feira (10) e tomou a primeira dose da vacina AstraZeneca/Fiocruz dentro de seu veículo já no dia seguinte. Ela, que passou 105 dias internada em dois hospitais e travou longa luta contra a morte, tinha os olhos marejados e vibrou.
“Estou muito emocionada. Para quem passou o que passei, estive no limiar entre a vida e a morte, ser imunizada é a glória. É a esperança de dias melhores”, afirmou. “Volto a dizer que eu já vivi um dia por vez na minha vida. Hoje em dia, eu vivo um minuto por vez. Não me importa o que vai acontecer”, complementou.
[Olho texto=”“Acho que tanto o governo federal quanto o GDF fizeram a parte deles. A vacina é boa e vai chegar para todo mundo. Mas temos que contribuir para que dê certo, tomando as medidas de proteção”” assinatura=”Claudia Patrício, advogada” esquerda_direita_centro=”direita”]
Cláudia não exagera quando afirma que “renasceu”. No dia 5 de março de 2020, ela foi internada às pressas no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), referência no tratamento para a doença no DF. Passou 46 dias em coma induzido. Depois, seguiu a recuperação em uma unidade particular. Ela e o marido, também advogado, André Costa, 48, testaram positivo após retornarem de uma viagem a trabalho no Reino Unido.
Festa no Dia das Mães
Alegre e de fisionomia aliviada, Cláudia ainda carrega sequelas da covid-19. Voltou a andar há apenas dois meses e teve a perda do movimento de dedos da mão direita. Mas não lamenta o drama vivido. Prefere louvar a vida. “Foi meu primeiro Dia das Mães, depois de tudo. Passei com minhas filhas e meu marido amado”, ressalta. E disse que nunca deixou de acreditar na ciência e nos governantes.
“Acho que tanto o governo federal quanto o GDF fizeram a parte deles. A vacina é boa e vai chegar para todo mundo. Mas temos que contribuir para que dê certo, tomando as medidas de proteção”, lembra. Cláudia, por sinal, vai lançar agora em junho um livro sobre o processo de enfrentamento ao novo coronavírus. Os originais já seguiram para revisão, diz ela.
No caso de André, ainda não chegou a hora de ser imunizado por causa da faixa etária. Mas ele se diz tranquilo e agradece toda a atenção que ambos receberam. “Como fomos os primeiros casos da doença, era a luta contra o desconhecido”, observa. “Não esqueço do olhar dos médicos do Hran. Naquele momento, não temiam tanto pela vida deles, mas pela da Claudia. Isso para mim é a lição do amor que todos têm dentro de si”, complementa o advogado.
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Referência
Segundo o diretor do Hran, Paulo Roberto Silva Jr., a unidade conta com médicos de referência na área de pneumologia e clínicos especializados. “O aprendizado foi intenso no último ano. Todos os dias damos alta para pacientes de covid no hospital. Lá, fomos adquirindo expertise em relação aos medicamentos, à fisioterapia e à recuperação pós-covid. O tratamento avançou muito não só lá, mas em vários hospitais do Distrito Federal”, ressalta o médico.
Segundo balanço da Secretaria da Saúde divulgado nesta terça-feira, cerca de 35 mil pessoas com comorbidades já foram vacinadas no DF.