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26/05/2021 às 17:20, atualizado em 26/05/2021 às 20:50
Alimentos beneficiarão famílias e estudantes de diversas etnias, moradores do Noroeste, São Sebastião, Candangolândia e Ceilândia
O Memorial dos Povos Indígenas (MPI) tornou-se um ponto de apoio para as famílias indígenas do Distrito Federal. Em parceria com o Museu da Educação (Mude), a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) mobilizou a campanha Todo Dia é Dia de Povos Indígenas.
[Olho texto=”“Com a alimentação garantida, nos mantemos fortes para seguir estudando e buscando os nossos objetivos”” assinatura=”José Barreira Meãmücû, estudante de Letras na UnB e indígena da etnia ticuna, do Amazonas” esquerda_direita_centro=”direita”]
Desde o início de abril, o espaço, que no momento segue fechado e em obras, recebeu doações de cestas básicas para atender diversas comunidades indígenas em situação de vulnerabilidade. Ao todo, foram arrecadadas 213 cestas, e a entrega simbólica foi feita na tarde desta terça-feira (25), no Centro Cultural Maloca, localizado na Universidade de Brasília (UnB).
Estudante do curso de Letras, José Barreira Meãmücû, da etnia ticuna, recebeu a cesta de alimentos e revelou o quanto é preocupante a questão da insegurança alimentar para os estudantes indígenas. Morador da Ceilândia, o indígena veio do Amazonas em busca de conhecimento para a construção de sua carreira acadêmica e destacou que o apoio dos museus e da comunidade tem sido fundamental neste período. “Com a alimentação garantida, nos mantemos fortes para seguir estudando e buscando os nossos objetivos”, afirmou.
As cestas de alimentos com arroz, feijão, açúcar, café, macarrão, leite em pó, flocos de milho, óleo de soja e materiais de higiene pessoal beneficiarão famílias e estudantes indígenas de diversas etnias – fulni-ô, guajajara, bororo, kokama, pankararu, pataxó, piratapuya, marubo, ticuna, tukano e xavante – moradores do Noroeste, São Sebastião, Candangolândia e Ceilândia.
[Olho texto=”“Tivemos o apoio do Museu da Educação e da comunidade, que contribuiu fortemente para garantir a alimentação das diversas etnias de índios moradores do DF”” assinatura=”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Aluno do curso de Engenharia de Produção, o ticuna Anailson Araújo Pissango conta que veio do Amazonas há dois anos para estudar na UnB. Morador de São Sebastião, o estudante indígena afirma que, quando se formar, retornará à sua terra natal com o sonho de fortalecer as políticas indígenas locais. “No momento em que estamos estudando, essa ajuda vem para manter a nossa subsistência, necessária para continuar com o foco na vida acadêmica”, frisou.
O secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, destacou que o Memorial dos Povos Indígenas está cumprindo sua função de representação, em defesa das comunidades que precisam de tanta atenção em um momento complicado como este. “Tivemos o apoio do Museu da Educação e da comunidade, que contribuiu fortemente para garantir a alimentação das diversas etnias de índios moradores do DF”, completou.
Railson Pereira pertence à etnia kokama, cursa Administração na Universidade de Brasília e atua como conselheiro da Associação dos Acadêmicos Indígenas da UnB (AAIUnb). Ele destaca a situação delicada dos indígenas que vêm de outros estados para estudar. “Tentamos fortalecer o movimento para que ninguém passe por necessidades de alimentação, moradia e segurança. Precisamos de ajuda da comunidade sempre! Toda força é bem-vinda!”, arremata.
Museu solidário
À frente da campanha pelo Museu da Educação, a professora Dra. Eva Waisros detalha que, em curto prazo, “logrou- se a arrecadação de cestas básicas, que beneficiaram 42 famílias indígenas”. Parte das doações foi destinada aos estudantes indígenas da UnB. As demais serão distribuídas para os estudantes do ensino médio de São Sebastião e Ceilândia. “Com esse feito, buscamos cumprir o papel social que compete ao Museu da Educação do Distrito Federal”, afirma a professora.
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A iniciativa foi motivada pelos inúmeros desafios enfrentados pelas comunidades indígenas de todo o país, entre eles o alastramento da pandemia de covid-19 nas aldeias e sérios problemas econômicos que deixam famílias em situação de vulnerabilidade social. Desse modo, a campanha buscou estimular a solidariedade e reforçar o papel social dos museus, enquanto espaços irradiadores de práticas comprometidas com o bem comum.
*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa