31/05/2021 às 14:52, atualizado em 31/05/2021 às 17:08

Uma forma inovadora para dividir colmeias em pequenas áreas

Por método tradicional, caixas de abelhas devem estar a 1,5 km de outra; com nova técnica, elas podem ficar lado a lado

Por Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

[Olho texto=”“Em propriedades rurais de 1 ou 2 hectares, o pouco espaço pode dificultar a divisão de caixas pelo método mais tradicional” ” assinatura=”Névio Guimarães, extensionista da Emater” esquerda_direita_centro=”direita”]

Novidade para os apicultores: já está disponível uma nova técnica para divisão de enxames de abelhas em pequenas propriedades. No método tradicional, quando o apicultor faz uma nova colmeia, deve colocar a nova caixa de abelha a 1,5 km da caixa original. Agora, com a técnica desenvolvida pelo extensionista Névio Guimarães, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater), uma caixa pode ficar ao lado da outra sem que os enxames se misturem.

Apicultor manuseia caixa de abelhas: produção requer procedimentos especiais | Fotos: Arquivo/Agência Brasília

Na apicultura, é importante que o produtor faça a divisão do enxame para aumentar a população do apiário quando uma caixa cresce muito. Com isso, ele evita a perda de abelhas caso elas decidam se dividir naturalmente.

Como as propriedades rurais do DF se caracterizam em sua maioria por áreas pequenas, a técnica pode ser aplicada por qualquer produtor. “Em propriedades rurais de 1 ou 2 hectares, por exemplo, o pouco espaço pode dificultar a divisão de caixas pelo método mais tradicional”, explica Guimarães.

Como funciona

Ao fazer a divisão do enxame, deve-se repartir igualmente o número de quadros contendo favos de cria e alimento nas duas colmeias. A colônia que ficar sem rainha vai receber maior número de crias de três dias, que serão necessárias para a formação de uma nova rainha.

A nova caixa pode ficar a 50 cm de distância da antiga. Nela são colocados um alimentador e água, em garrafas, para que as abelhas fiquem 48 horas presas na caixa, que deve ser coberta com algo que a escureça.

[Numeralha titulo_grande=”21,9 toneladas ” texto=”de mel e derivados foram produzidas em 2020 pelos apicultores cadastrados do DF” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

“Após essas 48 horas, as abelhas vão perder o feromônio e a localização da antiga caixa”, detalha Guimarães. “Assim, a nova caixa é aberta e as abelhas não se misturarão mais. Depois de 21 dias, vai nascer uma princesa, que vai voar, ser fecundada e voltar como uma nova rainha”. Dessa maneira, com qualquer tamanho de propriedade, é possível separar o enxame e aumentar a produção.

A apicultura no DF

No Distrito Federal há 132 apicultores cadastrados na Emater que, em 2020, produziram 21,9 toneladas de mel, além de derivados como o própolis, cera e pólen. A atividade tem sido aliada das práticas agrícolas, trazendo benefícios aos produtores e ao meio ambiente.

Enquanto as abelhas colhem o néctar e o pólen necessários para se alimentarem e produzirem mel, a agricultura se beneficia da polinização, que amplia a produtividade e garante frutos de mais qualidade e, consequentemente, maior valor de mercado.

[Olho texto=”A apicultura gera emprego na fabricação de diversos produtos, além do tradicional mel” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]

As abelhas com ferrão formam enxames de 70 mil a 90 mil indivíduos, em média, e produzem de 30 kg a 40 kg de mel por caixa por ano em apiários fixos. Para criar abelhas, é fundamental conhecer o inseto. Além de não poder ser alérgico ao veneno, o produtor precisa montar o local de cultura a uma distância de 300 metros a 500 metros de residências, de locais com animais domésticos e de estradas.

“Buscar toda e qualquer informação é fundamental”, reforça o também extensionista Carlos Morais. “Livros, revistas, pesquisas científicas, sites na internet darão uma visão inicial”. Ele orienta interessados a procurar apicultores, conhecer apiários já instalados, certificar-se de como são os que já se encontram em produção. “Essas visitas vão ajudar a sanar dezenas de dúvidas para o iniciante na atividade”, explica.

[Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Além dos produtos provenientes das abelhas, a apicultura gera emprego na fabricação de caixas, vestimentas, utensílios para o manejo na criação, equipamentos industriais para processamento, embalagem, transporte e comercialização dos mais variados produtos. “O mel e seus derivados fazem parte de uma extensa cadeia produtiva. Os produtos são utilizados para alimentação, estética, para fabricação de medicamentos, entre outros”, orienta Carlos Morais.

A Emater pode contribuir com a assistência técnica e no contato com demais produtores da região. Interessados devem procurar a relação de escritórios da empresa.

Baixe publicações gratuitamente, na Biblioteca Digital da Emater, sobre esse e outros assuntos.

*Com informações da Emater