14/06/2021 às 11:35, atualizado em 14/06/2021 às 14:16

Centro de Orientação Médico-Psicopedagógica é referência no atendimento

Unidade possui equipe multidisciplinar e é voltada para crianças de até 12 anos com sofrimento mental moderado

Por Agência Brasília* I Edição: Carolina Jardon

A rede pública de saúde oferece, por meio do Centro de Orientação Médico-Psicopedagógica (Compp), atendimento especializado para crianças de até 12 anos com sofrimento mental moderado e atende pacientes de todo o Distrito Federal, conforme nota técnica. Para ter acesso ao serviço, os pacientes são encaminhados pela atenção primária, e, em algumas situações excepcionais, pela atenção secundária ou hospitalar.

O Compp possui um trabalho interdisciplinar e hoje tem uma equipe composta por enfermeiro, assistente social, neuropediatra, pediatra, terapeuta ocupacional, psicólogo, psiquiatra, fonoaudiólogo, técnico em eletroencefalograma, fisioterapeuta e os servidores do administrativo | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Saúde

Mesmo diante da pandemia, os atendimentos, muitas vezes feitos em grupo, foram mantidos, mas com algumas adaptações para manter os protocolos de segurança com relação à covid-19.

“Não tem como parar os atendimentos para quem tem sofrimento mental. Além de não deixar desassistidos esses pacientes, manter os atendimentos é uma forma de dar suporte a essas famílias, pois a pandemia já tem causado sofrimento, pois é uma situação atípica, e ainda tem o isolamento. ”, explica Juliana Machado, gerente do Compp.

Os atendimentos que eram realizados em grupo continuam ocorrendo, mas de maneira individualizada com cada paciente. Ou seja, é marcado um horário no dia que seria a atividade em grupo e eles são atendidos seguindo a marcação de horário. “As crianças são atendidas em grupos, conforme os sintomas e as famílias também são incluídos neste cuidado”, informa.

O Compp possui um trabalho interdisciplinar e hoje tem uma equipe composta por enfermeiro, assistente social, neuropediatra, pediatra, terapeuta ocupacional, psicólogo, psiquiatra, fonoaudiólogo, técnico em eletroencefalograma, fisioterapeuta e os servidores do administrativo.

Atendimento

De acordo com Juliana, as crianças são atendidas inicialmente por um dos profissionais e os casos são avaliados para os encaminhamentos individuais, de acordo com a necessidade daquela criança. Para atender os casos mais graves, com necessidade de medicação, existe o grupo Salada de Frutas, voltado para as crianças que estão precisando de um atendimento mais urgente.

Leiliane de Alcântara é moradora de São Sebastião e foi encaminhada pela pediatra que atendeu Lucas, de 3 anos e 11 meses, no Hospital da Região Leste (HRL). Ela desconfia que o filho seja autista e na primeira consulta no Compp, o filho foi encaminhado para fonoaudióloga e para a estimulação precoce, na atenção primária.

“O Lucas tem um irmão gêmeo e percebi a diferença no comportamento dele desde bebê. Por isso, procurei atendimento para investigar se realmente é autismo. Gostei muito da primeira consulta aqui no Compp. Fui muito bem-atendida, e meu filho será acompanhado para ter uma avaliação melhor no futuro”, afirma.

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Hoje, a fila de espera pelo atendimento dura cerca de dois anos após o encaminhamento. “Isso ocorre porque os tratamentos são longos, duram pelo menos três meses, às vezes até mais dependendo do caso”, afirma Juliana.

Este é o caso de Egídia Valdez, mãe de Yan Valdez, de 10 anos. Ele foi diagnosticado com autismo aos 5 anos e desde os 4 anos faz acompanhamento no Compp. Além do autismo, ele possui deficiência mental e tem muita dificuldade para dormir, então é acompanhado diretamente pela equipe de psiquiatria.

“O Yan é muito agitado e nervoso, não consegue dormir sem medicação. Por isso, ele é acompanhado para verificar se o remédio está fazendo efeito, se precisa trocar, etc. O acompanhamento no Compp é excelente, ajuda bastante no desenvolvimento dele”, explica.

Egídia mora no Gama desde 2019, mas antes disso, morava em Minas Gerais e viajava todos os dias de consulta para não perder o acompanhamento de Yan.

*Com informações da Secretaria de Saúde