01/07/2021 às 17:28, atualizado em 01/07/2021 às 17:39

Revista científica do Jardim Botânico traz dois novos artigos

Alelopatia do jatobá-do-cerrado e dieta da coruja-buraqueira são abordados na publicação, dedicada à veiculação de conteúdos científicos originais

Por AGÊNCIA BRASÍLIA* | EDIÇÃO: ROSUALDO RODRIGUES

A Revista Heringeriana, publicação do Jardim Botânico de Brasília (JBB) dedicada a conteúdos científicos (artigos, monografias e notas científicas, entre outros), acaba de publicar dois novos artigos, produzidos por professores, pesquisadores e alunos de laboratórios da Universidade de Brasília (UnB). O primeiro aborda a alelopatia do jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa); o segundo trata da dieta da coruja-buraqueira (Athene cunicularia).

Na publicação, é discutido o potencial alelopático das raízes de plântulas do jatobá na germinação e crescimento inicial de espécies invasoras | Foto: Divulgação: Jardim Botânico de Brasília

A alelopatia é a influência de uma espécie na germinação, crescimento e desenvolvimento de outras plantas. Na publicação é discutido o potencial alelopático das raízes de plântulas do jatobá na germinação e crescimento inicial das espécies invasoras, capim-colinião (Megathyrsus maximus) e corda-de-viola (Ipomoea triloba) e da cultivada, gergelim (Sesamum indicum).

[Olho texto=”A Revista Heringer é editada desde 1994 e o nome é uma homenagem a Ezechias Paulo Heringer, botânico pioneiro no DF” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

O artigo aborda também o efeito fitotóxico do extrato aquoso das raízes de jatobá em sementes germinadas de trigo (Triticum aestivum), usando o percentual de inibição do seu crescimento. Esse artigo foi publicado em parceria entre professores, pesquisadores e alunos do Laboratório de Termobiologia L.G. Labouriau, Laboratório de Alelopatia Alfredo Gui Ferreira e Laboratório de Farmacognosia, todos da Universidade de Brasília (UnB).

Coruja-buraqueira

A coruja-buraqueira, foco do segundo artigo, é predadora generalista e oportunista, e se alimenta, principalmente, de invertebrados, como insetos, e pequenos vertebrados, como roedores e cobras. O artigo mostra que a coruja-buraqueira é predadora de cobras como Oxyrhopus rhombifer, Phalotris mertensi e Oxyrhopus cf. trigeminus.

A publicação mostra ainda que, apesar da ausência de uma cor de aviso, os viperídeos são presas perigosas para as aves, devido à sua toxina altamente venenosa, podendo causar ferimentos aos predadores, como perda ou garras quebradas, danos aos olhos e penas de voo.

O estudo foi realizado por alunos e pesquisadores do Laboratório de Relações Solos-Vegetação, Laboratório de Anatomia Comparada dos Vertebrados, Laboratório de Fauna e Unidades de Conservação, da UnB e o Instituto Nacional da Mata Atlântica.

A coruja-buraqueira é predadora e se alimenta, principalmente, de invertebrados, como insetos, e pequenos vertebrados, como roedores e cobras

Homenagem

Editada desde 1994, a princípio como Boletim do Herbário Ezechias Paulo Heringer e, a partir de 2007, como Revista Heringeriana, a publicação do JBB publica em fluxo contínuo artigos científicos originais, monografias taxonômicas, checklists comentados, notas científicas e opiniões em diversas áreas de biodiversidade. O conteúdo pode ser acessado por meio digital.

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O nome é uma homenagem a Ezechias Paulo Heringer, botânico pioneiro no DF. Além de propor a criação do Parque Nacional de Brasília, Heringer ajudou na implantação do Parque Zoobotânico de Brasília, na criação da Reserva Biológica de Águas Emendadas, Estação Experimental de Agricultura Cabeça-de-Veado, Parque do Gama e o Parque do Guará, (hoje Parque Ecológico Ezechias Paulo Heringer). Devido ao seu esforço de coleta, também teve seu nome homenageado em 35 espécies novas.

Para ter acesso ao conteúdo e às normas de publicação da Revista Heringeriana, acesse o site da publicação.


*Com informações do Jardim Botânico de Brasília