06/07/2021 às 15:57, atualizado em 06/07/2021 às 16:09

Oficinas incentivam autonomia às pessoas em situação de rua

Atividades do Centro Pop orientam participantes a se reestruturarem para assumir a retomada da própria vida

Por AGÊNCIA BRASÍLIA* | EDIÇÃO: ROSUALDO RODRIGUES

“Quero me estruturar, quero construir uma família. Quero tocar minha vida. Quero ser feliz”. Esses são os objetivos de Rodrigo Ribeiro da Cunha, de 36 anos, cidadão atendido no Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop).

Suspensas há meses por causa da pandemia, as oficinas de atendimento coletivo do Centro Pop de Taguatinga voltam de maneira gradativa, obedecendo às regras de segurança para prevenção à covid-19 | Fotos: Ádamo Dan Araújo/Sedes

Há dois anos sem uma moradia fixa, o pernambucano, que já esteve até fora do Brasil, tenta dar um novo rumo à própria vida. Ele é um dos cerca de 20 participantes das oficinas de atendimento coletivo da unidade de Taguatinga, retomadas recentemente.

Suspenso por vários meses em virtude da pandemia da covid-19, esse trabalho começou a voltar de maneira gradativa, aos poucos e obedecendo às rígidas regras de distanciamento social, higiene e cuidados pessoais. As turmas foram reduzidas, o distanciamento mantido e a constante oferta de álcool gel e obrigatoriedade da utilização de máscara de proteção facial seguem essenciais nesta retomada. Tanto servidores quanto pessoas atendidas foram vacinados nas últimas semanas.

[Olho texto=”“Buscamos mostrar a essas pessoas que o dinheiro concedido pelo governo é, na verdade, um início, um pontapé inicial na retomada da vida de cada um”” assinatura=”Mayara Noronha Rocha, secretária de Desenvolvimento Social” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

“A proposta do atendimento coletivo é orientar que, mais importante que pedir um benefício, o cidadão precisa saber geri-lo e empregá-lo da melhor forma possível”, explica a gerente do Centro Pop de Taguatinga, Leyland Galletti.

Os encontros ocorrem semanalmente, pela manhã, com duração de até duas horas, e são ministrados por especialistas em serviços sociais, como assistentes sociais, psicólogos e educadores sociais. As atividades abordam, entre outros temas, mercado de trabalho e empregabilidade, planejamento de futuro pessoal, apresentação da política socioassistencial, bem como benefícios, auxílios e programas dos governos do DF e federal.

De acordo com a gestora, os percursos propostos partem do todo e chegam à história pessoal de cada um. “Usamos ferramentas para que, primeiramente, eles entendam o serviço. Isso sedimentado, partimos para uma investigação mais particularizada, tentando sempre mostrar possibilidades de vida para aqueles que se predispõem a participar”, afirma Leyland Galletti.

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A secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha, enfatiza que o trabalho tem a função de mostrar que não é, simplesmente, chegar e pedir um benefício. “Buscamos mostrar a essas pessoas que o dinheiro concedido pelo governo é, na verdade, um início, um pontapé inicial na retomada da vida de cada um”, frisa. “Autonomia, responsabilidade e superação: esses sãos os lemas”.

O DF tem dois centros Pop – o de Taguatinga e o do Plano Piloto. Cada um atende cerca de 200 pessoas diariamente. Lá, o cidadão pode fazer as refeições, guardar pertences, higienizar-se e receber atendimento socioassistencial, sendo inserido nessa política pública. As unidades funcionam, normalmente, no horário comercial, de segunda a sexta-feira. Porém, durante a pandemia, o atendimento foi ampliado para os fins de semana e feriados.