01/08/2021 às 08:20, atualizado em 01/08/2021 às 19:04

Obras e empregos após a recuperação de R$ 1,1 bi

Governo destravou recursos locais e federais quase perdidos para construção de creches, viadutos e unidades de saúde. Conheça os projetos

Por Ana Luiza Vinhote, da Agência Brasília | Edição: Mônica Pedroso

Para tirar uma obra do papel, não basta ter só dinheiro. Também é necessário um projeto bem-estruturado. O Túnel de Taguatinga, o Complexo Viário Governador Roriz e o Hospital Oncológico Doutor Jofran Frejat, por exemplo, ficaram engavetados por anos, reféns de decisões judiciais.

Demanda antiga da população, o Túnel de Taguatinga terá 1.010 metros de extensão e vai reduzir o trânsito na região | Foto: Paulo H. Carvalho/Arquivo-Agência Brasília

O Governo do Distrito Federal (GDF) aceitou o desafio e, após intensas negociações, destravou R$ 1,1 bilhão, entre recursos locais e federais, para executar obras que estavam paradas há pelo menos quatro anos. Além de atender as necessidades da população, essas construções vão gerar mais de 9 mil oportunidades de emprego.

[Olho texto=”“O governador Ibaneis Rocha tem essa visão macro que eu costumo chamar de farol alto” assinatura=”José Humberto Pires, secretário de Governo” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

O secretário de Governo, José Humberto Pires, lembra que, ainda no período de transição de governo, foi montado um grupo de trabalho para a recuperação de investimentos e projetos. “O governador Ibaneis Rocha tem essa visão macro que eu costumo chamar de farol alto. Ele tem essa capacidade de olhar além do que está vivendo, pensando no futuro, e passa isso para sua equipe. Isso faz toda a diferença”, destaca.

Com investimento de R$ 550 milhões, o chamado Corredor Eixo Oeste é outro exemplo. O pacote de obras faz uma conexão de aproximadamente 30 km de extensão entre o Sol Nascente/Pôr do Sol e o Plano Piloto, passando pelas avenidas Hélio Prates e Comercial Norte, centro de Taguatinga e Estrada Parque Taguatinga (EPTG) – que se desmembra na Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig) e na Estrada Setor Policial Militar (ESPM).

[Olho texto=”Em dois anos e meio de governo, executamos e contratamos obras em torno de R$ 500 milhões”” assinatura=”Luciano Carvalho, secretário de Obras” esquerda_direita_centro=”direita”]

O projeto abrange a construção do Túnel de Taguatinga, as duas etapas da reforma da Avenida Hélio Prates, o Viaduto Luiz Carlos Botelho (na Epig) e as reformas da Epig e da ESPM – esta última também conta com a construção de dois viadutos. Já foram executados a pavimentação da rodovia VC-311, no Sol Nascente/Pôr do Sol, e o alargamento do viaduto da EPTG com a Estrada Parque Contorno (EPCT).

“Quando assumimos, apenas R$ 18 milhões estavam executados. Em dois anos e meio de governo, executamos e contratamos obras em torno de R$ 500 milhões”, lembra o secretário de Obras e Infraestrutura, Luciano Carvalho. “O objetivo principal desse projeto é a mobilidade urbana. Serão corredores exclusivos de ônibus e viadutos nos locais onde há engarrafamentos enormes.”

De acordo com o diretor-geral do DER, Fauzi Nacfur, para concluir o Complexo Viário Governador Roriz, foi preciso viabilizar os desembolsos do BNDES e do Banco do Brasil | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Arquivo-Agência Brasília

Uma das maiores obras viárias já feitas na história da capital foi inaugurada recentemente, ao custo de R$ 220 milhões: o Complexo Viário Governador Roriz, que compreende o Trevo de Triagem Norte (TTN) e a Ligação Torto-Colorado (LTC). Melhorar a mobilidade de 100 mil motoristas que trafegam pela Saída Norte diariamente não seria possível se o governo local não tivesse colocado a obra como uma das prioridades. Com o trabalho integrado do GDF, foi possível agilizar os serviços, que estavam em ritmo lento há anos.

“Precisava de gestão, de programação e resolução de questões ambientais”, avalia o diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER), Fauzi Nacfur. “Conseguimos viabilizar o desembolso de recursos do BNDES [Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social] e do Banco do Brasil de forma mais rápida para concluir os serviços. São 23 viadutos, quatro pontes, 28 quilômetros de asfalto e 14 de ciclovia, que juntos reduzem cerca de 55% de tempo nas viagens.”

A Praça dos Direitos do Itapoã também é outro exemplo. Os serviços começaram em 2013, mas foram interrompidos em 2015 por problemas nos contratos. O espaço de 7.511,86 mpossui uma quadra poliesportiva coberta, um campo de futebol, vestiários femininos e masculinos, sala multiuso, pista de caminhada e corrida, beneficiando 70 mil pessoas. “O projeto foi recuperado, com foco em acessibilidade. É um local que causa grande impacto de crianças a idosos”, ressalta Luciano Carvalho.

[Numeralha titulo_grande=”R$ 100 milhões” texto=”É o valor investido na construção do Hospital Oncológico Doutor Jofran Frejat” esquerda_direita_centro=”direita”]

Saúde e educação

Ao mesmo tempo que o GDF destrava projetos, ele investe em saúde e educação. Após uma longa batalha judicial e negociação por parte do poder Executivo local, as obras de construção do Hospital Oncológico Doutor Jofran Frejat começaram em junho deste ano. A unidade é a primeira da especialidade no DF e vai transformar a capital em referência para todo o Centro-Oeste. O investimento é de cerca de R$ 100 milhões.

Na avaliação do secretário de Governo, José Humberto Pires, o investimento desse projeto foi um dos mais difíceis de se recuperar. “Os recursos estavam praticamente perdidos, mas graças ao trabalho integrado do governador Ibaneis Rocha com sua equipe, conseguimos destravar a obra junto ao governo federal e à Caixa Econômica Federal (CEF) e retornar o montante para os cofres públicos”, comemora.

A obra da Praça dos Direitos começou em 2013 e foi suspensa. Construção foi retomada e concluída nesta gestão | Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília

A unidade será erguida em um terreno de 41 mil m2, doa quais 31 mil m2 serão de área construída. O hospital terá 172 leitos disponíveis, sendo 20 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 152 de internação. A unidade contará ainda com consultórios multidisciplinares, alas para tratamento de quimioterapia, radioterapia, medicina nuclear, endoscopia e salas de cirurgia conjugadas, além de exames de imagem como mamografia, ultrassom e raios-X. Pela projeção da Secretaria de Saúde, o Hospital Oncológico de Brasília terá capacidade de oferecer até nove mil atendimentos por ano.

Já na área da educação, a recuperação de recursos vai desde a primeira infância até o ensino técnico. Em 2019, foram resgatados R$ 42 milhões para investir na construção de creches. O recurso, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), estava parado desde 2012 por falta de projetos. Agora, porém, cinco unidades já estão em fase de construção em Ceilândia, Gama, Planaltina, Recanto das Emas e Sol Nascente/Pôr do Sol. Outras estão em fase de complementação de projetos e licitação.

A Escola Técnica de Brazlândia também foi construída com recursos recuperados e tem capacidade para 2 mil alunos | Foto: Joel Rodrigues/Arquivo-Agência Brasília

Para atender 630 crianças, o governo entregou também o Centro de Ensino Fundamental (CEF) 01 da Vila Planalto. Foram mais de 30 anos de espera para que os alunos ganhassem um colégio totalmente reformado. Em Brazlândia, jovens e adultos receberam uma escola técnica este ano, também construída com recursos recuperados. A unidade tem capacidade para atender cerca de dois mil estudantes nos mais variados cursos. O GDF vai entregar ainda mais uma escola técnica em Santa Maria e duas escolas em Ceilândia e no Gama.

Segurança

Dentro da política de valorização das forças de segurança pública, o Distrito Federal vai ganhar um dos maiores institutos de medicina legal (IMLs) da América Latina, ao custo de cerca de R$ 34,8 milhões. A unidade atual, dentro do Parque da Cidade, foi construída em 1964 e está com a estrutura defasada para a demanda da capital.

O novo projeto, que será erguido dentro do Complexo da Polícia Civil (SPO SUL, Lote 23, Conjunto A), terá mais de 11,8 mil m2 de área construída e vai oferecer serviços essenciais, como cartório de registros públicos, assistência social e central de captação de órgãos. A nova estrutura é mais de três vezes maior que a atual.