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03/08/2021 às 16:54, atualizado em 05/08/2021 às 17:17
Procedimentos deste tipo subiram 60% nas unidades de saúde do GDF; de janeiro a julho, já foram realizadas 200 cirurgias
[Olho texto=”“Ver que os pacientes que precisam do transplante de córnea estão sendo atendidos é muito gratificante” ” assinatura=”Camila Vieira Hirata, diretora da Central de Transplantes” esquerda_direita_centro=”direita”]
O Distrito Federal bateu a marca dos transplantes de córnea realizados. Somente neste ano, de 1º de janeiro a 28 de julho, foram feitos 200 desses procedimentos. O número é 61% maior que o apurado no mesmo período do ano passado, quando foram registrados 124 transplantes de córnea – que, durante todo o ano de 2020, somam 222. Atualmente, a lista de espera está com 398 pessoas.
“Os transplantes de córnea eletivos ficaram suspensos entre abril e setembro por conta da pandemia, então somente casos de urgência eram realizados”, lembra a diretora da Central de Transplantes, Camila Vieira Hirata. “Tudo isso por conta de protocolos de segurança adotados bem no início da pandemia. Com o decorrer do tempo, alguns critérios foram revisados e foi verificado que era possível manter os transplantes de córnea eletivos.”
A retomada desse procedimento explica o aumento no número de cirurgias realizadas somente neste ano. Segundo Camila, no ano passado, o transplante de córnea foi o que sofreu maior impacto da pandemia. “Houve uma queda de 46% na comparação com 2019 e, consequentemente, aumento da lista de espera”, enumera. “Ver que os pacientes que precisam do transplante de córnea estão sendo atendidos é muito gratificante.”
[Olho texto=”Critérios para a cirurgia são definidos em regulamento técnico elaborado pelo Ministério da Saúde” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Consulta e avaliação
Hoje, no DF, são realizados transplantes de córnea pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital de Base (HBDF), no Hospital Universitário de Brasília (HUB) e no Instituto de Cardiologia (ICDF). A doação de córnea somente é possível após o falecimento, ou seja, a córnea não pode ser doada em vida, e deve ser captada de seis a 12 horas após a parada cardíaca.
De acordo com a diretora da Central de Transplantes, os cadastros de potenciais receptores são feitos pelas próprias equipes habilitadas a executar o procedimento nas unidades públicas ou privadas de saúde do DF. Após avaliação com consulta e exames especializados, o médico comprova a necessidade de transplante e o paciente é inserido na lista única.
“Atualmente, o tempo médio de espera para realização do transplante de córnea no DF é de um ano”, informa a gestora. “Em caso de urgência, como uma perfuração do globo ocular, o paciente é priorizado na lista e o transplante é realizado em poucos dias”. Todos esses critérios são definidos em regulamento técnico elaborado pelo Ministério da Saúde.
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Operação bem-sucedida
A servidora da Secretaria de Saúde (SES) Ana Silvia Pires fez o transplante de córnea em 2012. Ela tinha ceratocone e aguardou na fila por cinco meses. “Tive um bom atendimento”, conta ela, que passou pelo procedimento no Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB). “As córneas são coletadas pela Secretaria de Saúde e distribuídas para as equipes transplantadoras, sejam elas públicas ou particulares. A minha cirurgia foi no hospital particular”, afirma.
Somente depois que foi trabalhar na Central de Captação de Órgãos e Tecidos, ao lado do Banco de Olhos da SES, Ana passou a entender o processo de doação de órgãos. “Consegui ver o quanto é difícil fazer a abordagem de uma família que acabou de perder um ente querido e pedir para que ela pense em outra pessoa que ela nem conhece, e nunca vai conhecer, e doe para ela voltar a ver”, relata.
A servidora explica que a equipe se desloca para onde a doação será feita e faz a enucleação; após isso, a córnea é preservada no Banco de Olhos até ser disponibilizada para alguém que estava na fila de transplante, caso de Ana. “Tudo foi feito com dedicação e total altruísmo dessa equipe maravilhosa”, lembra. “Tive oportunidade de agradecer ao técnico de enfermagem que fez a enucleação e à enfermeira que cuidou [da nova córnea] até ela chegar ao meu médico transplantador.”
*Com informações da Secretaria de Saúde