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10/08/2021 às 14:20
Durante os sete primeiros meses foram recebidas 441.684 chamadas de urgência no Distrito Federal
Para uns, uma brincadeira – de mau gosto por sinal. Para a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), uma ligação desnecessária e um tempo perdido que poderia ter sido usado para salvar a vida de quem realmente precisou de atendimento emergencial.
Até o mês de julho, o Samu recebeu 441.684 ligações na Central de Regulação de Urgências, pelo telefone 192. Deste total, 11.959 foram trotes identificados pelos operadores do sistema. De tudo isso, a boa notícia é que, se comparado com o mesmo período do ano passado, o registro é de 1.191 ligações desnecessárias a menos.
Para Victor Arimatea, diretor do Samu, a redução nos números de trotes este ano pode estar ligada à conscientização da população com o enfrentamento da pandemia.
[Olho texto=”O Samu faz campanhas educativas e de conscientização da população, para redução do número de trotes” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]
“Estamos ainda em situação de combate à pandemia e os desafios enfrentados pela população elevaram a importância dos atendimentos do Samu, bem como de todas as unidades de saúde. Nesse sentido, é razoável supor que o contexto atual também colaborou para uma modificação de comportamento que culminou na redução do registro de trotes e no amadurecimento do uso de ferramentas tão necessárias e contingenciadas como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência”, afirma.
Campanhas educativas
Geralmente, as ligações classificadas como trotes são feitas por crianças. Anualmente, o Samu faz campanhas educativas e de conscientização da população, para redução do número de trotes.
Em 2007, o Ministério da Saúde criou o projeto Samuzinho para conscientizar e instruir crianças das escolas públicas e particulares de todo país, a partir do 5º ano. A ideia do projeto é mostrar para elas o quanto um trote pode atrapalhar ou atrasar um atendimento de urgência.
Victor Arimatea acrescenta ainda que, em virtude do isolamento social imposto pela pandemia e a supervisão familiar para com as crianças, tais fatores podem ter contribuído para essa redução, além das campanhas educativas que o órgão apresenta.
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“Os motivos por trás da redução do registro de trotes provavelmente são multifatoriais, envolvem tanto a atuação de campanhas de conscientização orientando a população através da mídia, com matérias anuais relacionadas ao tema, quanto a projetos como o Samuzinho, com esclarecimento da população infantil nas escolas quanto à importância do serviço”, ressalta o diretor do Samu.
Trote é crime
De acordo com o artigo 266 do Código Penal Brasileiro, passar trote para serviços de emergência é crime e o infrator pode pegar de um a seis meses de detenção.
No caso de menores que cometem esse ato infracional, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) considera como gravíssimo e a criança ou adolescente será encaminhado para a Vara da Infância e da Juventude para que sejam aplicadas as medidas socioeducativas, de acordo com a gravidade do trote, dentro da legislação vigente.
*Com informações da Secretaria de Saúde