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13/08/2021 às 14:23, atualizado em 13/08/2021 às 18:44
Encerramento da formação continuada mostra a importância do desenvolvimento das narrativas com os estudantes
A etapa de conclusão de mais um ciclo de aprendizado da Subsecretaria de Formação Continuada para os profissionais da Educação foi registrada na live “Investigando o papel da contação de histórias na constituição dos sujeitos”, exibida pelo canal da escola no YouTube. Realizado nesta sexta-feira (13), na Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (Eape), o evento virtual marcou o encerramento do Seminário de Formação Continuada.
[Olho texto=”“As histórias são vistas como um elemento de transformação psicológica, mais do que só apenas para passar a informação e conteúdo” ” assinatura=”Guilherme Brockington, pesquisador” esquerda_direita_centro=”direita”]
A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, participou da abertura do encontro on-line. “Eu sempre levarei a Eape comigo porque ela participou fortemente da minha formação na vida profissional”, contou. “É uma escola de excelência, que ajuda a desenvolver as habilidades dos profissionais da educação”.
Durante a live, a subsecretária da Eape, Maria das Graças de Paula, lembrou: “Os cursos fazem parte de uma construção coletiva com todos participando ativamente, dando suas contribuições e observando os documentos que pautam a educação”.
Educação, neurociência e histórias
A live mostrou a importância das narrativas para construção social, psicológica e educacional do ser humano. Os pesquisadores Guilherme Brockington e Ana Paula Moreira conduziram as falas para os profissionais da Secretaria de Educação (SEE).
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Eles mostraram que, a partir de pesquisas científicas e da observação das civilizações, há uma clara percepção de que a tradição de contar histórias sempre teve um papel fundamental na sociedade. A questão, disseram, é observar que as narrativas são usadas para além da utilidade de se passar uma informação, pois elas geram também vínculo emocional e afetivo.
“As histórias servem para colocar as pessoas no mesmo ritmo e clima emocional”, observou Guilherme. “Elas são vistas como um elemento de transformação psicológica, mais do que só apenas para passar a informação e conteúdo”, conta Guilherme Brockington. “As histórias não são só diversão ou passatempo; elas fazem a construção de sentido”, pontuou Ana Paula. “Não há uma separação certa entre palavra, fisiologia e emoção.”
A live demonstrou que as histórias também são importantes para o desenvolvimento das pessoas, especialmente das crianças, porque a partir delas é que o ser humano consegue fazer abstrações e simular a realidade, conectando-se às vivências de outras pessoas. Esse conjunto de ideias e sensações poderá ser utilizado em outras situações para construção e solidificação de novos conhecimentos.
Reação cerebral
Guilherme Brockington e Ana Paula Moreira desenvolveram uma pesquisa com crianças internadas em uma UTI de um hospital no Brasil. Elas foram divididas em dois grupos. Enquanto o primeiro recebeu a contação de histórias, o segundo teve apenas estímulos de sentenças do tipo “o que é, o que é?”, sem uma narrativa definida.
Durante o tempo em que observaram os grupos, os pesquisadores perceberam que as crianças do primeiro grupo reagiram melhor ao ambiente hospitalar e produziram mais oxitocina (hormônio da alegria) e menor nível de cortisol (hormônio do estresse) do que o segundo grupo.
Os pesquisadores finalizaram a participação na live com uma reflexão que pode auxiliar os professores a deixarem o processo de aprendizagem ainda mais atraente com as técnicas utilizadas na contação de histórias – ou storytelling. “O mercado já usa o storytelling para vender mais com histórias que captam as pessoas”, explicou Guilherme. “Então, temos que ficar atentos para fazer pesquisas e trazer soluções de storytelling para aprender mais nas escolas.”
*Com informações da Secretaria de Educação